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Setembro teve um início quente, ficando acima da média dos últimos quatro anos em 60% das cidades monitoradas.
Para os analistas da XP, apesar de não ser mais um tema do momento entre os investidores, ainda vale a pena monitorar a volatilidade do clima para as varejistas, uma vez que ainda se observam temperaturas atípicas que podem afetar as coleções de primavera/verão do setor.
“Olhando para o futuro, não esperamos grandes surpresas, embora o La Niña (probabilidade agora em 60%) possa levar a um verão mais ameno”, apontam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Summer, analistas que assinam o relatório.
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Após uma rápida visita às lojas para mapear a percepção de vendas dos vendedores, a visão é de que: i) a volatilidade do clima tem levado as lojas a ajustarem seu visual merchandising semanalmente; e ii) alguns produtos de frio estão em falta nos estoques após as grandes liquidações de inverno.
Ao atualizarem o monitor de temperatura nas 10 principais capitais do Brasil, os analistas observam que setembro teve um início quente, com temperaturas gerais acima da média dos últimos 4 anos em 60% das cidades monitoradas, com destaque para Curitiba (+3,4ºC), São Paulo (+2,8°C) e Manaus (+2,3ºC). Olhando para o futuro, as previsões do Weather Channel de São Paulo apontam para uma forte volatilidade no decorrer do dia, com a chegada de outra frente fria.
Previsões recentes do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam para temperaturas mais quentes do que a média nos próximos meses, enquanto a probabilidade de La Niña da NOAA continua alta, embora tenha caído para 60% (contra 70% em junho), especialmente para outubro deste ano e fevereiro de 2025. Assim, a XP acredita que as empresas provavelmente continuarão a investir em SKUs (itens) versáteis e em uma produção ágil.
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Ao fazerem visita às lojas em quatro shopping de São Paulo para acompanhar as tendências atualizadas da demanda, os analistas da XP observam que o terceiro trimestre costuma ser mais ameno em termos de demanda, pois segue períodos promocionais importantes, como os Dias das Mães e dos Namorados. No entanto, a maioria das lojas antecipou com sucesso suas liquidações de inverno e a chegada das coleções de verão, além de fazer um grande esforço para mudar o visual merchandising semanalmente para lidar com a volatilidade do clima. Entretanto, alguns produtos de frio já foram esgotados após os descontos, o que pode comprometer as vendas se os picos de frio chegarem no final da estação.
Mais uma questão de estoques
A gestão de estoques também ganha destaque ao olhar para outra consequência da seca, conforme aponta o BTG Pactual: o aumento dos custos com frete.
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Com a aproximação do final do ano, duas das mais importantes datas comerciais ganham destaque para os varejistas brasileiros: a Black Friday e o Natal. E todos os anos, por volta de julho-outubro, as secas no estado do Amazonas tornam-se um tópico de discussão. O Amazonas abriga a cidade de Manaus (um dos principais polos industriais de eletrônicos e itens de tecnologia do Brasil), composta por vários rios que formam uma das mais importantes redes de transporte de mercadorias dos fabricantes para os vendedores do país.
Neste ano, os custos de frete, apontam os analistas, que naturalmente aumentam durante a “estação seca” devido à dificuldade de transportar mercadorias em rios com baixos níveis de água, estão significativamente mais altos do que o normal.
Conforme relatado pelo Valor Econômico, o frete por contêiner, que variava entre US$ 900 e US$ 2.000 no ano passado (durante uma das secas mais severas dos últimos anos) para os quatro maiores players responsáveis pela logística na região, agora subiu para US$ 3.000-5.900 este ano.
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De acordo com as associações do setor, os varejistas anteciparam as compras este ano, especialmente de TVs e aparelhos de ar-condicionado, em 3-4 semanas, o que reduziu os riscos relacionados às secas.
“No entanto, se o clima não ajudar e os preços dos fretes continuarem muito acima dos níveis normais, deveremos ver aumentos de preços este ano, juntamente com a possibilidade de escassez, especialmente no Natal”, avaliam os analistas.
Além disso, a “estação seca” começou mais cedo do que o normal este ano. Por sua vez, o setor se preparou melhor este ano, acrescentando dois portos flutuantes privados com capacidade para abrigar grandes navios na região. “Embora quase toda a produção para o final do ano já tenha sido vendida, os produtos ainda não foram 100% entregues, o que pode afetar os custos mencionados”, ressalta o banco.
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