TIM (TIMS3) herdou volume “relevante” de linhas inativas da Oi Móvel e limpeza de base já começou, dizem executivos

A empresa também informou em teleconferência que quer descomissionar 4,7 mil torres compradas da Oi Móvel até 2024.

Mitchel Diniz

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A integração de usuários da Oi Móvel foi um dos principais temas tratados nas teleconferências sobre os resultados da TIM (TIMS3) no terceiro trimestre. Os executivos da companhia disseram que o processo está evoluindo rapidamente e que as etapas essenciais já foram concluídas. A TIM herdou cerca de 17 milhões de clientes da Oi (OIBR3;OIBR4) e prevê uma integração total da base nos primeiros meses de 2023.

A chegada de usuários da Oi contribui com o avanço das receitas de serviço móvel da TIM, que cresceram 25,8% no período, para R$ 5,15 bilhões. No entanto, a adição desses clientes, que desembolsavam valores mais baixos na antiga operadora, fez com que a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) recuasse 5,8%, para R$ 24,90.

Alberto Griselli, CEO da TIM, explicou que esse impacto já era esperado e a ideia é monetizar essa clientela depois que a migração for concluída.

“Estamos totalmente focados em migrar os clientes da Oi para o nosso sistema. É um exercício complexo e muito grande. Há, claro, oportunidade de monetizar esses clientes no futuro, mas não é a nossa prioridade agora”, afirmou Griselli.

Quando o processo for concluído, a TIM deverá implementar ações de marketing  para que os ex-usuários da Oi adquiram serviços mais completos por valores maiores.

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Mas nem todos os 17 milhões de números da base adquirida vão ser convertidos em clientes da TIM. Os executivos da companhia explicam que uma parte relevante desses usuários, tanto no pré quanto no pós-pago, já não utilizavam os serviços da Oi há um bom tempo. Esses clientes são considerados inativos e vão ser excluídos da base. A limpeza começou neste mês de novembro.

Camille Faria, CFO da TIM, explica que as empresas de telecomunicação arcam com custos regulatórios para manter esses clientes na base. É uma TFF (taxa de fiscalização de funcionamento) calculada ao final de cada ano e que está em torno de R$ 20 por usuário.

“Manter clientes que não geram tráfego nem receita para a companhia não vale a pena, pois pagamos a taxa regulatória”, diz Camille. Essa é uma gestão de base que as teles fazem todos os anos. O “grosso” da limpeza na base de clientes vinda da Oi deve ser feita ainda em 2022 para evitar essa cobrança. Pela regra da Anatel, ainda há possibilidade dos usuários reativarem as linhas.

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A TIM não informa o número de usuários da Oi Móvel que estão inativos, apenas reforçam que é um quantidade relevante de clientes da base.

A empresa também quer descomissionar 4,7 mil torres compradas da Oi Móvel até 2024. A companhia informou que 400 estão sendo desativadas este ano e outras 3 mil serão liquidadas no ano que vem.

Além disso, a TIM mantém o esforço de vender 50% das torres arrematadas com os ativos da Oi por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os executivos disseram que há um possível comprador –  uma empresa especializada em revenda de equipamentos, que não teve o nome revelado.

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Os custos das torres que a TIM pretende vender devem continuar pesando sobre o balanço da operadora até 2025, segundo a CFO.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados