TIM (TIMS3) e Claro devem ser principais beneficiadas por compra de ativos da Oi (OIBR3;OIBR4), dizem analistas

As duas operadores devem ficar com mais da metade da base de usuários da Oi Móvel

Mitchel Diniz

Oi telecomunicações (Foto: Divulgação)
Oi telecomunicações (Foto: Divulgação)

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Após a aprovação da venda de ativos da Oi (OIBR3, OIBR4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as ações das empresas envolvidas na operação apresentam comportamentos distintos. Da parte compradora, TIM (TIMS3) opera em baixa de 0,45%, a R$ 13,20, no começo da tarde, por volta das 14h (horário de Brasília). Já a Telefônica Brasil (VIVT3) sobe 0,4%, a R$ 49,88.

As ações da Oi, por sua vez, buscam manter os ganhos da véspera, ainda que de forma tímida. OIBR3 opera estável, a R$ 1,07, enquanto OIBR4 sobe 1,14%, a R$ 1,77.

De maneira geral, os analistas avaliaram como positiva a anuência do conselho da Anatel sobre a venda da Oi Móvel para TIM, Vivo e Claro.

Os analistas do Bank of America (BofA) escreveram que a aprovação  já era esperada e é um passo positivo para a aprovação final da operação. Para eles, TIM e América Móvil, dona da Claro, serão as principais beneficiadas com a operação. Segundo o BofA, a TIM deve ficar com 40% da base de usuários da Oi Móvel, enquanto a Claro ficaria com 32%.

O BofA reiterou a recomendação de compra para ações da TIM, com preço-alvo de R$ 17. Também manteve a recomendação para ações da América Móvil, com preço-alvo de US$ 21.

A XP também tem recomendação de compra para TIM, com preço-alvo de R$ 21 para o final de 2022.  “Na nossa visão, a integração dos ativos da Oi vai transformar a TIM em termos de tamanho e rentabilidade”, disseram os analistas.

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Ontem, em reunião extraordinária, os conselheiros da Anatel aprovaram o pedido de anuência prévia para a venda da Oi Móvel para as concorrentes Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, TIM e Claro. Algumas condições foram estabelecidas, como o atendimento ao Plano Geral de Metas de Universalização de antenas 4g e o compromisso de acabar com sobreposição de frequência em um período de 18 meses.

“A análise técnica da Anatel reconheceu que os impactos no mercado de varejo serão mínimos, podendo levar inclusive a uma melhoria nos serviços, dada a atuação deficitária da Oi Móvel e sua situação financeira hoje”, escreveram os analistas da XP.

Os ativos da Oi foram vendidos por R$ 16,5 bilhões em leilão judicial no ano de 2020. A aprovação da Anatel é uma das etapas para a conclusão da operação. Para que a Oi receba os recursos, falta o julgamento da parte concorrencial da venda, a ser avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A autarquia poderá analisar o processo até o dia 15 de fevereiro.

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“Com o recebimento dos recursos, a Oi deve endereçar seus compromissos de curto prazo, além de obter parte do funding necessário para investimento na fibra”, disseram os analistas da XP.

“A venda da Oi Móvel praticamente conclui um extenso programa de desinvestimento da companhia, faltando só a aprovação da venda da participação da V.Tal (ex-InfraCo)”, escreveram os analistas da Levante Ideia de Investimentos.

Existe uma proposta para a venda de 60% do braço de infraestrutura da companhia. Desde 2019, a OI tem vendido alguns de seus ativos, como a participação da angolana Unitel, torres móveis e data centers. O prazo para a recuperação judicial da empresa termina no próximo mês de março.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados