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SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em alta, em especial entre os contratos mais longos, refletindo o avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após novos dados diminuírem temores de que a economia dos EUA poderá entrar em recessão.
Entre os contratos de curtíssimo prazo as taxas também subiram, ainda que com menor intensidade, com investidores elevando as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subirá a taxa Selic em setembro.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,78%, ante 10,749% do ajuste anterior.
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Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,52%, ante 11,408% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,49%, ante 11,353%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,51%, ante 11,397%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,48%, ante 11,388%.
No início do dia o Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 1,0% em julho, após a queda revisada para baixo de 0,2% em junho.
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O resultado foi bem melhor que o esperado pelo mercado. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançariam 0,3%.
Já o Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estaduais caíram em 7.000, para 227.000, com ajuste sazonal, na semana encerrada em 10 de agosto. Economistas previam 235.000 pedidos para o período.
Os números do varejo e do mercado de trabalho sugeriram que a economia dos EUA segue forte, o que deu força aos rendimentos dos Treasuries, com investidores reduzindo as apostas de que o Federal Reserve poderá fazer um corte de 50 pontos-base de juros em setembro, em vez de 25 pontos-base.
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No Brasil, as taxas dos DIs acompanharam o avanço dos yields.
“As taxas no Brasil estão em sintonia com o exterior e corrigindo o fechamento mais brusco que vimos recentemente”, comentou João Ferreira, sócio da One Investimentos.
De fato, as taxas futuras de prazos mais longos cederam nas quatro sessões anteriores no Brasil, refletindo em alguns momentos o exterior, mas também a queda do dólar ante o real e discurso considerado mais hawkish (duro com a inflação) do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo.
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Na semana passada Galípolo afirmou que toda a diretoria do BC está disposta a fazer o que for necessário para perseguir a meta de inflação, de 3%. Na última segunda-feira, ele afirmou que uma possível alta da Selic “está na mesa” do Copom.
“O posicionamento de Galípolo, com tom mais hawkish, deu uma acalmada no mercado, que viu uma redução da precificação de risco na parte mais longa da curva”, disse Ferreira, ao descrever o movimento dos dias anteriores. “Mas hoje a alta da curva é puxada pelo exterior.”
A taxa do contrato para janeiro de 2025 — que nos últimos dias se manteve muito próxima da estabilidade, mesmo quando o viés para o restante da curva era baixista — também subiu um pouco nesta quinta-feira. Assim, a precificação em uma alta da Selic em setembro continuou aumentando, ainda que profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias estejam alertando que o BC tende a manter a Selic no curto prazo.
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Perto do fechamento a curva a termo brasileira precificava 77% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic no próximo encontro do Copom, em setembro. A probabilidade de manutenção em 10,50% ao ano estava em 23%. Na véspera os percentuais eram de 75% e 25%, respectivamente.
Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 10 pontos-base, a 3,919%.