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A Suzano (SUZB3) anunciou nesta sexta-feira (18) aumentos de US$ 20 na tonelada de celulose para clientes na Ásia e de US$ 50 para Europa e Américas a partir de setembro, de acordo com a Reuters.
A maior produtora de celulose de eucalipto do mundo não informou os valores finais da commodity por região após os aumentos.
O reajuste foi anunciado depois que executivos da companhia afirmaram no início do mês que tinham confiança na implementação neste mês do restante de aumento de US$ 30 anunciado em junho para a Ásia.
Na ocasião, o diretor comercial de celulose, Leonardo Grimaldi, afirmou em conferência com analistas que os preços de celulose nos mercados internacionais, ao redor de US$ 530, estavam abaixo do custo marginal de produção de muitos fabricantes, o que vinha causando fechamentos de capacidade e redução de oferta.
O Morgan Stanley apontou que, se o aumento de preço anunciado se mantiver, os preços na China podem chegar a cerca de US$ 550 a tonelada em setembro. “Isso está de acordo com nossa expectativa de que os preços subirão – mas permanecendo abaixo do custo marginal de produção na segunda metade do ano”, destaca. O Morgan tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação, com preço-alvo de R$ 53.
Mais cético, o Bradesco BBI tem recomendação de venda para as ações.
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O banco cita que, na China, embora possível, a implementação deve ser difícil, considerando: (i) a demanda por papel permanece enfraquecida (a atividade de reabastecimento perdeu força devido aos preços mais altos da celulose); (ii) nova oferta considerável chegando ao mercado (por exemplo, MAPA e Paso de los Toros); e (iii) a esses níveis de preços, os produtores integrados de celulose que cortaram a produção interna de celulose provavelmente retomarão as operações (dados os custos marginais de produção em cerca de US$ 530/tonelada).
“Portanto, se implementado, esperamos que este seja um nível de preço de pico para os próximos 6 a 12 meses. Nos Estados Unidos e na Europa, o aumento proposto de US$ 50 também deve ser difícil, já que a demanda de papel e celulose continua enfraquecendo na margem”, avalia.
(com Reuters)