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A prioridade total da diretoria da Tenda (TEND3) para este ano é recompor a margem da empresa para níveis saudáveis. Por isso, novos terrenos e aquisições, além de lançamentos, estão sendo analisados com muita cautela.
“Novas aquisições e lançamentos só vão ocorrer com meta de 32% a 34% de margens, que é o intervalo ideal da companhia”, afirmou nesta quinta-feira (12) o CEO da Tenda, Rodrigo Osmo.
De acordo com o balanço da Tenda, a margem bruta ajustada no primeiro trimestre foi de 21,6%. Desconsiderando a revisão orçamentária, a margem bruta ajustada da marca Tenda contabilizaria 24,6%.
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As declarações ocorreram durante teleconferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre da Tenda, quando a empresa reverteu lucro de um ano antes em prejuízo de R$ 67 milhões.
Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa operam entre perdas e ganhos. Por volta das 13h27, avançavam 0,43%, cotadas a R$ 4,72.
Lançamentos
Com relação aos terrenos que a empresa possui hoje, o CEO afirmou que eles “estão em revisão”, pois há uma pequena parcela de terrenos que não tem viabilidade de lançamentos.
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“Tínhamos no passado um grande compromisso com volume (de terrenos). Abandonamos essa premissa. Hoje precisamos ter projetos rentáveis e adequar o tamanho da nossa operação, mesmo que implique em ajuste. Temos que ter lançamentos que façam sentido. Isso vai implicar em alguns dos nossos terrenos estarem em revisão”, afirma o CEO.
Seletividade
O CFO da Tenda (TEND3), Marcos Pinheiro, reforçou que a empresa tem sido muito seletiva em como e quais novos lançamentos serão feitos, especialmente após o ano de 2021, que “trouxe vários desafios”.
Os sete lançamentos do 1T22 totalizaram VGV de R$ 467 milhões, com queda de 24% frente o mesmo período do ano passado, o que “mostra o ritmo de desaceleração na expansão”, segundo Marcos Pinheiro, CFO.
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A regra da empresa é efetivar lançamentos que gerem pelo menos 30% de margem bruta, além da relevante geração de caixa.
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Caixa
Em relação à alavancagem da empresa, o CFO da Tenda, Marcos Pinheiro, afirmou que a companhia está realizando uma série de ações para amenizar o cash burn (queima de caixa).
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Entre elas, Pinheiro citou o ajuste do prazo de pagamento de fornecedores, ajuste no capital de giro e na gestão de precificação das unidades habitacionais.
Marcos citou que a Tenda tem uma postura conservadora na sua gestão financeira, mas que 2021 trouxe muitos desafios, refletindo nos resultados do 1T22.
Por isso, a companhia atua com alavancas para a geração de caixa que tenham reflexo no índice de alavancagem.
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Casa Verde e Amarela (CVA)
Sobre o programa Casa Verde e Amarela – que substituiu o antigo Minha Casa Minha Vida –, Osmo afirmou que está performando “abaixo das expectativas” e defendeu que ocorra um “choque” de mudanças em alguns parâmetros.
Isso por que, em abril, segundo ele, mesmo com a curva 2 de subsídio implementada, o programa ficou abaixo do orçamento previsto.
O CEO da Tenda acredita que o governo federal deve implementar mudanças ainda este ano no programa, na esteira do ano eleitoral. “Todos em Brasília estão sensibilizados, a Caixa também. Há discussões que estão acontecendo em relação à curva [de subsídios]”, diz ele.
Mas, segundo o CEO, outra discussão pode ter ainda mais efetividade, que é da possibilidade ampliação do prazo de financiamento do FGTS de 30 para 35 anos, para quem adere ao programa.
Análise dos resultados da Tenda (TEND3)
Sobre os resultados da construtora, o Credit Suisse ainda está cauteloso com recuperação das margens da Tenda (TEND3)
Os resultados do 1T22 foram melhores que os do 4T21, diz o Credit Suisse, “mas ainda foram marcados por derrapagens de custos e prejuízo líquido”.
“A empresa anunciou medidas claras para recuperar suas margens, no entanto, temos uma visão cautelosa sobre quanto tempo esse processo levaria. Embora vejamos potenciais riscos ascendentes provenientes de novas revisões no programa CVA, preferimos ver melhorias claras nas operações antes de nos tornarmos menos cautelosos”, explica a análise.
Assim, o Credit Suisse manteve classificação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 23,00.
Sinais de alívio
Enquanto isso, o Bradesco BBI escreveu em relatório que já enxerga “alguns primeiros sinais de alívio” para a Tenda (TEND3)
O BBI deixa claro que os resultados gerais da Tenda no 1T22 não foram bons, “mas podemos dizer que os resultados não foram tão ruins quanto o mercado esperava”.
Do lado positivo, o BBI vê alívio das margens brutas, que ainda estão em níveis abaixo do ideal, “mas estão finalmente mostrando uma reversão da tendência de queda livre observada em 2021, trimestre após trimestre”.
“Achamos que isso sugere claramente uma melhora adicional no 2T22, com a entrada em vigor das novas regras de subsídio da CVA. Nesse sentido, podemos até ver a recuperação das ações após o recente colapso”, projeta.
A classificação da ação é outperform (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo de R$ 28,00,
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