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As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em alta na ponta curta, refletindo a piora das projeções de inflação no Focus e o persistente desconforto com a situação fiscal brasileira, enquanto as taxas longas ficaram quase estáveis após os fortes avanços recentes, enquanto investidores aguardam a decisão de política monetária do Copom na próxima quarta-feira.
Na prática, o movimento desta segunda-feira foi de desinclinação da curva a termo.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,695%, ante 10,651% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,28%, ante 11,194% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,595%, ante 11,516%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,08%, ante 12,074%, e o contrato para janeiro de 2033 marcava 12,1%, ante 12,106%.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries subiram durante a sessão após os fortes recuos vistos na semana passada, com investidores consolidando posições antes de falas de dirigentes do Federal Reserve nos próximos dias.
No Brasil, o viés de alta era mais claro entre as taxas dos contratos de curto prazo, em meio às apostas de que o Banco Central não cortará a taxa básica Selic, atualmente em 10,50% ao ano, no encontro desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom).
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“O mercado já dá como certo que o BC vai interromper o ciclo de cortes de juros, mantendo a Selic estável. O aumento das expectativas de inflação para o ano que vem no Focus, pela sétima semana, reforça essa aposta”, pontuou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos.
Pela manhã, o BC informou que, conforme o relatório Focus, a mediana das projeções do mercado para a inflação em 2024 subiu de 3,90% para 3,96% e em 2025 foi de 3,78% para 3,80% — neste segundo caso, na sétima elevação consecutiva. Além disso, a projeção da Selic para o fim deste ano foi de 10,25% para 10,50%, indicando que os economistas deixaram de esperar corte adicional de 25 pontos-base na taxa básica no atual ciclo.
“A curva de juros tem uma inflação inclusive mais pessimista”, pontuou pela manhã o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. “A curva de juros enxerga alta de juros no segundo semestre. Eu acho que não, acho que o cenário mais provável é de manutenção da Selic até o fim do ano”, ressaltou.
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Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram ainda que certo mal-estar em torno da situação fiscal brasileira continua, apesar de nos últimos dias o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros do governo terem procurado sinalizar intenção de cortar gastos.
“O mercado está efetivamente processando informações, que estão fluindo, para poder atualizar a narrativa. A retórica de suporte ao ministro da Fazenda, (Fernando Haddad), as reuniões (do governo) com o setor financeiro e as declarações do presidente eram esperadas”, comentou Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. “Mas todos esperam algum tipo de ação, de propostas concretas (na área fiscal)”, acrescentou.
Esta segunda-feira foi mais um dia de declarações de membros do governo demonstrando preocupação com a área fiscal, mas sem apresentação de nova ações.
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Após encontro com Lula, Haddad afirmou que o nível elevado de renúncias fiscais nas contas do governo federal chamou a atenção o presidente durante reunião preparatória para elaboração do Orçamento do próximo ano. Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que Lula se mostrou mal impressionado com o aumento dos subsídios nos gastos públicos.
As discussões em torno do Orçamento para 2025 ocorrem às vésperas da decisão do Copom, na quarta-feira. Mais do que a decisão em si, investidores observarão se haverá novamente divisão de votos entre os nove dirigentes do BC.
“Se mantiverem a divisão, o mercado continua um pouco desconfortável com a substituição do presidente Campos Neto em 2025. Todo o estresse que vimos recentemente no câmbio e na curva acelerou após a última reunião do Copom”, lembrou Lucci, CEO da BGC Liquidez.
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Perto do fechamento desta segunda-feira a precificação da curva indicava 93% de chances de manutenção da Selic em 10,50% no encontro do Copom nesta semana. Havia outros 7% de probabilidade precificados de que o colegiado poderá aumentar em 25 pontos-base a Selic. Na sexta-feira, os percentuais eram de 90% e 10%, respectivamente.
No exterior, às 16h41 o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 6 pontos-base, a 4,277%.
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