Transmissão Paulista sobe 6%, Marfrig e Gol caem antes de resultado; veja mais

Dentre os destaques estavam também os papéis da Petrobras, que teve queda de mais de 2% em suas ações preferenciais

Marina Neves

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SÃO PAULO – Esta foi uma terça-feira (12) de noticiário corporativo agitado e com o Ibovespa operando entre leves ganhos e perdas, operando durante o dia perto da estabilidade. O destaque ficou para as ações da Marfrig e Gol (GOLL4, R$ 13,15, -1,65%), que devem divulgar seus resultados amanhã. Além delas, estão os papéis do BB Seguridade, que registraram ganhos nesta terça após a divulgação de 53,6% de alta no lucro líquido da companhia em seu resultado trimestral.

Ainda na ponta dos ganhos do Ibovespa, estiveram os papéis da CCR, que viu suas ações serem impulsionadas após a empresa obter a liminar para reajustar o preço do pedágio. As ações da Souza Cruz também foram destaque, ficando entre os principais ganhos do índice.

No lado negativo, as ações da Energia Brasil figuraram entre as maiores quedas do índice, junto com as ações da Petrobras, que caíram em torno de 2% nesta sessão devolvendo os ganhos registrados no pregão de ontem, e a ALL, que repercutiu o pedido de isonomia do Cade, no processo que envolve a incorporação da empresa pela Rumo. 

Confira os destaques deste pregão: 

Marfrig (MRFG3, R$ 6,70, -2,62%)
As ações da companhia caem forte neste pregão que antecede a divulgação do resultado trimestral da empresa que deverá sair amanhã. A Marfrig figurou entre as maiores quedas do Ibovespa e teve hoje prévia divulgada pelo banco Votorantim, Itaú BBA e Bradesco BBI. O banco Votorantim diz que espera uma melhora os resultados operacionais das 3 subsidiárias da empresa, mesmo acrescentando que as altas despesas financeiras devem continuar a prejudicar o resultado. Além disso, eles relatam que a empresa deve reportar lucro líquido de R$ 101 milhões, revertendo suas perdas. O Itaú BBA, por sua vez, diz que espera uma reação neutra aos resultados da Marfrig, devendo apresentar queima de caixa. Já o Bradesco BBI relata que 
contínuas melhorias na divisão Moy Park e margens sustentáveis para Keystone deverão compensar uma contração de margem no trimestre da Marfrig Beef.

Petrobras (PETR3, R$ R$ 18,46, -1,65%; PETR4, R$ 19,67, -2,33%)
Depois de mirar alta de quase 1% durante o pregão, as ações da Petrobras viraram para queda e fecharam o pregão desta terça com perdas. No radar da empresa, resultado do segundo trimestre (divulgado na noite de sexta-feira e que refletiu no pregão de ontem), expectativa de reajuste dos preços dos combustíveis, assim como o noticiário político. Segundo uma fonte do governo próxima do núcleo do Executivo à Reuters na véspera, é esperado que um reajuste de 5,5% a 6% ocorra após as eleições presidenciais. Em teleconferência ontem, Almir Barbassa, diretor financeiro da empresa, afirmou que a Petrobras está rumando para reajustar os preços dos seus combustíveis.

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Segundo a Guide Investimentos, tudo indica que as expectativas do mercado de reajuste serão realizadas após as eleições, mas ressalta que o evento já está sendo amplamente aguardado. “Qual será o foco agora? Aumento de produção ou eleição”, questiona a corretora. Vale lembrar também que o mercado aguarda a divulgação de duas pesquisas de intenções de votos – Sensus/IstoÉ e Ibope – que podem sair a partir desta terça-feira.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 30,42, +5,81%)
As ações da companhia subiram fora do índice, registrando o dobro do volume usual, após 
informar que foi apresentado ao Conselho de Administração o laudo de avaliação para indenização prevista na Lei de Conversão da MP 579, a medida provisória da renovação das concessões do setor de energia. Elaborado pela Delos Consultoria, o laudo de avaliação tem como valor base para indenização R$ 5,186 bilhões.

A indenização é referente ao valor a ser pago às companhias por concessões renovadas até 2000. O laudo ainda será protocolado junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nos próximos dias. Após esse procedimento, o valor estará sujeito a validação e análise técnica em até 150 dias da data do protocolo, para subsequente homologação pela Aneel.

