Taxas de juros futuros recuam no longo prazo com avanço de pacote fiscal no Congresso

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,78%, ante os 14,799% do ajuste anterior

Reuters

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As taxas dos DIs recuaram para contratos de longo prazo nesta terça-feira, à medida que o mercado reagia a notícias de que as medidas fiscais do governo serão votadas no Congresso nesta semana, enquanto as taxas de curto prazo subiam, em ajustes devido à projeção de uma política monetária mais contracionista no Banco Central.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 15,1%, ante 14,998% no ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 15,42%, ante o ajuste anterior de 15,402%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,78%, ante os 14,799% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,54%, ante os 14,553% da sexta-feira.

O foco dos investidores nesta sessão foi mais uma vez as tratativas do governo para que seu pacote de contenção de gastos seja aprovado no Congresso até o fim do ano, o que significa votá-lo inteiramente até sexta-feira, antes de os parlamentares deixarem Brasília para o recesso.

Em sessões recentes, as taxas futuras disparam diante da percepção de que a votação das medidas pudesse ser adiada para 2025, com a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de cirurgia em São Paulo, das articulações.

Agentes financeiros ainda temem que as medidas possam ser desidratadas.

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“O que vem gerando todo esse ruído é a deterioração do cenário fiscal, mas a piora mais recente está mais relacionada ao ambiente político, com as dificuldades do governo de cumprir metas e aprovar suas medidas”, disse Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos.

O noticiário desta terça, no entanto, parecia deixar os investidores um pouco mais otimistas com a tramitação do pacote fiscal, o que ajudava a derrubar os prêmios de risco no longo prazo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a Casa votará um dos projetos do pacote fiscal ainda nesta terça. A previsão dele é de que outras duas propostas sejam analisadas pelo plenário na quarta-feira.

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Do lado do governo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, forneceu sinal positivo ao indicar que é preciso encontrar um “meio do caminho” que viabilize a aprovação no Congresso dos projetos que compõem o pacote fiscal sem desidratá-los.

“O risco de desidratação do Congresso é a pauta da vez… e há sinais de que temas importantes devem avançar, mesmo que com um certo custo político”, disse Sueishi.

Para o curtíssimo prazo, os juros futuros voltaram a subir no dia, à medida que os investidores realizavam ajustes em meio às mudanças nas perspectivas para a política monetária no próximo ano. Nesse ponto, a divulgação da ata da mais recente encontro do Copom estava na mente dos investidores.

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No documento divulgado mais cedo, o BC justificou sua decisão da semana passada de elevar a Selic em 1 ponto percentual ao afirmar que está observando “uma deterioração adicional em componentes que afetam a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado”.

Na reunião, o Copom ainda sinalizou com duas altas da mesma magnitude em 2025.

“O comunicado já tinha sido duro e a ata trouxe continuidade a esse tom, mas o mercado está precificando além do que o Banco Central está sinalizando”, afirmou Sueishi.

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Operadores colocavam 75% de chance de uma alta de 1,25 ponto percentual na Selic, atualmente em 12,25% ao ano, em janeiro, com 25% de probabilidade de um aumento de 1,5 ponto.

No exterior, o movimento ainda é de cautela antes do anúncio da decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente que o banco central dos Estados Unidos reduza a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.

O rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 1 ponto-base, a 4,238%.