Taxas de DIs a partir de 2026 caem apesar de pressão trazida pelo Oriente Médio

Entre os contratos de curto prazo, as taxas seguiram precificando elevações da Selic nos próximos meses

Reuters

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As taxas dos DIs com prazos a partir de janeiro de 2026 fecharam a terça-feira (1) em baixa, ainda que o movimento global de aversão ao risco, após o Irã lançar mísseis contra Israel, tenha pressionado a curva de juros durante a tarde.

Entre os contratos de curto prazo, as taxas seguiram precificando elevações da Selic nos próximos meses, o que ajudou a tirar um pouco da pressão entre os DIs mais longos.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo — estava em 11,012%, praticamente estável ante os 11,009% do ajuste anterior.

No chamado “miolo da curva”, a taxa para janeiro de 2026 estava em 12,25%, em baixa de 7 pontos-base ante o ajuste de 12,319%. O vencimento para janeiro de 2027 marcava 12,305%, em queda de 7 pontos-base ante o ajuste de 12,376%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,4%, em baixa de 4 pontos-base ante 12,437%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,35%, ante 12,371%.

Ao longo da manhã as taxas dos DIs demonstraram acomodação, a despeito das tensões no Oriente Médio manterem os mercados globais em alerta. Às 11h09 a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 12,28%, em queda de 10 pontos-base ante o ajuste da véspera, enquanto às 11h44 o DI para janeiro de 2033 marcou 12,34%, em baixa de 3 pontos-base.

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O ambiente piorou no início da tarde, após o Irã lançar mísseis contra Israel. Os receios de que ocorra uma escalada no conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio, podendo envolver inclusive nações de fora da região, fizeram os preços do petróleo dispararem, o dólar acelerar ganhos ante outras divisas e os rendimentos dos Treasuries ampliarem as baixas, em meio à busca dos investidores por ativos mais seguros.

No Brasil, isso se refletiu na aceleração do dólar ante o real e na migração das taxas dos DIs para o território positivo.

“O petróleo está disparando e as taxas dos Treasuries ampliaram as quedas, em um movimento de ‘fly to quality’ (voo para a qualidade), com a busca por ativos de menor risco”, comentou durante a tarde Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos. “E os emergentes acabam sofrendo nestas condições.”

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Às 14h25, já após as notícias do ataque do Irã, a taxa do DI para janeiro de 2027 marcou a máxima de 12,41%, em alta de 3 pontos-base, enquanto o DI para janeiro de 2033 atingiu o pico de 12,44%, em alta de 7 pontos-base.

Após o impacto inicial das notícias sobre o ataque, as taxas futuras desaceleraram no Brasil e, até o fim da sessão, migraram para o negativo em toda a extensão da curva a partir do janeiro 2026.

Para Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, o sentimento de aversão ao risco foi compensado em parte pela perspectiva de que o BC continuará subindo a Selic nos próximos meses.

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“No curto prazo, devemos continuar vendo o BC subindo mais um pouco os juros, muito provavelmente ele deve continuar subindo em 2025, já com a nova diretoria”, afirmou Izac. “Essa perspectiva dá uma segurada (nas taxas) na ponta mais longa da curva”, acrescentou.

Na prática, a percepção é de que, se elevar a Selic um pouco mais agora, o BC não precisará manter a taxa em patamares tão altos no futuro.

Na ponta curta, as taxas apresentaram oscilações mais contidas e seguiram apontando para alta de 50 pontos-base da Selic em novembro. Hoje a taxa básica está em 10,75% ao ano.

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Perto do fechamento a curva brasileira precificava 79% de probabilidade de o BC subir a Selic em 50 pontos-base em sua próxima decisão, contra 21% de chance de nova elevação de 25 pontos-base. Na segunda-feira os percentuais eram de 74% e 26%, respectivamente.

No exterior, em meio ao movimento de busca por segurança, às 16h43 o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 6 pontos-base, a 3,741%.