Juros futuros: taxas mantêm altas firmes após fala de Campos Neto

Lula voltou a criticar o Banco Central nesta manhã, dizendo que a autarquia não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado

Reuters

Presidente do BC, Roberto Campos Neto  - 07/06/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do BC, Roberto Campos Neto - 07/06/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

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Mesmo depois de terem subido por cinco sessões consecutivas, as taxas dos DIs iniciaram a terça-feira com altas firmes e se mantiveram assim após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento na Europa, em meio à escalada recente do risco fiscal.

Às 12h45, a taxa dos Depósitos Interfinanceiros para janeiro de 2027 — um dos mais líquidos — estava em 12,13%, com alta de 6 pontos-base ante o ajuste da véspera. O movimento ocorre em paralelo ao avanço do dólar ante o real.

Pela manhã, antes mesmo da abertura do mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à rádio Sociedade, de Salvador, que fará “alguma coisa” em relação à alta do dólar ante o real, mas evitou detalhar qual medida será tomada “porque senão estarei alertando meus adversários”.

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Lula também voltou a criticar o BC, dizendo que a autarquia não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado.

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Os comentários em relação ao BC somam-se às falas do presidente nos últimos dias, que vêm sendo apontadas por profissionais do mercado como um dos principais motivos para que o dólar tenha disparado ante o real e a curva de juros esteja em forte alta no Brasil.

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Durante a manhã, Campos Neto afirmou que a autarquia tem que ficar fora da “arena política” e argumentou que o tempo mostrará que o trabalho da autoridade monetária é técnico.

“Há um prêmio de risco na curva (de juros), e ele tem sido elevado nas últimas semanas com a incerteza sobre o que acontecerá quando a próxima liderança, o próximo time (do BC) assumir”, afirmou Campos Neto, que deixará o comando da instituição no fim de dezembro. Ele participou de evento organizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal.

Neste início de tarde, a curva a termo precificava 41% de chances de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% no fim deste mês e 59% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. Estes percentuais contrastam com o que era visto na última sexta-feira, quando a precificação estava em 70% pela manutenção e 30% pelo aumento.

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“A pressão do mercado para que o Copom suba os juros pode se intensificar caso o dólar não caia rapidamente nas próximas semanas”, disse mais cedo o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.