Taurus fala em importar armas; Petrobras tem vitória no STJ, nova Boeing-Embraer pode empregar 9 mil e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (17)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta quinta-feira (17), com o mercado de olho na Taurus Armas após a forte queda recente., Enquanto isso, a Petrobras teve uma vitória no STJ e a Folha informa que o acordo de joint venture entre Embraer e Boeing deve empregar 9 mil pessoas. Confira os destaques do noticiário corporativo nesta quinta:

Taurus Armas (FJTA3;FJTA4

Com uma forte queda de quase 40% após o decreto assinado por Jair Bolsonaro de flexibilização da posse de armas, a Taurus tem se manifestado nos bastidores sobre a medida do novo governo, segundo informa a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo. 

De acordo com a publicação, o presidente da Taurus, Salesio Nuhs, deu a entender que estava insatisfeito com a medida. Ele avalia que não há muitos atrativos em fabricar armas no Brasil e que pesam, sobretudo, questões regulatórias e tributárias. Por isso, diz que o ideal seria produzir no exterior e exportar para o Brasil, já que importadores não têm de passar por processos de homologação, que levam em média três anos entre a construção do protótipo e o lançamento. Além disso, não há a mesma carga tributária. 

As medidas do governo foram consideradas tímidas pelos defensores da flexibilização do porte e da posse de armas, uma vez que esperavam também a redução de preços e a desburocratização na aquisição dos equipamentos.

Petrobras (PETR3;PETR4)

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, derrubou ontem uma decisão da Justiça Federal que impediu a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), empresa subsidiária da Petrobras. A decisão liminar foi tomada a partir de um pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A venda da subsidiária foi impedida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Recife, no âmbito de uma ação popular protocolada pelo sindicato dos petroleiros de Alagoas e Sergipe para suspender a licitação aberta pela Petrobras.

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Ao recorrer ao STJ, a AGU alegou que, ao contrário do que sustentou o sindicato, a regularidade do processo de venda foi reconhecida pelo Tribunal de Contas de União (TCU) e observou as melhores práticas do mercado. Segundo a estatal, o processo de venda faz parte de um terço do programa interno de desinvestimentos da Petrobras, que foi orçado em R$ 21 bilhões.

Ao decidir a questão, o presidente do STJ entendeu que a manutenção da suspensão teria grave lesão à economia e à ordem pública. Após a decisão, a Petrobras comunicou a retomada dos processos para a venda da TAG. 

Além disso,  a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) liberou nesta quarta-feira a U-200 (Unidade de Destilação Atmosférica) da Refinaria de Paulínia (Replan), uma das três unidades que foram atingidas pelo acidente ocorrido na refinaria em agosto de 2018. Em nota, a agência diz que a Petrobras atendeu a todas as exigências feitas pelo órgão. “Dessa forma, a refinaria volta a ter sua capacidade plena de processamento”, informa a ANP.

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Embraer (EMBR3)

A Embraer teve o seu ADR (American Depositary Receipt) rebaixado para equalweight (exposição em linha com a média do mercado) pelo Morgan Stanley, com o preço-alvo sendo reduzido de US$ 24,50 para US$ 23,70. 

Na véspera, a fabricante de aviões reduziu sua projeção de lucro operacional de 2018 para US$ 200 milhões, ante estimativa anterior de lucro na faixa de US$ 270 milhões a US$ 355 milhões. A empresa também revisou a estimativa para o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) e para as margens ebitda e operacional.

Segundo a empresa, as mudanças decorrem de menor alavancagem operacional em função do menor volume de entregas na aviação executiva e uma redução nas receitas do segmento de defesa e segurança.

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A nova empresa a ser criada a partir da compra da linha de aviação comercial da Embraer pela Boeing deverá empregar cerca de 9.000 pessoas no Brasil, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Cosan (CSAN3)

A Cosan está lançando um aplicativo semelhante ao Alipay, amplamente utilizado na China, para pagamentos e transferências de dinheiro pelo smartphone. A aposta pode significar uma economia de milhões de reais em tarifas bancárias para as empresas do grupo e, de quebra, colocar a gigante do açúcar e álcool no mercado de fintechs no Brasil.

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O objetivo inicial é eliminar a necessidade de cartões de crédito e de maquininhas para cartão em alguns dos 6.300 postos de gasolina que possui em uma sociedade com a Royal Dutch Shell. Com o tempo, a empresa quer construir um ecossistema mais amplo de usuários e empresas na plataforma.

Localiza (RENT3)

A Localiza informou que avalia a possibilidade de oferta primária de
ações. A companhia diz que “engajou assessores e está atualmente
avaliando a possibilidade da realização de uma oferta pública de
distribuição primária de ações”.

Conforme destaca Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, em mensagem enviada aos assinantes da Carteira Rico Premium, a ação teve um volume bem acima da média nos últimos dois pregões, sinalizando que o rumor já deveria estar rondando o mercado. Ele ressalta ainda que a concorrente Locamerica/Unidas realizou um follow on recente para melhorar a situação de capital e puxar o crescimento em uma situação de mercado em que a líder é a Localiza. 

