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Nos últimos dias, indicação de possíveis tarifas de importação de produtos brasileiros para os Estados Unidos tem levado o mercado a entender qual o real impacto da medida no país. Em primeiro lugar, é preciso distinguir a relação dos países vizinhos com os EUA e a do Brasil com os americanos.
Luiza Pineze, economista da XP, que participou do programa Morning Call da XP, comentou que é importante entender as diferenças entre países no comércio internacional.
Via caminhão
“Os vizinhos dos Estados Unidos (Canadá e México), 80% da pauta exportadora ela tem como destino os Estados Unidos”, destaca.
Ela explica que o fato de muitos produtos canadenses e mexicanos entrarem nos Estados Unidos por caminhão, cria uma situação ainda mais complexa. “A forma (de exportação) feita é via terrestre. É um pouco mais difícil redirecionar esses produtos para outros países”, explica.
Segundo a economista, da pauta exportadora do Brasil, 12% vão para os Estados Unidos. “É uma relação bem menor”, ressalta.
Ela ressalta que o perfil das exportações do Brasil para os Estados Unidos é específica. Os principais bens vendidos são óleos de petróleo bruto e refinado e produtos de ferro e aço, incluindo ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias. Juntos, eles representam 34% do total das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
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Commodities
“É uma relação que embora seja diversificada, ela é concentrada em produtos relacionadas à commodities”, afirmou.
“A conclusão é que o impacto no Brasil, caso haja aumento de tarifas por parte do presidente (dos EUA) Donald Trump dos produtos importados brasileiros, ele deve ser mais microeconômico, ou seja setorial, mais do que macroeconômico”, disse. Ela explicou que setores mais ligados à siderurgia e ao aéreo seriam os mais impactados.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil – o primeiro é a China. Em 2024, as exportações brasileiras para a economia americana totalizaram US$ 40,3 bilhões, correspondendo a 12% do total; enquanto isso, as importações de produtos estadunidenses pelo Brasil atingiram US$ 40,6 bilhões, representando 15,5% do total.
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No que diz respeito às importações brasileiras, equipamentos de geração de energia representam a principal categoria (principalmente motores e máquinas não elétricos), com 18% do total (US$ 7,1 bilhões).