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A Suzano (SUZB3) anunciou, em comunicado divulgado na noite da quinta-feira (3), que o volume de produção de celulose de mercado em 2024 será cerca de 4% inferior em relação à sua capacidade produtiva nominal. “Esta decisão se baseia no fato de que tal volume não traria retorno adequado para a companhia em um momento de mercado de celulose mais complexo”, afirmou a Suzano.
O movimento já foi realizado em 2023. O corte da Suzano, de acordo com o Bank of America, representa cerca de 1% da demanda de celulose de fibra curta do mercado ou cerca de 0,6% da demanda total de celulose do mercado. Como funcionou em 2023, o BofA considera que o movimento seja repetido. A recomendação para a companhia é de compra, uma vez que a empresa é vista como bem posicionada para capitalizar com a estabilização dos preços da celulose.
“A decisão da Suzano de cortar sua própria produção em 2 de junho de 2023 foi, sem dúvida, um dos fatores que acelerou a recuperação dos preços no ano passado”, afirma o relatório do BofA. “Além disso, este anúncio vindo de um líder do setor de baixo custo indica que até mesmo os produtores do primeiro quartil estão vendo retornos inadequados em algumas operações sob os níveis de preços atuais e, em nossa opinião, sugere que esses preços são insustentáveis”, complementam os analistas.
No relatório, o banco estrangeiro afirma que entende que o fundo (ponto mais baixo dos preços) estaria próximo. Para tanto, o BofA destaca alguns sinalizadores, como os preços da revenda em paridade ou acima dos preços FOEX, preços próximos ou no suporte de custo, recuperação da demanda por celulose (ainda que não refletido nos dados). Outros pontos estão parcialmente presentes, como a recuperação de preços dos papéis, que ainda não aconteceu, embora as margens de fabricantes estejam melhores, e a mudança de mãos dos estoques (que BofA entende como “misto”).
A visão da XP é similar e considera que a iniciativa tem o poder de mitigar os potenciais impactos relacionados à queda dos preços da celulose na rentabilidade da Suzano. O nome é recomendado com compra, uma vez que os analistas consideram com desconto de 21% em relação à média histórica de 7,0 vezes a relação entre valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda).
Já para a Genial, o anúncio demonstra não somente potencial de melhorar a eficiência por redução de custos, mas também pode contribuir para a formação de uma percepção geral dos produtores para redução de oferta no mercado. Como afirma o BofA, a corretora também considera que a movimentação da Suzano torna possível que outros players do mercado também tenham iniciativas semelhantes, em especial em um momento de excesso de oferta que derrubou o preço da celulose.
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“Já prevíamos que novos cortes de produção em máquinas antigas poderiam acontecer, uma vez que em 2023 a Suzano fez um corte de capacidade de igual magnitude quando o preço da celulose passou por uma forte tendência de redução”, afirmam os analistas. A Genial mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 72,00.