Ter 100% da Braskem (BRKM5) não é o cenário ideal para Petrobras (PETR4), diz CFO

Novonor, parceira da Petrobras na Braskem, vem enfrentando dificuldades para vender sua fatia na petroquímica

Vitor Azevedo

Logo da Petrobras. Foto: (REUTERS/Sergio Moraes)
Logo da Petrobras. Foto: (REUTERS/Sergio Moraes)

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Executivos da Petrobras (PETR4) tentaram, em teleconferência de resultados dessa terça-feira (14), endereçar algumas questões que vêm rondando a companhia. Como destaque ficou a possível aquisição da Braskem (BRKM5), com a Novonor (ex-Odebretch) na tentativa de vender sua fatia na petroquímica há algum tempo.

Sergio Caetano Leite, CFO da Petrobras, mencionou que apesar de ter se falado recentemente de uma aquisição total da Braskem, esse cenário “não seria o ideal para a Petrobras”.

“Só acontecerá a compra integral em situação extrema. Para o downstream, a Braskem é uma plataforma de internacionalização. Em um cenário extremo, não deixaremos o ativo se deteriorar”, contextualizou o CFO. “Mas, no caso de uma situação extrema, reestruturamos nosso capital. Janela de endividamento continua entre US$ 50 e US$ 65 bilhões”, explicou.

Na semana passada, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou em entrevista à agência epbr que a estatal avalia comprar a participação da construtora e buscar sozinha, posteriormente, um sócio para o ativo. Recentemente, a Novonor tem enfrentando desafios na venda de sua fatia. O grupo Abu Dhabi Adnoc, por exemplo, desistiu de seguir com negociações pela participação, após ter feito em novembro uma oferta não vinculante de R$ 10,5 bilhões.

Atualmente, a Petrobras tem cerca de 47% da Braskem, com a opção de tag along (vender sua participação junto da Novonor, no caso de uma oferta) ou de cobrir o valor oferecido na proposta. A ex-Odebretch tem 50,1%.

“Modelo que vemos com bons olhos, em relação a Braskem, é de cogestão. Se elevarmos nossa participação para 49% ou 50%, o impacto na nossa dívida será inexpressivo. Será, basicamente, o que já temos hoje, visto que temos grande participação”, comentou Leite. O executivo ainda mencionou que uma possível operação da Petrobras em relação à Braskem faria parte do capex anunciado no último plano da petroleira estatal, que prevê investimentos de US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028.

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Por fim, o CFO mencionou que parceiros desejáveis pela Petrobras na Braskem tem abrangência grande, o que impulsionará a internacionalização do downstream. Segundo o diretor, cenário desejável é que apareça um parceiro que seja do setor, e que “possa acompanhar a Petrobras em movimentações futuras para impulsionar a Braskem”.

Para ele, a internacionalização da Braskem hoje está posta na atual característica da companhia. “É líder em resinas nos EUA, tem duas plantas na Alemanha, tem planta no México. Isso permite à empresa colocar produtos nesses mercados, Americano e Europeu”, fala.