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Even (EVEN3)

A Even divulgou prévia operacional do quarto trimestre de 2018, apresentando vendas líquidas de R$ 333 milhões (parte Even) no período, sendo R$ 190 milhões referentes a vendas dos lançamentos do trimestre. No mesmo trimestre de 2017, as vendas foram de R$ 273 milhões.

“Os únicos destaques negativos foram uma desaceleração na velocidade de vendas de lançamentos e cancelamentos de vendas ainda altos”, destaca o Itaú BBA. Os analistas mantêm recomendação marketperform na Even, com um preço justo de R$ 6,40 por ação para 2019. Contudo, apesar do upside limitado a preços atuais, os analistas acreditam que a Even poderia ser uma boa opção em um cenário macro de recuperação.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Itaú BBA também revisou o preço-justo para o Banco do Brasil de R$ 48 para R$ 56 por ação para 2019, impulsionado principalmente por um menor custo de capital.

Os analistas reiteraram recomendação outperform para as ações ao avaliarem que, apesar do forte desempenho recente, o valuation ainda relativamente barato.

“Os fatores que sustentam a nossa decisão são: (i) maior preço justo com menor custo de capital; (ii) ganhos ligeiramente maiores devido a uma melhor eficiência; (iii) ROAE de longo prazo permanecendo em torno de 16%”, afirmam os analistas. 

Educacionais

O Bradesco BBI iniciou a cobertura para o setor de educação, apontando a Estácio (ESTC3) como a top pick, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40, o que configura um potencial de valorização de 38% em relação ao fechamento da última quarta-feira. Os analistas avaliam que a Estácio está mais bem preparada para enfrentar os desafios de curto e médio prazos, enquanto continua a usar os seus ganhos de eficiência para ofuscar a menor base de estudantes pelo FIES. 

Também entre os papéis com recomendação outperform, estão Anima (ANIM3), com preço-alvo de R$ 23 e Ser Educacional (SEER3), com preço-alvo de R$ 25. A recomendação para a Kroton (KROT3) é neutra, com preço-alvo de R$ 11. 

Oi (OIBR3;OIBR4)

O Itaú BBA atualizou as estimativas para a Oi de olho nas novas premissas macro e os resultados mais recentes da companhia telefônica. Os analistas mantiveram recomendação outperform e rolaram o preço-alvo para 2019 para os papéis OIBR3 para R$ 2, ante R$ 4 em 2018. 

” A Oi está emergindo do processo de Recuperação Judicial (RJ), deixando para trás um capítulo complicado de sua história. O marco final será a conclusão do aumento de capital da Oi, para uma injeção de capital total de R$ 4,0 bilhões. No entanto, a empresa ainda enfrenta desafios operacionais e financeiros significativos à frente”, afirmam.

Os analistas avaliam que, pelo método de avaliação através do fluxo de caixa descontado, a recomendação outperform se justifica. “No entanto, não subestimamos a complexidade da Oi de executar sua estratégia de capex e sua abordagem comercial sob um set-up financeiro ainda limitado”, avaliam.

Copel (CPLE6)

A nova gestão da Copel vai se concentrar em resgatar o “DNA” da companhia, com foco nas atividades de geração, transmissão e distribuição. Uma eventual privatização não está nos planos do governo, disse ao Valor Econômico o novo presidente da companhia, Daniel Pimentel Slaviero.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)

Atenção para uma notícia que pode impactar as ações de aéreas na Bolsa.  A Avianca Brasil anunciou que cortará seus voos internacionais mais importantes e devolver duas aeronaves A330 a empresas de arrendamento. A partir de 31 de março, a companhia encerra seus voos diários que partem de Guarulhos para Santiago, Nova York e Miami.

“A Gol é a maior beneficiária com a redução da capacidade da Avianca Brasil, considerando a sobreposição de rotas de mais de 90% das duas empresas”, destaca o Bradesco BBI. 

Siderúrgicas

Os países da União Europeia decidiram ontem impor novas barreiras contra o aço brasileiro e de outros países, em linha com o que já fez o presidente norte-americano Donald Trump. Todas as importações de aço ficarão sujeitas a uma cota até julho de 2021. O volume que ultrapassar o teto será taxado em 25%. 

O Brasil exportou em 2018, 14 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, o que equivale a US$ 8,9 bilhões. Desse total, 2,1 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos foram exportados para a União Europeia, cerca de US$ 1,4 bilhão.

Pela proposta da Comissão Europeia, um total de 26 produtos siderúrgicos seriam taxados. A China sofrerá restrições em 16 produtos diferentes, contra 17 da Turquia e 15 da Índia. No caso do Brasil, sete produtos dos 26 possíveis serão alvos de barreira, entre eles chapas, lâminas e certos tubos.

(Com Agência Brasil e Agência Estado) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.