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Rafael Perretti é um trader que tem foco na análise de fluxo, mas que tem um pé na macroeconômica para entender a abertura do mercado. Ele acompanha o DXY, o S&P 500 no after market e o desempenho da bolsa chinesa para compreender como os ativos brasileiros podem reagir ao início das negociações.
“Caso o mercado abra descorrelacionado do cenário externo, entendo que tem algum fator interno que está pesando sobre o preço dos nossos ativos. Então, eu tento entender o motivo e o que o mercado está interpretando”, conta o trader em entrevista ao InfoMoney realizada durante a Expert XP 2024.
Perretti explica que utiliza a análise macroeconômica apenas para criar uma expectativa sobre a abertura do mercado, sem basear suas operações diretamente nela. Suas operações ocorrem, de fato, durante a divulgação de dados econômicos, quando já possui uma expectativa clara sobre como esses dados podem impactar no movimento do ativo.
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Operacional híbrido
Perretti desenvolveu no começo da carreira um operacional fortemente baseado em análise técnica e operações de scalping (operação de curtíssimo prazo). No entanto, após mais de uma década, ele se define como “operacional híbrido”, que combina ferramentas clássicas de análise técnica com uma leitura profunda do fluxo de ordens.
Ele diz que as mudanças no mercado trazidas pela pandemia fizeram com que ele sentisse a necessidade de adaptar seu operacional. O aumento da volatilidade no dólar foi um dos fatores que o impulsionaram a adotar novas ferramentas, como a análise de fluxo, sem abandonar completamente o que utilizava anteriormente.
“Hoje meu operacional é híbrido porque utilizo ainda o gráfico para definir regiões de preço, que eu chamo de área de valor”, explicou.
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Esse modelo de operação tem lhe garantido maior assertividade, especialmente em movimentos de absorção, que é onde foca a maior parte de suas operações no mercado financeiro.
Ele destaca que esses movimentos podem ser identificados no dia a dia, utilizando ferramentas como o Times & Trades e o ranking de corretoras. “Quando vejo uma agressão forte no mercado sem deslocamento de preço, isso pode indicar que há um player com lote ‘escondido’ naquela região”, diz.
Segundo Perretti, outra ferramenta que pode identificar movimento de absorção é o Volume At Price. “Quando a gente tem aquela barra vendedora muito grande junto com uma barra verde pequena, que mesmo com a agressão não houve o deslocamento do preço, isso nos sinaliza que tem um player com lote ‘escondido’ absorvendo o mercado”, explica.
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Tempo gráfico
Outro ponto importante destacado por Perretti é uso criterioso do gráfico de candlestick, com foco no tempo gráfico de 144 minutos. Para ele, essa é a periodicidade gráfica que oferece maior clareza na identificação de suportes e resistências, especialmente quando usa a ferramenta de Fibonacci dentro de tendências.
Após traçar os pontos de suporte e resistência no gráfico de 144 minutos, ele refina sua análise passando pelo gráfico diário, semanal e mensal. Em seguida, ele desce para o gráfico de 5 minutos, onde verifica se as regiões previamente demarcadas estão em confluência.
Com esse estudo completo das regiões de preço, ele espera o mercado testar esses níveis para, então, analisar o fluxo e identificar o momento ideal para realizar suas operações.