Suzano (SUZB3) supera projeções e lucra R$ 7,459 bi no quarto trimestre, alta anual foi de 222%

Desempenho foi beneficiado, em parte, pela variação positiva no resultado financeiro, por valorização cambial e impacto na dívida

Felipe Moreira

(Shutterstock)
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A Suzano (SUZB3) reportou lucro líquido de R$ 7,459 bilhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), montante 222% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2021, informou a companhia nesta terça-feira (28). O consenso Refinitiv apontava para lucro líquido de R$ 5,08 bilhões no trimestre.

A empresa de papel e celulose explica que o resultado foi beneficiado pela “variação positiva no resultado financeiro, como resultado da valorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, e pelo aumento no resultado operacional, por sua vez em função da elevação da receita líquida e outras receitas operacionais, a despeito do maior CPV e maior SG&A”.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 8,175 bilhões no 4T22, um crescimento de 29% em relação ao 4T21 e praticamente em linha com o consenso Refinitiv, que previa Ebitda de R$ 8,2 bilhões.

A margem Ebitda ajustada atingiu 57% entre outubro e dezembro, alta de 2 p.p. frente a margem registrada em 4T21.

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A receita líquida somou R$ 14,370 bilhões no quarto trimestre deste ano, crescimento de 25% na comparação com igual etapa de 2021 e acima dos R$ 13,5 bilhões previstos pelo consenso Refinitiv.

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De acordo com a Suzano, o aumento da receita é explicado pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar (+31%) e preço médio líquido de papel (+39%), apesar da depreciação do dólar médio em relação ao real (-6%) e menor volume vendido no período.

O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 2 bilhões no quarto trimestre de 2022, uma revertendo perdas financeiras de R$ 1,528 bilhão da mesma etapa de 2021.

A empresa explica que “as variações cambiais e monetárias aumentaram o resultado financeiro da Companhia em R$ 1,594 bilhões como consequência da valorização de 3,5% do real frente ao dólar de fechamento do 3T22, impactando a parcela da dívida em moeda estrangeira em R$ 2,162 bilhões (US$ 11,732 milhões ao final do 4T22)”.

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As despesas despesas gerais e administrativas somaram R$ 616 milhões no 4T22, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2021.

A geração de caixa operacional foi de R4 6,463 bilhões no 4T22, um incremento de 34% na comparação ano a ano.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de R$ 57,103 bilhões, um recuo de 2% na comparação com a mesma etapa de 2021.

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O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2 vezes em dezembro/22, queda de 0,5 p.p. em relação ao mesmo período de 2021.

Projeções

A Suzano alterou sua estimativa de desembolso total operacional de R$ 1.500 por tonelada para, aproximadamente, R$ 1.750 por tonelada até 2027.

“São considerados na composição da mesma, os seguintes desembolsos operacionais: custo caixa de produção de celulose (incluindo paradas programadas) de R$ 708/t; custos e despesas logísticas, com vendas e administrativas de R$ 573/t; e investimentos de manutenção (capex de manutenção) de R$ 470/t.”

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Cancelamento de ações

O Conselho de Administração da Suzano deliberou pelo cancelamento de 37.145.969 ações ordinárias atualmente mantidas em tesouraria, equivalentes a 92,86% do total de ações emitidas pela companhia, adquiridas no âmbito dos programas de recompra de ações da empresa aprovados em reuniões do Conselho de Administração realizadas em 4 de maio de 2022 e em 27 de julho de 2022.

Em razão do cancelamento de ações, o capital social da Suzano, de R$ 9,269 bilhões passa a ser dividido em 1.324.117.615 ações.