Tensão na Argentina diminui após conversa entre Macri e Fernández

Eles se comprometeram a colaborar no que fosse possível para que o processo eleitoral e as incertezas políticas não afetem tanto a vida dos argentinos nos próximos meses

Equipe InfoMoney

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Mauricio Macri, atual presidente e candidato à reeleição na Argentina, e Alberto Fernández, principal opositor e forte concorrente ao cargo, conversaram na tarde de ontem (14) e se comprometeram a colaborar no que fosse possível para que o processo eleitoral e as incertezas políticas não afetem tanto a vida dos argentinos nos próximos meses.

O mercado parece ter respondido bem às declarações dos dois principais candidatos à presidência nas eleições do dia 27 de outubro. O dólar hoje (15), pela primeira vez na semana, caiu, chegando a valer 55 pesos argentinos, uma queda de 8 pontos em relação aos 63 que chegou a atingir nessa quarta-feira. No Banco Nación, a moeda americana estava sendo anunciada, no início da tarde desta quinta-feira, por 59 pesos, o equivalente a uma queda de 4 pesos. O risco-país também diminuiu, chegando a 1.791 pontos, contra os 1.946 do fechamento de ontem.

As eleições primárias argentinas que ocorreram no último domingo, funcionam como uma grande pesquisa nacional. Alberto Fernández e a sua vice, Cristina Kirchner, alcançaram 47% dos votos, mais do que os 45% necessários para levar a vitória em primeiro turno. Macri recebeu 32% dos votos.

Segundo Macri, ele e Fernández combinaram de manter uma linha de diálogo aberta. Ele disse ainda que seu opositor se mostrou com intenção de “levar tranquilidade aos mercados”.

Fernández, por outro lado, disse que é preciso que Macri seja presidente neste momento, não candidato. “Macri tem que terminar o seu mandato. Necessito que ele governe. Eu nem sequer venci o primeiro turno das eleições, sou apenas um candidato”. Alberto Fernández afirmou, ainda, que pediu ao presidente “atenção à questão das reservas”.

Pacote de medidas

O pedido de Fernández se deve ao fato de que, ontem, Macri anunciou um pacote de medidas para trazer alívio a 17 milhões de trabalhadores argentinos, que vêm amargando uma crise econômica há mais de um ano. Alguns especialistas acreditam que o pacote do presidente pode afundar ainda mais o país, que fechou o ano de 2018 com mais de 40% de inflação e mais de 30% da população na linha da miséria. A Argentina recebeu um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 57 bilhões.

Entre as medidas anunciadas por Macri, está a redução na carga de impostos, publicada hoje no Boletim Oficial do governo argentino. Quanto ao aumento no salário mínimo, também anunciado ontem, a decisão ficou para o dia 22 de agosto, quando se reunirá o Conselho do Salário, para definir o acréscimo.

Em relação ao congelamento do preço da gasolina por 90 dias, outra medida anunciada pelo presidente, o assunto ainda deverá ser acordado com as petrolíferas.

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