Taurus (TASA4) registra lucro 41,5% menor no 4º trimestre de 2022, a R$ 121 milhões

A receita líquida consolidada da Taurus no 4T22 foi de R$ 597,9 milhões, redução de 27,1% ante o 4T21.

Equipe InfoMoney

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A Taurus (TASA4) registrou lucro líquido de R$ 121 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), queda de 41,5% na comparação com igual período do ano anterior, informou a fabricante de armas nesta terça-feira (21).

No acumulado do ano, a empresa registrou o segundo maior resultado de sua história, com lucro líquido de R$ 520,0 milhões e margem sobre a receita líquida de 20,5%. O resultado representa redução de 18,1% no lucro e de -2,7 pontos percentuais (p.p.) na margem líquida em relação a 2021.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 166,0
milhões, 46,1% abaixo do apurado no 4T21 e, em 2022, somou R$ 795,5 milhões, com redução de 20,7% frente ao ano anterior. Segundo a companhia, o resultado se deve a fatores como redução no volume de vendas e na receita, tendo em vista principalmente a mudança no cenário do mercado norte-americano, do lucro bruto e o aumento das despesas operacionais, especialmente em função de menores receitas não recorrentes registrada em 2022.

A receita líquida consolidada da Taurus no 4T22 foi de R$ 597,9 milhões, redução de 27,1% ante o 4T21. No acumulado do exercício de 2022, totalizou R$ 2,54 bilhões, “atingindo pela segunda vez na história da companhia patamar superior a R$ 2 bilhões, ainda que o desempenho tenha sido 7,3% inferior ao registrado no exercício anterior”, destacou no release de resultados.

Além de armas & acessórios – principal segmento de atuação e responsável por 95,2% da receita da Companhia no exercício de 2022 –, a receita operacional líquida da Taurus é também composta por capacetes e pelo resultado das vendas de M.I.M. (peças de metal injetado ou metal injection molding, na sigla em inglês).

Já a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) no 4T22 foi a 27,8%, queda de 9,8 p.p. na comparação anual.

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O custo dos produtos vendidos (CPV) foi de R$ 363,7 milhões no 4T22, levando o CPV do ano a totalizar R$ 1,379 bilhão, o que, comparado ao 4T21 e exercício de 2021 representa, respectivamente, recuo de -14,2% e -3,0%.

“Ainda que a companhia tenha exercido firme controle sobre os custos, a pressão inflacionária, principalmente no primeiro semestre do ano, o dissídio de 12% sobre os salários concedido em 2022 e a parcela de custos fixos, que não dependem do volume de produção, fizeram com que a redução do CPV nos períodos em análise se desse em percentual inferior ao registrado na receita”, apontou.

O lucro bruto da Companhia no 4T22 foi de R$ 234,2 milhões, diminuição de -40,9% ante o 4T21, e a margem bruta foi de 39,2% sobre a receita líquida, queda de 9,1 p.p.. No acumulado de 2022, o lucro bruto somou R$ 1,16 bilhão, com redução de -11,9% comparado ao auferido em 2021, porém ainda o segundo melhor resultado bruto da história da Taurus, superando em 47,3% o lucro bruto registrado em 2020, apontou a companhia.

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A margem bruta no ano foi de 45,7% (queda de 2,4 p.p. na comparação com 2021). A empresa citou alguns fatores de pressão como a menor margem bruta no 4T22 influenciada pela venda de mais de 10 mil armas para o Exército e forças policiais das Filipinas, importante parceiro estratégico para a Taurus.

“O sucesso nessas licitações, no entanto, demanda a fixação de preço bastante competitivo, mas que ainda proporcionaram a obtenção de margem vantajosa para a Companhia”, avalia. Além disso, a valorização do real em relação ao dólar no ano reduziu a rentabilidade das vendas realizadas em moeda estrangeira, enquanto houve a menor diluição dos custos fixos.

“O arrefecimento do mercado de armas nos EUA em 2022, principal consumidor dos produtos da Taurus, não levou a companhia a pressionar suas margens como forma de ampliar suas vendas no país, mantendo posição de destaque nesse mercado”, apontou.

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No 4T22, as despesas operacionais, incluindo o resultado da equivalência patrimonial e perdas pela não recuperabilidade de
ativos, somaram R$ 78,0 milhões, o que indica redução de 18,6% em relação ao 4T21. Com as menores vendas realizadas no 4T22 e, portanto, menores desembolsos com fretes e comissões, as despesas com vendas apresentaram retração de R$ 11,7 milhões ou 15,7% no período.

Também as despesas gerais e administrativas, em função da gestão sobre os desembolsos, diminuíram em R$ 11,1 milhões ou 19,9% no 4T22, quando comparado com o 4T21.

Em suas duas unidades industriais, no Brasil e nos EUA, a Taurus produziu 328 mil armas no 4T22, totalizando 1,8 milhão de unidades no acumulado de 2022, segundo melhor volume da história da empresa em um ano.

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No 4T22, a Taurus vendeu 425 mil armas, levando as vendas anuais a totalizarem 1,9 milhão de unidades em 2022. Conforme
esperado, houve recuo no volume total das vendas em ambos os períodos de avaliação quando comparado ao registrado no ano
anterior, especialmente em função da reversão de alta do mercado norte-americano, principal destino dos produtos da Taurus.
No trimestre, o volume total comercializado pela Companhia apresentou redução de 30,7% em relação ao 4T22 e, no acumulado
de 2022, diminuição de 18,8% frente ao ano anterior.

No decorrer dos últimos 12 meses, a dívida bruta bancária da Taurus foi reduzida em R$ 205,1 milhões, passando de R$ 693,3
milhões em 31/12/2021 para R$ 488,2 milhões no enceramento do exercício de 2022. Ao mesmo tempo, a Companhia ampliou
sua posição de caixa e aplicações financeiras em 28,1% (R$ 72,2 milhões), chegando ao final de 2022 com saldo de R$ 328,7
milhões. Isso foi possível em função da forte geração de caixa da Companhia. Assim, o endividamento bancário líquido em
31/12/2022 era de R$ 159,5 milhões, tendo sido reduzido em 63,5% (R$ 277,2 milhões) no decorrer do exercício.
No encerramento do exercício de 2022, R$ 78,0 milhões, ou 16,0% da dívida bruta bancária total, era representado pelo saldo
remanescente relacionado ao acordo firmado com o sindicato dos bancos credores, cujo vencimento integral estava registrado
no curto prazo. O restante da dívida nessa data era formado por saques cambiais e empréstimos para capital de giro. A quase
totalidade da dívida bruta (99,3%) ao final de 2022 está registrada em moeda estrangeira. Com a maior parte de sua receita
proveniente de vendas realizadas no exterior (65,3% da receita líquida total em 2022), em dólares, a Companhia conta com hedge
natural para seu endividamento nessa moeda. A parcela da dívida com vencimento no curto prazo representava 80,5%
(R$ 393,0 milhões) do endividamento bancário bruto, sendo que os 19,5% restantes (R$ 95,3 milhões) registrados no longo prazo
tinham seu vencimento em 2024. A exemplo de anos anteriores, a Companhia está em negociação com os bancos credores visando
alterar esse perfil, de modo a alongar o prazo de vencimento da dívida.