Suzano: depois de compra frustrada, aquisição menor marca entrada em novo mercado

Suzano deve continuar buscando outros ativos nos EUA, principalmente considerando seu recente interesse em adquirir a International Paper

Felipe Moreira

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A Suzano (SUZB3) acertou na última sexta-feira (12) a compra de duas fábricas da Pactiv Evergreen nos Estados Unidos por US$ 110 milhões, ampliando a presença da produtora brasileira de papel e celulose na América do Norte.

Além disso, ambas as empresas assinaram um acordo de fornecimento de longo prazo no qual a Suzano continuará a fornecer à Pactiv os produtos atualmente produzidos nas instalações adquiridas, bem como seus outros clientes existentes.

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O Morgan Stanley aponta que a aquisição marca a entrada da Suzano no mercado de embalagens nos EUA e está em linha com sua estratégia de buscar diversificação geográfica e de produtos, ainda que em pequena escala.

A equipe de research do Morgan espera que, dado o tamanho da transação, a Suzano continuará buscando outros ativos nos EUA, principalmente considerando seu recente interesse em adquirir a International Paper.

O JPMorgan vê a notícia como neutra, pois não espera que a aquisição transforme materialmente a Suzano.

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Os analistas apontam que a operação é uma forma da empresa de colocar um pé na América do Norte de maneira pequena e de baixo risco, permitindo que a empresa realize testes e também aprenda com a operação.

A Suzano também compartilhou que a transação está alinhada com sua avenida estratégica de longo prazo para “avançar nos elos da cadeia de valor, sempre com vantagem competitiva”.

A empresa também compartilhou os principais aspectos do ativo, que trazem, em sua perspectiva, competitividade e escalabilidade: (a) ativos competitivos bem posicionados na curva de custos da indústria; (b) excelente localização geográfica relacionada à infraestrutura operacional e logística, com madeira de baixo custo e representando opcionalidade futura; e (c) uma operação que detém liderança no segmento da América do Norte.

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Para a Guide, a operação tem impacto neutro, mas alinhada à estratégia de longo prazo da Suzano de expandir seu negócio, permitindo a entrada da empresa no mercado norte-americano de papel-cartão. Após a frustração da aquisição da International Paper (mas que foi comemorada pelo mercado por conta das faltas de sinergia e valor da operação), a Suzano tem buscado outras oportunidades.

A produção total de celulose e papel-cartão da Suzano é 13500 e 200 toneladas por ano respectivamente. Portanto, essa aquisição representa um aumento na produção total de aproximadamente 3% e sobre a produção de papel-cartão de 200%. O valor pago em reais se aproxima de R$ 600 milhões. O valor de mercado da Suzano é de R$ 67 bilhões, aproximadamente 1% do valor de mercado da companhia: pouco relevante.

A Suzano mencionou que espera trazer seu conhecimento operacional e experiência no negócio de papel cartonado, melhorando a competitividade estrutural e a rentabilidade dos ativos adquiridos.

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O JPMorgan mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 77. Já o Morgan Stanley tem recoemndação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 66.