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A Suzano (SUZB3) é a primeira companhia de papel e celulose a divulgar seu resultado nesta quinta-feira (27), com a Irani (RANI3) tornando seus números públicos no dia 28 e a Klabin (KLBN11), no dia três de maio. De forma geral, todas as companhias devem trazer resultados mais fracos na base trimestral e especialistas ficam de olho em como seus executivos enxergam o futuro do preço da commodity.
“Para a celulose, esperamos preços realizados e volumes de vendas menores, com custo caixa por tonelada estável. Vimos as preocupações dos investidores com a queda nos preços da celulose como o principal tema discutido. Acreditamos que o reabastecimento dos estoques e os preços atuais próximos ao custo marginal podem dar algum suporte aos preços da celulose no curto prazo”, comenta o analista Guilherme Nippes, da XP Investimentos, em relatório.
No final de 2022, as notícias eram de que as companhias do setor, em meio à pressão de clientes na China, cederam e forneceram descontos – também, claro, em função de uma demanda mais fraca. Na época, analistas afirmaram que o “poder de barganha das produtoras” estava recuando.
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“No primeiro trimestre, os preços médios da celulose de fibra curta na China caíram cerca de US$ 100. Como resultado, esperamos que as empresas de papel e celulose apresentarão resultados trimestrais mais fracos, sendo a Suzano a de pior desempenho”, comenta o Santander.
Após alcançar um pico de mais de US$ 800 em dezembro, a fibra curta na China chegou a US$ 599,8 por tonelada no dia 14 de março, de acordo com o índice de preços PIX, da Fastmarkets Foex. E as notícias são de que a chilena Arauco já teria proposto uma nova redução para maio. Na Europa, segundo o Santander, o preço médio da tonelada da fibra longa teve queda de US$ 64 no trimestre, para US$ 1.180.
Além da demanda mais fraca, em parte seguindo toda a incerteza com o crescimento da economia global, as recentes entradas em operação da Bracell, no interior de São Paulo, e do projeto Mapa, da Arauco, no Chile, incrementaram a oferta. Outras plantas, como a UPM, no Uruguai, também devem começar a produzir em breve.
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“Espera-se que a Suzano seja o ponto baixo das empresas de papel e celulose, com resultados prejudicados por preços de celulose realizados mais baixos e volumes mais baixos. Por outro lado, os resultados da Klabin devem ser um pouco resilientes, uma vez que as tendências de enfraquecimento nos da divisão de celulose são parcialmente compensados pelos bons resultados das unidades de papel e embalagens”, diz o Itaú BBA.
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A expectativa comum dos analistas é que a Klabin trará resultados melhores por conta da sua divisão de papel. Já há algum tempo, a companhia vem afirmando que espera avançar em sua operação nesta frente.
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O Itaú BBA espera que a Suzano trará um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) 6,05 bilhões, queda de 26% na base trimestral. A XP projeta R$ 6,08 bilhões, com queda de 34% e o Santander, de R$ 6,2 bilhões, com menos 21%. O consenso da Refinitiv é de R$ 6,26 bilhões.
No caso da Klabin, os volumes de celulose devem ficar estáveis na mesma comparação, bem como os de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais – o que deve minimizar os menores volumes de kraftliner, papelão e menores preços de celulose.
“Por outro lado, os resultados da Klabin devem ser um pouco resilientes, uma vez que as tendências de enfraquecimento nos da divisão de celulose são parcialmente compensados pelos bons resultados das unidades de papel e embalagens”, diz o BBA.
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A XP espera que o Ebitda da companhia recuará 4%, para R$ 1,8 bilhão, o Santander, 3%, para R$ 1,84 bilhão, e o Itaú, 3%, para R$ 1,85 bilhão. O consenso Refinitiv é de R$ 1,83 bilhão.
Para a Irani, a menor companhia do setor, especialistas esperam estabilidade.
“Esperamos que a Irani reporte resultados estáveis, com Ebitda consolidado de R$120 milhões, queda de 1% no trimestre. Tanto para papel quanto para embalagens, esperamos volumes de vendas e preços estáveis. Para a resina, esperamos volumes maiores, mas preços menores”, diz a XP.
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Por fim, analistas, com todo o cenário que se traça para o setor, aguardam as projeções dos executivos para o futuro. A reabertura da China, o aumento da oferta e expectativas para a economia global ficam no centro do debate.
Na avaliação do Bradesco BBI, os resultados das empresas do setor durante o 1T23 devem refletir apenas parcialmente a atual dinâmica desafiadora do mercado, ainda um pouco sustentado por preços mais altos na Europa e preços relativamente altos na China em janeiro e fevereiro. “Continuamos cautelosos com as ações do setor, mantendo a recomendação de venda para SUZB3 e apenas neutra para KLBN11 e DXCO3”, apontam os analistas.
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