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A Temu lançou oficialmente suas operações no Brasil nesta semana, com seu site e aplicativo agora em português, preços cotados em reais e formas de pagamento já permitindo Pix. Até agora, o lançamento foi anunciado apenas para usuários pré-registrados, com uma campanha completa ainda por vir. A notícia chega no momento em que o Senado brasileiro aprova um imposto federal de importação de 20% para itens abaixo de US$ 50, em uma medida que reduz, mas não elimina totalmente a lacuna tributária dos nacionais em relação aos estrangeiros.
Na visão do Goldman Sachs, num primeiro momento, o impacto inicial será menor nas varejistas domésticas listadas em Bolsa. “Embora acreditemos que a Temu possa crescer de forma relativamente rápida no Brasil, esperamos que o impacto imediato seja mais relevante para outros concorrentes internacionais, bem como para os varejistas offline tradicionais focadas em mercadorias sem marca e com baixo preço médio de venda”, avaliam os analistas do banco.
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A Temu deve crescer de forma relativamente rápida, com base na disposição da sua controladora chinesa Pinduoduo (PDD) de investir na aquisição de clientes, à medida que entra em novos mercados, aponta o banco. Considerando o elevado interesse dos consumidores brasileiros em ofertas internacionais de preços baixos, o Goldman acredita que a Temu poderá ampliar sua base de usuários no Brasil em um curto período de tempo. Para contextualizar, a Temu se tornou a número 1 em termos de MAU (Atividade Mensais dos Usuários) no mercado mexicano apenas seis meses após o lançamento e continua sendo um dos principais aplicativos de comércio eletrônico em termos de envolvimento, com cerca de 19 milhões de MAUs, em comparação com o Mercado Livre (MELI34) (líder em termos de GMV, ou volume bruto de mercadorias) em cerca de 15 milhões e Amazon México com cerca de 5 milhões de usuários.
Para o Goldman, a Temu pode ganhar participação da Shopee ou Aliexpress. Enquanto isso, o Mercado Livre continuou a apresentar um crescimento pronunciado do GMV no México ao longo de 2023, mesmo após a entrada da Temu nesse mercado.
“Portanto, acreditamos que o Temu inicialmente atrai um cliente de ocasião ligeiramente diferente do Mercado Livre”, avaliam os analistas. Os gastos da Temu em publicidade podem aumentar o CAC (custo de aquisição ao cliente) da indústria, mas também este pode ser um risco maior para os varejistas que dependem mais do tráfego pago em comparação com o Mercado Livre, onde o tráfego é predominantemente orgânico, apontam.
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A XP, por sua vez, ressalta ter feito uma rápida comparação de preços e nota que, embora a Temu tenha os descontos mais agressivos, seus preços nos 4 SKUs (unidades de produtos) mapeados (vestuário, cozinha e eletrônicos) não são necessariamente os mais baixos, com Shopee e Shein sendo os líderes de preço em alguns produtos. Além disso, eles contam com prazos de entrega mais rápidos, provavelmente refletindo sua operação de fornecedores local mais desenvolvida.
As buscas apontam que as entregas das plataformas serão tratadas principalmente pelos Correios, com prazos de entrega variando de 15 a 30 dias, versus 8 a 21 dias para a Shopee. Neste momento, o frete na Temu é gratuito para todas as compras, com bônus de R$ 10 oferecido em caso de atrasos e reembolso integral caso o produto demore mais de 65 dias para chegar.
“Na nossa opinião, o lançamento oficial da Temu no país deve aumentar a concorrência, sendo um risco mais direto para os marketplaces, enquanto as varejistas de vestuário de média/baixa renda também podem ser afetados, já que o site conta com uma categoria de vestuário mais atrativa. No entanto, acreditamos que o imposto de importação recentemente aprovado sobre compras internacionais abaixo de US$ 50 deve reduzir a competitividade dos preços nas plataformas internacionais, mas ainda estará longe de fechar a lacuna da carga tributária dos players locais”, avalia a XP.
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