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BB Seguridade (BBSE3, R$ 33,50, +1,70%)
A companhia teve lucro líquido de R$ 845,5 milhões entre abril e junho, ante expectativa média de analistas de resultado positivo de R$ 726 milhões.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o desempenho apresentado pode ser considerado positivo e relevante. “Vale ressaltar que o ritmo de crescimento do grupo não deve se manter neste patamar”, ressaltou a corretora. Além disso, o conselho de administração da companhia aprovou ainda a distribuição de R$ 1,195 bilhão em dividendos, a serem pagos ainda neste mês.

A empresa afirmou que apresentou receitas recordes em todos os segmentos de negócio no primeiro semestre, com destaque para as contribuições em planos de previdência privada e de seguros de vida, habitacional e rural. A receita líquida do trimestre somou 1,156 bilhão de reais, alta de 46,2 por cento sobre o faturamento obtido um ano antes. Enquanto isso, as despesas subiram 9,5 por cento, a cerca de 130 milhões de reais.

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Direct to Company (DTCY3, R$ 0,62, -1,59%)
As ações da Direct to Company chegou a disparar mais de 14% hoje, mas fecharam o dia com leve queda. Sobre a companhia, no entanto, nenhum fato relevante ou comunicado ao mercado foi feito pela Direct to Company na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Procurado pelo InfoMoney na véspera, o departamento de relações com investidores da empresa disse desconhecer o motivo da alta.

Vale lembrar que a última vez que o papel ganhou holofote do mercado foi em junho, quando subiu em apenas um pregão 124%. Considerando o desempenho do fechamento do dia 11 de junho até 20 de junho (ou seja, em três pregões, lembrando que o papel não foi negociado alguns dias), a alta foi de impressionantes 196%. Na ocasião, a disparada, no entanto, não surgiu do nada. A companhia anunciou via fato relevante um projeto piloto voltado ao setor de saúde, denominado UNIPRÓ Saúde, que tem como objetivo a venda de cursos especializados aos profissionais da área, através de plataformas e-commerce.

Triunfo (TPIS3, R$ 6,30, -0,94%)
A concessionária de infraestrutura informou que o tráfego total em rodovias por ela administradas avançou 4,1% nos sete primeiros meses do ano, a 51,1 milhões de veículos equivalentes, ante o mesmo período de 2013.

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No aeroporto de Viracopos, administrado por concessionária da qual a Triunfo faz parte, o tráfego total de passageiros subiu 5,6% de janeiro a julho, enquanto o total de carga movimentada medido em toneladas caiu 10%.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,83,+0,44%)
A Ecorodovias informou nesta terça-feira que sua controlada Concessionária Ecovias dos Imigrantes obteve liminar na Justiça que permite a aplicação do índice de reajuste às tarifas de pedágio previsto em contrato de concessão.

O índice passa a vigorar em 13 de agosto. “A ação judicial proposta pela Ecovias dos Imigrantes prossegue seu curso para julgamento do mérito da discussão”, afirmou a companhia. Na segunda-feira, a CCR anunciou que suas concessionárias ViaOeste e SPVias também obtiveram liminares que reconhecem direito à aplicação de reajuste de pedágios previsto em contrato de concessão.

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As concessionárias de rodovias que atuam no Estado de São Paulo criticaram decisão do governo paulista sobre reajuste de tarifas abaixo da inflação anunciado no final de junho. No caso da Ecovias, o reajuste contratual era de 7,83% e o aprovado para aplicação foi de 4,58%, segundo divulgado pela agência reguladora Artesp em 27 de junho.

ALL (ALLL3, R$ 8,51, -1,62%)
A ALL apareceu entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sessão A Ipiranga, do grupo Ultra, entrou com pedido de isonomia no Cade (Conselho de Administração de Defesa Econômica) no processo que envolve a incorporação da ALL pela Rumo, do grupo Cosan, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico. 

CCR (CCRO3, R$ 18,14,+2,30%)
A companhia teve lucro líquido de R$ 275,8 milhões no segundo trimestre, queda de 9,4% na comparação anual, enquanto a receita líquida ajustada subiu 4,5%, para R$ 1,5 bilhão.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado foi fraco em termos de crescimento de receita. “O segmento de Concessões rodoviárias já apresenta impactos negativos do menor fluxo de pesados, frente ao cenário de desaceleração econômica que o país enfrenta. Isso fez com que o ritmo de crescimento de receitas da companhia caísse do patamar de 10% para menos que 5% de aumento na comparação anual”, comentaram os analistas.

