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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa nesta quarta-feira (22), com investidores se preparando para decisão de política monetária do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês).
A maioria dos agentes do mercado espera que o Federal Reserve (Fed) continue comprometido com seu aperto monetário e eleve a taxa de juros em 25 pontos-base, mas uma pausa não é descartada.
De acordo com o CME Group, os investidores estão precificando uma chance de cerca de 89% de um aumento de um quarto de ponto do Fed. Enquanto isso, há uma probabilidade de aproximadamente 11% de não haver aumento.
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Por aqui, as expectativas do investidores ficam em torno da decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), que deve manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
Do lado político, o presidente Lula anunciou o adiamento de proposta de regra fiscal e renovou críticas aos juros praticados pelo Banco Central. No mais, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, espera aprovação em 2023 do novo arcabouço fiscal e reforma tributária.
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1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de quarta-feira, com investidores aguardando a última atualização do Federal Reserve dos EUA sobre sua decisão de taxa de juros, enquanto o BC americano tenta equilibrar sua luta contra a inflação e conter uma crise no setor bancário.
Além disso, investidores estão esperando por dados de vendas de novas moradias do mês de fevereiro. Há também um punhado de empresas programadas para divulgar resultados hoje, incluindo Tencent e Winnebago.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
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- Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,22%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,38%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com alta generalizada, com investidores se preparando para o próximo movimento do Federal Reserve em seu plano de aumento de juros no combate à inflação.
- Shanghai SE (China), +0,31%
- Nikkei (Japão), +1,93%
- Hang Seng Index (Hong Kong), +1,73%
- Kospi (Coreia do Sul), +1,20%
- ASX 200 (Austrália), +0,87%
Europa
Os mercados europeus operam em leve alta, com exceção do FTSE, após a inflação do Reino Unido superar as expectativas e antes da decisão de juros do Fed.
O índice preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido aumentou de 10,1% em janeiro para 10,4% em fevereiro. Economistas consultados pela Refinitiv esperavam uma desaceleração para 9,9%.
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O núcleo do CPI, excluindo alimentos e energia, subiu de 5,8% para 6,2%, também acima das expectativas.
O Banco da Inglaterra terá sua reunião de política monetária na quinta-feira, onde os números mais recentes, bem como a recente volatilidade do mercado, estarão em destaque.
As apostas de um aperto monetário de 25 pontos base ficaram acima de 95% após a impressão da inflação, de acordo com dados da Eikon.
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- FTSE 100 (Reino Unido), -0,24%
- DAX (Alemanha), +0,38%
- CAC 40 (França), +0,11%
- FTSE MIB (Itália), +0,11%
- STOXX 600, +0,18%
Commodities
Os preços do petróleo operam com baixa, interrompendo uma sequência de duas altas, depois de um aumento inesperados dos estoques de petróleo dos EUA na semana passada em um sinal de que a demanda por combustível pode estar enfraquecendo.
Dados do American Petroleum Institute (API) divulgados na véspera mostraram que os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram cerca de 3,3 milhões de barris na semana encerrada em 17 de março.
As cotações do minério de ferro seguem em baixa, com preocupações persistentes sobre intervenção do governo chinês e restrições contínuas à produção.
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- Petróleo WTI, -0,65%, a US$ 69,22 o barril
- Petróleo Brent, -0,53%, a US$ 74,92 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 2,15%, a 865,50 iuanes, o equivalente a US$ 125,70
Bitcoin
- Bitcoin, -0,38% a US$ 28.149,75 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda desta quarta-feira é marcada pela decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês).
