Transfero lança corretora de criptomoedas para o varejo com foco em iniciantes

Empresa também aposta na aceitação do BRZ, maior stablecoin não pareada ao dólar do mundo

Paulo Barros

Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero (Divulgação)
Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero (Divulgação)

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SÃO PAULO – A Transfero, criadora da stablecoin pareada ao real BRZ, anuncia nesta quinta-feira (4) sua entrada no varejo com uma corretora de criptomoedas voltadas para o usuário iniciante, que ainda busca comprar seus primeiros bitcoins para surfar um mercado de alta que faz a moeda digital acumular 340% de valorização apenas nos últimos 12 meses.

A plataforma oferece R$ 100 em BRZ aos primeiros cadastrados e libera inicialmente compra e venda de Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), USDCoin (USDC) e USD Tether (USDT), além do próprio BRZ.

O lançamento faz parte de um plano de expansão na América Latina que começa no Brasil, onde a empresa já tinha presença no B2B, apesar de ter sede na Suíça – os fundadores são brasileiros. A iniciativa se baseia na ideia de que o ambiente competitivo aliado ao aumento da demanda acaba abrindo espaço para soluções mais nichadas.

“A lacuna que a gente enxergou é principalmente nesse nicho do usuário iniciante, que ainda não está tão familiarizado assim com a dinâmica de um livro de ofertas e quer fazer um aporte de um ticket menor e manter a posição por um longo prazo”, explica ao InfoMoney o diretor de produtos e parcerias da Transfero, Safiri Félix.

De olho nesse público, a corretora da Transfero terá três funções principais para quem está começando: depositar, converter e sacar. A plataforma já nasce compatível com depósitos via Pix e não cobrará taxas para realizar transações bancárias e negociações de criptoativos.

Para se diferenciar, a Transfero também aposta no BRZ, maior stablecoin do mundo não atrelada ao preço do dólar, e que oferece mais flexibilidade para movimentar reais entre plataformas de criptomoedas sem depender de intermediação bancária.

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“A gente já validou essa demanda no mercado institucional, tanto que a maior parte do uso do BRZ está nas grandes mesas de OTC [mercado de balcão], com investidores mais sofisticados”, explica o diretor da Transfero. “Nossa tese é que isso não tem por que ficar restrito a esse público”, diz.

A empresa espera que o usuário que entra em cripto comprando Bitcoin vá aos poucos se familiarizando com as opções disponíveis no mercado e tenha mais interesse em mover seu capital em BRZ para plataformas de finanças descentralizadas (DeFi), por exemplo, que não operam com dinheiro fiduciário.

Ex-conselheiro da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), entidade que participa ativamente das discussões sobre regulação do setor, Félix aponta que o ambiente normativo para negócios de criptomoedas no Brasil mudou muito desde que a Transfero foi fundada no Crypto Valley, na Suíça.

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Após o estabelecimento da Instrução Normativa 1888/2019 da Receita Federal, e a criação de um Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) específico para exchanges e custodiantes de criptomoedas, fica pendente apenas a definição dos papeis do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na supervisão da indústria.

“O ponto positivo é que o Brasil está de certa forma equiparado às principais jurisdições do mundo”, aponta.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas