Startup de Bitcoin Arthur Mining capta US$ 4,6 milhões e prepara operação no Brasil

Empresa projeta crescimento de 400% da operação nos EUA, além do início no Brasil, o que permitirá atingir uma receita de US$ 40 milhões em 2023

Rodrigo Tolotti

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A Arthur Mining, startup criada por brasileiros com sede nos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira (10) uma rodada de investimento de US$ 4,6 milhões, feita entre family offices focados no mercado de energia e infraestrutura, com a companhia sendo avaliada antes do aporte em US$ 100 milhões.

Caracterizada como uma energy-tech, a Arthur utiliza a mineração de Bitcoin (BTC) para levar eficiência para o setor energético ao rentabilizar a energia perdida ou desperdiçada por companhias desse mercado. Para isso, a empresa desenvolve e implementa data centers de alto desempenho para realizar essa mineração, otimizando o consumo de energia ociosa e subvalorizada através de soluções de hardware, infraestrutura e algoritmos patenteados.

Com o aporte, a empresa projeta um crescimento de 400% de sua operação nos EUA, além de iniciar a operação no Brasil, o que permitirá atingir uma receita de US$ 40 milhões em 2023.

Por não ser propriamente uma mineradora, a Arthur conseguiu evitar um impacto mais forte da crise que atingiu o setor, como reflexo da queda dos preços do Bitcoin e outras criptomoedas no ano passado. Diante disso, a companhia aproveitou para comprar equipamentos – computadores conhecidos como ASICs – com descontos de até 70% sobre o valor visto no fim de 2021.

“Fecharmos uma rodada deste tamanho em meio à um dos momentos mais desafiadores do mercado, com outras empresas do setor em recuperação judicial e falência, foi um grande marco para a Arthur. Como os ASICs possuem uma alta correlação de preços com o Bitcoin, o momento para expandir as operações foi o mais oportuno possível, podendo adquirir os ativos com um grande desconto, inclusive parte do inventário de players menos eficientes do mercado.”, completa Ray Nasser, CEO da Arthur Mining.

Para este ano, um dos focos da startup é iniciar a operação no Brasil, prevista para o primeiro trimestre, com acesso à energia ociosa de fontes renováveis com um custo de US$ 15 por MW. Enquanto isso, a Arthur espera viabilizar a comercialização de energia por um valor em torno de US$ 120 por MW, seis vezes mais que o preço praticado no mercado livre de energia no Brasil hoje.

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A Arthur Mining encerrou 2022 operando cerca de 15 MW nos EUA e cerca de 20 clientes, e projeta que com a operação no Brasil e aumento da atuação no exterior deva encerrar esse ano com cerca de 60MW.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.