‘Super Quarta’: decisões de juros aqui e nos EUA são destaque desta 4ª nos mercados

Confira os assuntos econômicos, corporativos e políticos que devem mexer com os mercados nesta quarta-feira (18)

Equipe InfoMoney

Publicidade

Finalmente chegou o esperado dia dos anúncios das taxas de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos (EUA). O Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil divulgam hoje, quarta-feira (18), suas respectivas decisões. A expectativa é pelo início de um ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e de aperto no Brasil.

Ontem, novos dados econômicos aliviaram as preocupações de uma forte desaceleração da economia dos Estados Unidos.

O último relatório do Departamento de Comércio dos EUA mostrou que as vendas no varejo aumentaram inesperadamente em agosto, depois que um declínio nas receitas das concessionárias de automóveis foi compensado pela força das compras online, sugerindo que a economia está em bases sólidas durante a maior parte do terceiro trimestre.

Continua depois da publicidade

“As expectativas estavam bem arraigadas antes de entrarmos nos dados econômicos de hoje e o que eles mostraram foi um ambiente de crescimento em geral, mas um ambiente de crescimento relativamente lento”, disse Russell Price, economista-chefe da Ameriprise Financial Services.

As apostas, no FedWatch do CME Group, apontam para uma probabilidade de 65% de corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) contra 35% de chances de ajuste de 0,25 p.p.. Ainda ontem, as curvas de juros tanto por aqui quanto lá fora mostravam a direção.

Enquanto a curva norte-americana precificava durante a tarde 64% de possibilidade de corte de 50 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve, a curva brasileira seguia indicando alta da taxa básica Selic. Essa combinação entre juros mais elevados no Brasil e mais baixos nos EUA determinou a queda do dólar ante o real durante a tarde de ontem, pela quinta sessão consecutiva, o que também é visto como um alívio para trechos da curva brasileira.

Continua depois da publicidade

Perto do fechamento de terça, a curva brasileira precificava 91% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic e 9% de chance de aumento de 50 pontos-base. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano.

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

O ministro Fernando Haddad se reunirá, na parte da tarde, com Antonio Ricardo Alvarez Alban, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Já o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga às 18h30 sua decisão sobre juros. O presidente Lula participará de coletiva de apresentação do Plano de Ação 2024/2025 para mitigação dos impactos da dengue e outras arboviroses, além de sancionar do Projeto de Lei nº 1829/2019, que atualiza e moderniza a Lei Geral do Turismo.


Brasil

Continua depois da publicidade

8h – IBGE: Pesquisa Mensal de Serviços (jul)
18h30 – Decisão de juros no Brasil

EUA
15h – Decisão de juros nos EUA

Mercados Internacionais

Os índices futuros de Nova York operam perto da estabilidade, com investidores à espera do tão aguardado início de afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed). O Fed também divulgará novas projeções trimestrais, e Jerome Powell, presidente do BC americano, realizará uma coletiva de imprensa.

Ao reduzir os custos de financiamento, os cortes de juros proporcionam um ambiente mais favorável para o crescimento dos lucros corporativos. Esse alívio é especialmente bem-vindo após um período de alta inflação e juros elevados, que pressionaram as margens das empresas.

Continua depois da publicidade

Economia

Socorro as aéreas

O presidente Lula vai sancionar nesta quarta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto de lei que permite a utilização do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) para ampliação de crédito a companhias aéreas. Os recursos poderão ser utilizados para empréstimos a empresas aéreas junto ao BNDES. Será possível financiar compra de aeronaves e demais investimentos.

Ações contra previdência

O governo deve sofrer derrotas no Supremo Tribunal Federal (STF) em ações que questionam a reforma da Previdência que terão um impacto fiscal de pelo menos R$ 132,6 bilhões, segundo nota técnica da Advocacia-Geral da União (AGU) obtida pelo Estadão/Broadcast.

