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SÃO PAULO – Em discurso feito na Câmara dos Comuns nesta segunda-feira (21), a primeira-ministra britânica, Theresa May, não apresentou seu plano B para o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), mas descartou adiar a separação ou realizar um segundo referendo.
Além disso, ela não negou a possibilidade de um Brexit sem acordo, indo contra o que pedem seus opositores, que buscam tirar este risco da agenda. May, por outro lado, disse desejar dar garantias aos congressistas sobre como ficará a relação entre as duas regiões após a separação.
Na semana passada, May sofreu a pior derrota do governo britânico no Parlamento em quase 100 anos quando tentou aprovar o acordo que tinha feito com a União Europeia. Apesar do resultado, a premiê conseguiu, no dia seguinte, garantir o voto de confiança dos deputados, se mantendo assim no comando do governo.
Em seu discurso, a primeira-ministra lamentou ainda que o líder da oposição e do partido trabalhista, Jeremy Corbyn, não tenha participado das conversas para tentar encontrar um novo acordo.
Para ela, revogar o artigo 50 (que especifica as regras para o Brexit) seria contrário ao espírito do referendo de 2016, enquanto realizar uma segunda votação popular poderia estabelecer um precedente indesejável para o governo.
Entre as diversas dificuldades de negociação, May tem sofrido para encontrar uma solução sobre a situação da Irlanda do Norte – que integra o Reino Unido. O país, integra hoje o mercado único da UE e da união aduaneira junto com a República da Irlanda – que é independente e membro da UE.
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Hoje, os produtos não precisam ser inspecionados para fins alfandegários e cumprimento de normas entre os dois países. Com o Brexit isso pode mudar e gerar complicações, criando dificuldades para que as pessoas cruzem a fronteira das irlandas ou que ocorram negócios de bens e serviços entre os dois países. Apesar de ainda não ter uma solução, May afirmou hoje que não vai rever o Acordo de Belfast, que colocou fim na violência na Irlanda.
Com o Brexit marcado para 29 de março, o governo corre contra o tempo para evitar uma saída sem acordo, que deixaria incerto o cenário das fronteiras e das relações do Reino Unido com os países membros da UE. May agora deve apresentar logo um novo acordo para tentar se aprovado no Parlamento britânico e na UE.