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Com a temporada de balanços do quarto trimestre tendo começado no Brasil nesta semana, mesmo que a passos lentos, analistas começam a traçar suas expectativas para os diferentes setores. Para o Itaú BBA, companhias aéreas e as locadoras devem ser os destaques dos setores de bens de capital e de transportes no período.
“Antecipamos excelentes resultados para Azul e Gol, algo parcialmente já esperado, devido aos dados operacionais divulgados previamente”, comentam os analistas da casa Thais Cascello, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano.
Tanto a Gol (GOLL4) quanto a Azul (AZUL4) já trouxeram, em prévias recentes, amostras que a demanda por voos continua voltando aos patamares pré-pandemia. A primeira companhia, os analistas apontam, está com suas operações no mercado interno com algo em cerca de 73% ou 74% do que era visto em 2019. A segunda, por sua vez, já superou os níveis pré-pandemia em cerca de 17%.
Além do transporte de passageiros, Gol e Azul viram seus braços de transporte de cargas crescerem, o que também é visto como positivo pelo BBA. Do outro lado, pode pesar nos resultados de ambas companhias o aumento dos preços de combustíveis, que tende a pressionar a lucratividade. No mais, o peso da Ômicron no começo de 2021 também pode vir a apagar os bons resultados no futuro.
O banco espera uma margem Ebitda – Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita líquida – de 11,4% para a Gol de 25% para a Azul. Parte da diferença entre as duas em parte é explicada pela forma como ambas atuaram durante a pandemia, com a primeira mantendo seu quadro de funcionários e optando por voltar à normalidade mais devagar.
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A projeção de receita para a Gol é de R$ 2,8 bilhões. Para o Ebitda, a expectativa é de algo próximo a R$ 321 milhões. O prejuízo líquido é projetado em R$ 717 milhões. A Azul, para o BBA, deve ter uma receita de R$ 3,5 bilhões, com Ebitda de R$ 885 milhões e um prejuízo de R$ 520 milhões.
Além de Gol e Azul, locadoras de veículos também devem trazer bons resultados
Para além das aéreas, o BBA tem visão positiva também para as companhias locadoras de veículo, em especial para a Armac (ARML3) – mas com Movida (MOVI3) Vamos (VAMO3) também trazendo bons resultados.
“As três empresas devem apresentar sucessivas melhorias operacionais, cujo efeito no lucro líquido deve ser parcialmente ofuscado por despesas financeiras mais altas, especialmente no caso de Movida e de Vamos”, pontuam.
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Para a Armac, o BBA vê o balanço sendo impulsionado pelas recentes aquisições, apesar de ser provável alguma das companhias adquiridas pesar sobre a margem. Os consensos para receita, Ebitda e lucro são, respectivamente, de R$ 159 milhões, R$ 73 milhões e R$ 28 milhões.
Para a Movida e para a Vamos, como já mencionado, o BBA vê a lucratividade pressionada pelo aumento das despesas financeiras, com a taxa Selic mais alta, bem como uma depreciação dos ativos mais acelerada, com a frota mais velha, por conta do problema em comprar novos carros.
Para a Movida, a perspectiva é de uma receita de R$ 1,7 bilhão, um Ebitda de R$ 762 milhões e um lucro de R$ 278. Para a Vamos, o esperado é uma receita de R$ 791 milhões, um Ebitda de R$ 297 milhões e um lucro de R$ 117 milhões.
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Logística e bens de capital tem perspectivas piores
Para o setor de logística, o BBA tem perspectivas mais fracas, apesar de estar otimista com a Tegma (TGMA3), vendo a companhia trazer um desempenho operacional com tendência positiva e sem impactos relevantes provenientes de juros mais altos. A expectativa é que a companhia traga uma receita de R$ 286 milhões, caindo 8,6% na base anual, mas com lucro crescendo 5,9%, para R$ 16,3 milhões.
“No caso de GPS (GGPS3), margens levemente mais fracas devem se contrapor à nossa expectativa de expansão de receita, enquanto JSL (JSLG3) e Santos Brasil (STBP3) também devem publicar resultados sem grandes melhorias”, comentam.
Para bens de capital, Iochpe Maxion (MYPK3), Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4) e Tupy (TUPY3) devem continuar pressionadas pelo crise dos semicondutores, que impacta diretamente a cadeia de produção de veículos.
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