Tramontina, Randon e Marcopolo começam a retomar produção no RS

Segundo o Simecs, apenas os funcionários do grupo de risco ampliado não trabalham

Estadão Conteúdo

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Com mudanças na produção e no transporte de funcionários, parte da indústria gaúcha retomou as atividades, em plena escalada da epidemia de coronavírus.

Apesar de a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) não ter até o início da noite desta segunda-feira, 13, um balanço sobre o funcionamento das fábricas, segundo o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), que conta com mais de 3,3 mil indústrias em 17 municípios da serra gaúcha, quase todos os associados voltaram a produzir desde a semana passada. Outros sindicatos patronais, como o têxtil, haviam aderido à mesma iniciativa.

Nesta segunda, a retomada parcial da produção de multinacionais, como Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4) e Tramontina, deu escala maior ao movimento de reabertura de fábricas. Na Tramontina, 5,8 mil dos 8,5 mil funcionários da companhia voltaram hoje a trabalhar nas unidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Farroupilha. Eles estavam parados desde 23 de março, afirmou a empresa.

Segundo o Simecs, apenas os funcionários do grupo de risco ampliado – que incluem mães com filhos sem aulas e os que convivem com idosos, além dos mais suscetíveis à doença – não trabalham. Já a fabricante de carrocerias Marcopolo e a de peças automotivas Randon, cujas principais fábricas ficam em Caxias do Sul e estavam em férias coletivas também desde o dia 23 de março, retomaram as atividades com 25% do pessoal, obedecendo o decreto municipal que limitou o número de funcionários nas unidades.

Em outras unidades da Randon, a retomada acontece conforme conclusão das férias ou autorizações dos municípios. Em Joinville, por exemplo, as operações foram retomadas na semana passada, mas não em sua totalidade. A Randon Araraquara retornará com 100% da capacidade, em 21 de abril, após férias coletivas. Já a Randon Triel, em Erechim, retoma suas operações em 100% a partir de hoje. A Marcopolo não retornará a produção no Rio de Janeiro, mais atingido pela pandemia.

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O Rio Grande do Sul é o 14.º Estado com maior incidência de coronavírus do País. Segundo o boletim do dia 12 de abril da secretaria municipal de Saúde de Caxias, principal cidade da região, foram registrados 34 casos confirmados e outros 20 casos suspeitos, aguardando laudo. Houve duas mortes. A cidade tem pouco mais de 500 mil habitantes. “Nossa principal preocupação é com a saúde pública e estamos trabalhando de perto com as secretarias de saúde das prefeituras”, diz Daiane Catuzzo, diretora executiva do Simecs. “Se houver agravamento da situação, podemos voltar atrás (na retomada da produção).”

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Marcopolo e Randon, que tiveram unidades fechadas – e reabertas – na China, usaram parte da experiência no Brasil. Entre as mudanças trazidas, por exemplo, foi reforçada a limpeza de vestiários, restaurantes e banheiros e áreas comuns. Além de verificar a temperatura dos trabalhadores na entrada das fábricas, elas ampliaram a estrutura dos atendimentos ambulatoriais.

Nos postos de trabalho também aumentou a distância entre os funcionários, com a demarcação dos lugares. O número de ônibus que os levam às fábricas também é maior e as viagens são feitas com metade da ocupação. Eles também estão sendo higienizados entre os percursos e os trabalhadores usando máscaras todo o tempo.

No caso da Marcopolo, os funcionários convocados ao trabalho “foram selecionados de acordo com as necessidades para atender o planejamento de produção definido para este período”, informou a empresa, em nota. Colaboradores considerados em grupo de risco, os que precisam cuidar de filhos cujas escolas estão fechadas ou responsáveis por idosos continuaram afastados.

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Em comunicado, a Randon afirmou que, neste momento, “também é preciso contribuir com ações que possam minimizar os impactos na economia local e global”. Para a empresa, a retomada de sua produção é fundamental, pelo fato de “o transporte de cargas ser um serviço essencial, principalmente para o abastecimento de comida, de medicamentos e de outros insumos primordiais”.

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