Taxas interbancárias têm novas quedas apesar de clima negativo nas bolsas

Libor completa seqüência de oito baixas; taxa de operações em dólar na madrugada registrou menor nível desde junho de 2004

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SÃO PAULO – Respondendo às contínuas intervenções governamentais a fim de combater a crise e prover maior liquidez aos mercados financeiros, as taxas interbancárias têm novo pregão de queda nesta quarta-feira (22), apesar do clima negativo que predomina sobre as bolsas.

A Libor, taxa interbancária londrina, referente a empréstimos em dólar e com vencimento em três meses, registra nesta manhã sua oitava queda consecutiva, ao recuar para o nível de 3,54%. Por sua vez, a taxa que regula as operações interbancárias em dólar durante a madrugada marcou seu menor patamar desde junho de 2004.

A tendência de queda dos juros não se restringe aos mercados europeu e norte-americano, encontrando respaldo também na Ásia. Por lá, a taxa interbancária de Hong Kong também referente a contratos com vencimentos em três meses trilha sua quarta baixa consecutiva, atingindo 3,14%, nível não registrado em mais de um mês.

Fim da era da inocência

Dando seqüência ao seu socorro ao sistema financeiro, o BCE (Banco Central Europeu) realizou nesta quarta-feira novos leilões de injeção de recursos, totalizando um montante de cerca de US$ 72 bilhões, a taxas de juros fixas e descontadas em relação ao mercado.

A despeito da recente trajetória negativa, as taxas interbancárias européias e asiáticas ainda se encontram historicamente elevadas. Nesse sentido, o presidente do BoE (Bank of England), Mervyn King, mostrou-se cético quanto a expectativas de um recuo das taxas aos níveis em que se encontravam antes da crise financeira.

“A era da inocência, em que os bancos emprestavam recursos uns aos outros por três meses, ou prazos ainda maiores, por prêmios modestos não irá voltar – se voltar – tão rapidamente”, afirmou Mervyn King.