Publicidade
SÃO PAULO – Se destacando nesta sexta-feira (30), a Marfrig (MRFG3) chamou ainda mais atenção por fechar esta semana e o mês de maio como a maior alta dentre as 71 ações do Ibovespa. Na semana, o cenário do índice ficou marcado pelo noticiário corporativo, o que deixou a Hering (HGTX3) e a MRV Engenharia (MRVE3) entre as maiores altas. Enquanto isso, no acumulado do mês, o setor educacional voltou a ser destaque positivo com a Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3).
No caso do frigorífico, o desempenho já era bem favorável mesmo antes da divulgação de seu resultado, que ocorreu em 12 de maio – nos pregões antes da apresentação do balanço, os papéis subiram 12%. Com o resultado, as ações MRFG3 mantiveram os ganhos, mesmo com a companhia aumentando seu prejuízo de R$ 59,6 milhões para R$ 96,4 milhões, o que foi deixado de lado por analistas e investidores diante de uma boa melhora operacional, o que impulsionou os papéis.
“Lógico que as pessoas sempre olham para o resultado final de uma empresa. Mas o que queremos destacar é que a Marfrig está a cada trimestre no caminho certo para o principal objetivo, que é gerar valor para o acionista via retorno em dividendos”, disse Sergio Rial, presidente da empresa. Desde a divulgação do balanço, as ações da companhia subiram 12%, levando o acumulado no mês para 27,40%, cotada a R$ 5,30.
Vale destacar ainda que nos últimos sete pregões, a Marfrig acumulou ganhos de 17%, impulsionado pela elevação de recomendação da Citi Corretora, que também elevou o preço-alvo para os papéis da companhia para R$ 6,75, ou seja, um potencial de alta de 27,36%.
Kroton e Anhanguera
O mês para as duas companhias educacionais já começou de forma positiva após elas anunciarem uma mudança na relação de troca proposta para a união das empresas. A nova relação negociada ficou de 0,30970293 ação da Kroton por 1 ação da Anhanguera. Quando anunciaram o plano de fusão, em abril de 2013, a relação de troca apresentada era de 1,36428904 ação da Kroton por papel da Anhanguera. Diante disso, a expectativa pela aprovação da fusão aumentou, impulsionando os papéis.
Uma semana depois do anúncio, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a fusão. Com isso, as companhias se comprometeram a alienar a Sociedade Educacional Leonardo da Vinci, detentora do Centro Universitário Leonardo da Vinci, bem como duas instituições de ensino superior que oferecem cursos presenciais em Rondonópolis e Cuiabá. As empresas também assumiram, com o ACC, o compromisso de limitar o número de alunos que poderá ser captado por suas bandeiras em determinados cursos EAD em 48 municípios específicos, até 2017.
Continua depois da publicidade
Com as notícias positivas, a Kroton encerrou maio com valorização de 19,59%, cotada a R$ 56,87, enquanto a Anhanguera atingiu ganhos de 16,67%, para R$ 16,10. No ano, a Kroton ainda lidera como maior alta do Ibovespa (45,81%), enquanto a Anhanguera, que foi prejudicada nos últimos meses com o impasse sobre a fusão, tem ganhos de apenas 8,08%.
Hering e MRV
Nesta semana, entre as maiores altas também ficaram a Hering, Embraer e MRV. No caso da companhia de varejo, o desempenho ocorre após um relatório do Deutsche Bank, que reiterou preferência pelas ações e recomendação de compra. Segundo comentaram os analistas, a visão é suportada por um valuation ainda atrativo, apesar de expectativa de menor produtividade de vendas para a nova franquia de lojas. Além disso, a companhia iniciou nos últimos dias a venda da coleção Hering For You, segmento que inclui fitness, moda íntima e praia, e movimentou mais de R$ 14 bilhões em 2012 no Brasil. Segundo os analistas da Ativa Corretora, a notícia é positiva para a companhia. A Hering fechou a semana com alta de 2,59%, para R$ 21,75.
Já no caso da MRV, a alta ocorreu em meio à notícia de que a presidente Dilma Rousseff iria anunciar a meta de contratar mais de 3 milhões de unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida” até 2018 em relação a 3ª etapa do programa. Segundo a XP Investimentos, a companhia estaria entre as mais beneficiadas. Porém, ontem foi divulgada a notícia de que o governo cancelou por tempo indeterminado o anúncio da 3ª fase do programa. Mesmo assim, as ações da companhia fecharam a semana com ganhos de 4,57%, a R$ 6,87.
Continua depois da publicidade
Destaques de queda
Entre as ações que chamaram atenção de forma negativa nesta semana ficou a Cemig (CMIG4). Nos últimos dias ocorreu o Cemig Day, que segundo a XP Investimentos não foi muito positivo para a empresa, sendo que os números projetados pela companhia podem provocar uma revisão para baixo nas estimativas para o papel e inclusive uma revisão de preço-alvo para o ativo. Para os analistas, a questão central ainda segue referente a discussão que a empresa possui com o governo referente a usina de Jaguará, a qual pode servir como precedente para outras duas usinas.
Com relação a isso, a empresa informou que o julgamento pode ser retomado ainda neste mês, na próxima quarta-feira (28), dado que esta é a última data que a matéria pode ser julgada no primeiro semestre deste ano, uma vez que durante a Copa não haverá sessões. Caso não saia agora é mais provável que a matéria seja retomada em final de julho e início de agosto. Segundo a corretora, existem sérios riscos nessa questão, uma vez que o governo vem se mostrando bastante duro e disposto a não perder esta causa, dado a economia de com tarifas de energias mais baixas que isso propiciaria. A Cemig reforçou que caso perca vai a instâncias superiores como STJ.
Veja as maiores quedas da semana no Ibovespa:
Continua depois da publicidade
Ação | Cotação | Desempenho na semana |
Cemig PN | R$ 15,58 | -7,97% |
BM&FBovespa ON | R$ 10,98 | -6,79% |
MMX Mineração ON | R$ 2,39 | -6,64% |
Petrobras PN | R$ 16,69 | -5,71% |
Bradesco ON | R$ 31,96 | -5,64% |
Já entre as maiores perdas do mês, o destaque ficou para a Eletrobras (ELET3; ELET6), que após subir mais de 60% entre março e abril diante do rali puxado pelas pesquisas eleitorais e queda de Dilma nas intenções de voto, a companhia elétrica viu suas duas ações liderarem as quedas do Ibovespa em maio. Também entre as quedas, chamou atenção novamente os papéis da Oi (OIBR4), que nos últimos meses têm sofrido bastante diante de sua oferta de ações e da sua fusão com a Portugal Telecom.
Veja as maiores quedas do mês no Ibovespa:
Ação | Cotação | Desempenho no mês |
Eletrobras PNB | R$ 9,68 | -11,81% |
Eletrobras ON | R$ 6,59 | -10,71% |
Usiminas PNA | R$ 7,89 | -9,52% |
Oi PN | R$ 1,94 | -9,35% |
Gafisa ON | R$ 3,30 | -9,09% |