Contas para cumprir arcabouço

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na terça-feira que o governo está promovendo um ajuste nas contas públicas após anos de “desarranjo” orçamentário, ressaltando que o arcabouço fiscal tem que ser respeitado.

Continua depois da publicidade

Em cerimônia no Palácio do Planalto, Haddad afirmou que se esse caminho foi perseguido, as finanças públicas serão reorganizadas e o país terá condições de crescer acima da média mundial.

Pandemia “de jogos”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que há uma “pandemia” no Brasil relacionada à dependência psicológica causada por jogos, ressaltando que o governo busca soluções para o problema.

Segundo ele, a regulamentação do tema não está relacionada à arrecadação tributária, mas à questão de saúde pública.

Nesta terça, a Fazenda informou que irá suspender a partir de outubro as empresas de apostas de quota fixa que ainda não pediram autorização para funcionar.

Bets suspensas

O Ministério da Fazenda irá suspender a partir de outubro as empresas de apostas que ainda não pediram autorização para funcionar, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial nesta terça-feira.

A portaria estabelece que, do próximo mês até o fim de dezembro, só podem continuar funcionando as empresas de apostas quota fixa, como as apostas esportivas, que já estão atuando e que solicitaram autorização para explorar a modalidade até segunda-feira.

Segundo nota da Fazenda, até dezembro a pasta deve concluir o processo de análise dos primeiros pedidos recebidos e, a partir de 1º de janeiro de 2025, quando terá início o mercado regulado de apostas no Brasil, só poderão atuar as empresas que se enquadrarem nas leis e portarias de regulamentação criadas pelo ministério.

Crédito extraordinário

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar nesta terça-feira uma medida provisória para liberar 514 milhões de reais em crédito extraordinário prioritariamente para o combate aos incêndios florestais espalhados pelo país, anunciou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Além desse valor, um novo crédito será liberado posteriormente a partir de reuniões de análise que o governo federal fará com governadores e outras autoridades dos Estados mais afetados pelas queimadas, acrescentou o ministro.

Política

Aumento de penas a crimes ambientais

Os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do Senado, Rodrigo Pacheco; e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disseram concordar que a onda de incêndios florestais que afeta o país tem origem criminosa. Em reunião na terça entre os chefes dos Três Poderes para discutir medidas para enfrentar a crise climática, eles falaram sobre um eventual aumento de penas para os criminosos.

Sem lei antidesmatamento no acordo do Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que vai conversar, em Nova York, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Van der Leyen, para que a União Europeia não tente incluir no acordo comercial negociado pelo bloco com o Mercosul a questão da implementação da lei europeia antidesmatamento, prevista para entrar em vigor em dezembro.

“Passaram 30 anos dizendo que era o Brasil que não queria fazer o acordo. Nós decidimos, temos proposta, não inventem outro argumento para dizer que vão dificultar o acordo”, disse Lula durante reunião no Palácio do Planalto para tratar do combate às queimadas no país.



Lula: proposta para coibir aumento de agrotóxicos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que deve apresentar uma proposta para coibir o aumento do uso de agrotóxicos no país.

Para Lula, é necessário tomar uma “atitude” sobre essa questão.

“Nós vamos fazer uma proposta, vamos chamar as lideranças dos partidos, vamos chamar a Embrapa, vamos chamar os empresários, e vamos discutir”, disse o presidente em reunião com diversas autoridades e chefes dos demais Poderes para discutir medidas de enfrentamento às queimadas que assolam o país.

Cheiro de “oportunismo”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que os incêndios florestais que assolam o país têm fortes indícios de serem criminosos e “cheira a oportunismo” de alguns setores querendo criar confusões no país.

Lula participa de reunião com os chefes dos Poderes e outras instituições para tratar das queimadas. Segundo ele, a questão climática no Brasil está pior do que em qualquer outro momento. Lula aproveitou para alertar aqueles que agirem de forma criminosa que o governo não está “para brincadeira”.


(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

Inscreva-se no minicurso de Day Trade gratuito que ensina a operar menos de 30 minutos por dia