Suzano (SUZB3): quais são os impactos da revisão de investimentos para as ações?

Companhia eleva previsão de investimentos para R$ 17,1 bilhões em 2024

Felipe Moreira

(Shutterstock)
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A Suzano anunciou uma revisão em sua projeções de investimentos (capex) para 2024, elevando-a para R$ 17,4 bilhões, em comparação aos R$ 16,5 bilhões anteriormente projetados, além de estabelecer uma estimativa de R$ 12,4 bilhões para 2025.

O aumento na estimativa de capex para 2024 foi atribuído principalmente a investimentos mais altos em terras e florestas, bem como à atualização cambial relacionada à aquisição de ativos florestais anunciada no final do ano passado.

A nova projeção para 2024 está amplamente alinhada com as estimativas do Morgan Stanley, mas é 6% inferior ao consenso de mercado. Em contrapartida, a projeção para 2025 supera as expectativas do banco em 12% e está 14% acima do consenso.

O Morgan Stanley reiterou recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 83 para a Suzano, uma vez que o impacto de potenciais fusões e aquisições vem diminuindo gradualmente, especialmente após a garantia da administração de que não há planos para aquisições transformacionais, permitindo que o foco volte aos fundamentos.

A equipe de research do Morgan também avalia que o volume adicional proveniente do projeto Cerrado, aliado a maior eficiência operacional e um real desvalorizado, deve apoiar uma forte geração de fluxo de caixa livre (FCF) nos próximos anos, com rendimentos de FCF projetados entre 7% e 16%.

Embora alguns investidores possam demonstrar preocupação com números de capex temporariamente mais altos, o BTG Pactual não vê uma mudança material na tese de investimento. A diferença de R$ 1,4 bilhão representa cerca de 2% do valor de mercado da empresa, aproximadamente o mesmo percentual da queda das ações.

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Na avaliação do BTG, a tese de investimento permanece intacta: a fraqueza do real oferece potencial de alta baseado no fluxo de caixa descontado, a gestão continua a demonstrar forte disciplina na alocação de capital, os volumes devem crescer de forma significativa até 2025, os custos devem cair, e a alavancagem deve continuar a reduzir.

O BTG manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 81, pois os fundamentos da Suzano continuam sólidos, sustentando sua tese de investimento. Analistas acreditam que a probabilidade de grandes operações de M&A e/ou um movimento de internacionalização diminuiu significativamente nos últimos meses, especialmente após a tentativa fracassada envolvendo a IP.

Com o dólar se aproximando de máximas históricas, o BTG também antecipa uma desalavancagem acelerada (dívida líquida/EBITDA de 2,4 vezes até o final de 2025, contra mais de 3 vezes atualmente). A ação está ainda mais barata, sendo negociada a 5,2 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025 (contra 7,0 vezes, na visão do banco).

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Apesar da tendência negativa no curto prazo para os preços da celulose, com uma correção em andamento, o consenso já reflete isso, com as ações precificando uma curva de celulose insustentavelmente baixa no futuro.