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SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs de curto prazo fecharam a sexta-feira em alta, precificando mais de 90% de probabilidade de a taxa básica Selic subir em setembro, após dados fortes de atividade em junho e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando discurso de que a instituição poderá elevar os juros para conter a inflação, se necessário.
Na ponta mais longa da curva a termo o viés foi de baixa ante o ajuste da véspera, em um dia de queda também para os rendimentos dos Treasuries.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,83%, em alta de 4 pontos-base ante os 10,793% do ajuste anterior.
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Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,63%, em alta de 9 pontos-base ante o ajuste de 11,542%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,54%, ante 11,51%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,47%, em baixa de 5 pontos-base ante o ajuste de 11,519%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,44%, ante 11,484%.
Durante a semana o movimento predominante no mercado de DIs foi de queda das taxas com prazos mais longos, em um movimento de retirada de prêmios favorecido pelo exterior e pela baixa do dólar ante o real. Entre os contratos de curtíssimo prazo, porém, as taxas vinham se sustentando em níveis elevados, com o mercado mantendo as apostas de que o BC precisará subir em setembro a Selic, hoje em 10,50% ao ano, para segurar a inflação.
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“Elevaremos a taxa de juros se for necessário”, diz Campos Neto
Presidente do BC também reforçou que a autoridade monetária não quis se comprometer com nenhuma indicação para os próximos encontros do Copom
IBC-Br sobe 1,40% em junho, bem acima do esperado, diz BC
Consenso LSEG de analistas esperava uma alta de 0,50% no mês; em relação a junho de 2023, o indicador que é considerado uma prévia do desempenho do PIB brasileiro mostrou alta de 3,2%
A rigidez das apostas na alta da Selic vinha sendo corroborada por tom mais duro adotado recentemente pelo diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Ele afirmou na semana passada que a diretoria do BC está disposta a fazer o que for necessário para perseguir a meta de inflação, de 3%. Na última segunda-feira, Galípolo afirmou que uma possível alta da Selic “está na mesa” do Copom.
Nesta sexta-feira foi a vez de Campos Neto reforçar que a instituição busca cumprir a meta e que subirá a Selic “se necessário”.
“Todos os diretores estão adotando nosso discurso oficial. Estamos reforçando que não estamos dando nenhum guidance, mas que faremos o que for necessário para levar a inflação à meta”, disse Campos Neto durante participação no evento Barclays Day, promovido pelo Banco Barclays, em São Paulo. “Elevaremos a taxa de juros se for necessário.”
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O comprometimento do BC com a busca da meta reforçou as apostas de alta da Selic.
“O discurso hawkish (duro com a inflação) do BC, tanto do Galípolo quanto do Campos Neto, ajuda na queda do dólar e pressiona para cima a curva curta”, avaliou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. “Tem uma questão de credibilidade nisso, que ajuda (no movimento).”
Pela manhã, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indicou alta de 1,4% em junho ante maio, na série com ajustes sazonais, bem acima da elevação de 0,5% esperada por economistas ouvidos pela Reuters.
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Embora o crescimento da atividade seja uma boa notícia, os receios com a inflação continuam.
“A gente deve crescer este ano pelo menos 2,5%, é possível pensar até em um crescimento de 3%, mas com inflação pressionada”, alertou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. “Está muito difícil enxergar inflação abaixo de 4% este ano, e no ano que vem a coisa também começa a ficar complicada.”
Neste cenário, perto do fechamento a curva brasileira refletia uma visão mais “hawkish” (dura contra a inflação) para a política monetária, precificando 94% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em setembro. A probabilidade de manutenção em 10,50% ao ano estava em apenas 6%. Na véspera os percentuais eram de 77% e 23%, respectivamente.
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Com o avanço das taxas curtas nesta sexta-feira, a curva brasileira desinclinou um pouco, com as taxas longas cedendo ante os ajustes da véspera. A queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior favoreceu isso, após o recuo de 14,1% do índice de construção de novas moradias nos EUA em julho, em um sinal de fraqueza do mercado imobiliário norte-americano.
Às 16h39, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 4 pontos-base, a 3,89%.
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