Além disso, a CCR informou na segunda-feira que suas concessionárias ViaOeste e SPVias obtiveram liminares que reconhecem direito à aplicação de reajuste de pedágios previsto em contrato de concessão a partir de 13 de agosto. O reajuste contratual previsto para as duas concessionárias era de 7,83%. Para a SPVias, o percentual de reajuste concedido foi de 5,26%, enquanto para a ViaOeste foi de 6,14%.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,29, -1,53%)
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) julgou nesta terça-feira recurso da companhia contra a decisão da agência para que ela devolva R$ 626 milhões a consumidores, em reunião semanal que teve início às 9h (horário de Brasília). 

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 20,64, +3,20%)
As ações da Souza Cruz lideraram os ganhos do Ibovespa nesta terça-feira. O movimento de alta nos papéis da empresa se intensificou a partir das 11h30 (Horário de Brasília), com um aumento da pressão comprada de banco internacionais – em especial o Merrill Lynch.

Normalmente, as corretoras de grandes bancos internacionais são utilizadas em sua maioria por investidores estrangeiros, qualificados ou fundos de investimento, o que pode indicar algum grande “player” do mercado aproveitando a grande queda recente nos papéis para compra-los. Vale mencionar que desde o final de junho até ontem, as ações da companhia acumulam queda de 14% e alcançaram o menor patamar desde 10 março.

Siderúrgicas
Em um dia representativo do mau momento das ações das siderúrgicas, as ações da CSN (CSNA3, R$10,95, -3,35%) e Gerdau (GGBR4, R$ 13,00, -1,22%) caíram na sessão desta terça. Hoje o presidente da Gerdau, André Gerdau, afirmou a jornalistas durante um evento, que a siderurgia no Brasil enfrenta um “período difícil”, e que espera que o negócio de aços planos alcance 50% da capacidade instalada em 2014. Segundo o executivo, porém, isto é algo “dentro do planejado”.

Além dele, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, não poupou críticas às condições e perspectivas econômicas do Brasil e destacou a insatisfação dos investidores com o país, durante a abertura do Congresso do Aço. “O custo Brasil não permite competir. Somente um louco investe hoje no Brasil”, afirmou Steinbruch, acrescentando as taxas de juros estão em um nível absurdo. Ele explicou que a indústria do aço está em situação crítica no país. “O Brasil precisa de medidas urgentes. Os produtores de aço precisam de reação mais rápida do governo”, completou. De acordo com ele, a indústria de aço deve enfrentar uma queda de atividade de 25% a 30%.

Anima (ANIM3, R$ 27,57, +3,26%)
A companhia mostrou um crescimento de 305,4% no lucro líquido neste segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. De abril a junho, a empresa reportou um lucro de R$ 30 milhões, ante R$ 7,4 no trimestre anterior. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, a companhia manteve um bom patamar de crescimento, com ganho de margem acima do esperado. 

No trimestre, a receita líquida da Anima foi de R$ 141 milhões, crescimento de 27,1%, com relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 25,7 milhões, com uma margem de 18,2%.

Abril Educação (ABRE11, R$ 37,63, +2,39%)
A companhia voltada à educação básica e pré-universitária, ampliou seu prejuízo líquido para R$ 37 milhões no segundo trimestre, ante resultado negativo de R$ 8,2 milhões um ano antes. A receita líquida entre abril e junho totalizou R$ 209,4 milhões, um crescimento de 27% sobre o mesmo período do ano passado.

Itaúsa (ITSA4, R$ 9,75, +0,62%) 
A holding teve lucro líquido consolidado de R$ 1,794 bilhão no segundo trimestre, avanço de 51,5% sobre o mesmo período do ano anterior, informou a holding que controla o banco Itaú Unibanco, nesta terça-feira.

O lucro líquido individual, que não considera o lucro atribuível a acionistas não controladores, ficou em R$ 1,757 bilhão, avanço de 57,6% na mesma base de comparação. 

A Itaúsa, que também controla Duratex, Elekeiroz e Itautec, encerrou junho com patrimônio líquido consolidado de R$ 38,493 bilhões de reais, contra R$ 34 bilhões um ano antes.

(Com Reuters)