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A Dasa (DASA3) confirmou nesta segunda-feira (10) estar em negociações com a operadora de planos de saúde Amil para uma combinação de negócios, e acrescentou que as conversas estão em “estágio avançado”.
Segundo fato relevante da Dasa, com a fusão, cada empresa deteria 50% do capital social da nova companhia, denominada “Ímpar”. A empresa acrescentou que haveria uma transferência de dívida de pelo menos R$ 3 bilhões da Dasa para a Ímpar.
Doze hospitais da companhia de medicina diagnóstica fazem parte da transação, de acordo com o documento, e os hospitais da Rede Américas no Ceará e no Rio Grande do Norte, além dos hospitais verticalizados da Amil, não fariam parte do negócio.
A Dasa confirmou ainda que recebeu do empresário Nelson Tanure documento visando potencial combinação de negócios com a Alliança Saúde (AALR3), mas que não há nenhuma decisão da administração da companhia quanto à proposta.
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou mais cedo que, após a recusa da oferta inicial de aproximadamente R$ 3 bilhões pela Dasa na sexta-feira (7), Tanure e sua equipe estariam refinando a proposta. Esta nova proposta seria apresentada ao BTG Pactual, banco responsável pelo mandato do negócio pela Dasa.
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Mais cedo, as ações DASA3 chegaram a subir 10%, a R$ 4,29, na máxima do dia, em meio às notícias sobre o interesse de Tanure. Com a iminência do fato relevante, os papéis tiveram a negociação suspensa, chegaram a amenizar os ganhos durante a sessão, mas logo voltaram a subir. DASA3 fechou com ganhos mais modestos, mas ainda expressivos de 4,62%, a R$ 4,08.
Os hospitais da Dasa somam 3 mil leitos, enquanto os hospitais da marca Américas, da Amil, deverão ter cerca de 1,5 mil leitos operacionais. Com isso, a empresa combinada teria capacidade ativa de cerca de 4,5 mil leitos, tornando-se o segundo player do setor, mas ainda com pouco menos da metade do tamanho da líder Rede D’Or (RDOR3).
“É razoável supor que veríamos uma maior concentração da Amil (que soma 3,2 milhões de beneficiários) na rede hospitalar combinada, garantindo melhor volume a esse novo player, bem como maior poder de negociação com planos de saúde de terceiros, dada a participação considerável nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por fim, destacamos que a transação traz conforto ao balanço da Dasa, transferindo R$ 3,0-3,9 bilhões de sua dívida para a nova join venture a ser criada (às custas de 50% de minorias na operação hospitalar a ser direcionada à Amil”, avaliam os analistas do Itaú BBA.
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O banco não vê nenhum grande impacto no status quo de Hapvida (HAPV3) e Rede D’Or. “Não interpretamos esse movimento como algo que piore inicialmente o ambiente competitivo do Hapvida. Observamos que a maioria dos hospitais sob esta nova joint venture tem um posicionamento mais premium e provavelmente uma estrutura de custos mais elevada do que uma rede hospitalar verticalmente integrada média. Em relação à Rede D’Or, vemos seu alinhamento com a Bradesco Saúde e a integração natural com a SulAmérica compensando o risco potencial de distanciamento da Amil. Portanto, vemos este desenvolvimento como neutro tanto para o HAPV3 como para o RDOR3”, aponta o banco.
(com Reuters)