Brasil
9h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com parlamentares
10h: Haddad se reúne com José Manuel Durão Barroso, Presidente do Conselho da GAVI, Aliança das Vacinas
11h: Haddad tem reunião com Márcio de Lima Leite, Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA)
14h30: Fluxo cambial semanal
15h: Haddad se reúne com Fernando Pimentel, Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT)
16h: Haddad tem reunião com Senador Carlos Portinho (PL/RJ)
18h30: Copom, com perspectiva de manutenção da Selic em 13,75%
EUA
9h30: Auxílio-desemprego semanal, consenso Refinitiv prevê 197 mil solicitações
11h: Novas moradias de fevereiro
15h: Decisão sobre juros do Fed
15h30: Coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell
Zona do Euro
12h: Confiança do consumidor de março
3. Noticiário econômico
Nova âncora fiscal terá transição para repor perdas de educação e saúde
A nova regra fiscal terá um regime de transição para repor perdas da educação e da saúde após a entrada em vigor do teto de gastos, disse na noite da última terça o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele também se manifestou em relação a um adiamento da apresentação da proposta para o início de abril. O ministro se mostrou tranquilo a respeito do assunto e acrescentou que os ministérios da área econômica já ajustaram os “detalhes” pedidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos saindo de uma regra muito rígida, que retira muitos recursos da saúde e da educação. Precisamos imaginar uma transição para o novo arcabouço que contemple a reposição das perdas dos dois setores”, disse Haddad ao sair do Ministério da Fazenda.
O ministro esclareceu que a lei complementar do novo arcabouço permite a criação do regime de transição sem a necessidade de uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC). Também prometeu simplicidade e transparência em relação ao novo arcabouço fiscal.
Nomes para o Banco Central
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovou as indicações de Rodolfo Fróes para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central e de Rodrigo Monteiro para a área de Fiscalização, de acordo com fonte com conhecimento do assunto ouvida pela Reuters.
As indicações foram feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A nomeação dos diretores cabe a Lula, e a indicação precisa passar pela aprovação do Senado.
A informação da aprovação dos indicados havia sido publicada mais cedo pelo portal G1.
No fim de fevereiro encerraram-se os mandatos dos diretores de Política Monetária, Bruno Serra, e de Fiscalização, Paulo Souza. No entanto, por ora eles seguem nos cargos e inclusive votam na decisão de política monetária do BC que será divulgada nesta quarta-feira.
As indicações estão sendo vistas como um importante termômetro da relação do novo governo com o BC, diante da possibilidade de que o governo dê preferência a profissionais menos ligados ao mercado.
4. Noticiário político
Lira confirma que relatoria do arcabouço fiscal na Câmara ficará com PP
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou ontem que a relatoria do arcabouço fiscal ficará com um deputado de seu partido.
Lira disse que pensou em dar a relatoria ao União Brasil, mas que o fracasso das negociações entre os dois partidos para formar uma federação eliminou essa possibilidade. O presidente da Câmara afirmou que o nome do parlamentar do PP que vai relatar a proposta ainda não foi decidido.
A expectativa era de que a proposta de arcabouço fiscal fosse apresentada ainda nesta semana, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o anúncio ficará para depois de sua viagem à China, que ocorrerá de 26 a 31 de março.
5. Radar Corporativo
A Braskem (BRKM5), PetroRecôncavo (RECV3), T4F (Time for Fun) (SHOW3) e Unifique (FIQE3) divulgam resultados após fechamento dos mercados.
JBS (JBSS3)
A JBS (JBSS3) registrou lucro líquido de R$ 2,349 bilhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), uma redução de 63,7% em relação ao reportado no mesmo intervalo de 2021. A empresa sofreu impacto de maiores custos dos grãos no mundo e do boi nos Estados Unidos.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 4,574 bilhões no 4T22, uma diminuição de 65,2% em relação ao 4T21 e abaixo dos R$ 4,7 bilhões previstos pelo consenso Refinitiv.
Vibra Energia (VBBR3)
A Vibra (VBBR3) registrou um lucro líquido de R$ 566 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), uma retração de 44,8% sobre a mesma etapa de 2021.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,581 bilhão no 4T22, um recuo de 1,1% em relação ao 4T21.
Positivo (POSI3)
A Positivo (POSI3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 136,9 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), montante 227,1% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2021.
Segundo a Positivo, o resultado reflete a expansão dos negócios da companhia, sobretudo pela maior diversificação e melhor mix entre os negócios, com menor dependência de consumo e maior exposição a vendas corporativas e projetos de maior complexidade.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 241,5 milhões no 4T22, um crescimento de 161,8% em relação ao 4T21.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)