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No mercado financeiro, a compreensão de conceitos essenciais pode fazer a diferença entre uma operação bem-sucedida e um prejuízo inesperado.
Um desses conceitos é o spread, especialmente relevante nas operações em Bolsa de Valores.
O spread reflete a diferença entre os preços de melhor compra e de melhor venda de um ativo e desempenha um papel crucial na formação de preços e na liquidez do mercado.
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O que é spread?
No mercado financeiro, especialmente nas operações em Bolsa de Valores, o spread representa a diferença entre o preço do melhor comprador e o preço do melhor vendedor, ambos ofertados no book de ofertas de um determinado ativo, seja ele ações, opções ou contratos futuros.
Em outras palavras, o spread é a diferença entre o preço que um investidor está disposto a pagar, sendo o mais alto em relação aos outros compradores, e o preço pelo qual outro investidor está disposto a vender, sendo o mais baixo entre os vendedores de um determinado ativo.
Esses investidores, que oferecem o preço mais alto de compra e o preço mais baixo de venda ocupam as posições de topo no book de ofertas do ativo, refletindo o equilíbrio dinâmico entre a oferta e a demanda no mercado.
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Reprodução: Nelogica
Acima temos um exemplo real de um book de ofertas do ativo BITK24 (futuro de bitcoin) do dia 28/05/2024 às 16:28:30 horas.
Nele podemos observar que do lado esquerdo temos um operador da corretora Clear ofertando o melhor preço de compra a 352.280,00 pontos, enquanto do lado direito, temos um trader da corretora XP com o menor preço de venda em relação aos outros participante do mercado, disposto a vender o ativo por 352.360,00 pontos.
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Como calcular o spread
O cálculo do spread é algo bem simples, porém primeiramente precisamos saber que cada ativo negociado em Bolsa de Valores tem seu spread mínimo, que nada mais é que é a menor variação de preço permitida para o ativo, sendo:
Ações e opções: a variação mínima é de R$0,01, logo o spread mínimo é de R$0,01.
Contratos futuros de mini-índice: a variação mínima é de 5 pontos, logo o spread mínimo é de 5 pontos.
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Contratos futuros de minidólar: a variação mínima é de 0,50 pontos, logo o spread mínimo é de 0,50 pontos.
Contratos Futuros de Bitcoin: a variação mínima é de 20 pontos, logo o spread mínimo é de 20 pontos.
Vejamos agora um exemplo de cálculo de spread para cada ativo, lembrando de sempre utilizar a fórmula abaixo:
Spread = Melhor Preço de Venda – Melhor Preço de Compra
Este exemplo funciona tanto para ações quanto para opções, já que ambas possuem o mesmo spread mínimo:
Exemplo de spread com ações
Suponhamos que a ação de PETR4 possua em seu book de ofertas o melhor comprador querendo adquirir as ações a R$40,00, enquanto o melhor vendedor está disposto a se desfazer de suas ações a R$40,10, temos o seguinte spread:
Spread = R$40,10 – R$40,00
Spread = R$0,10.
Agora, usando o exemplo do mini-índice:
Melhor comprador: 125.250 pontos
Melhor vendedor: 125.285 pontos
Spread = 125.285 – 125.250
Spread = 35 pontos
No exemplo do mini-dólar:
Melhor comprador: 5.100,00 pontos
Melhor vendedor: 5.101,50 pontos
Spread = 5.101,50 – 5.100,00
Spread = 1,50 pontos
Por último, utilizando o exemplo do futuro do Bitcoin:
Melhor comprador: 352.280 pontos
Melhor vendedor: 352.360 pontos
Spread = 352.360 – 352.280
Spread = 80 pontos
Leia mais:
Fatores que Influenciam o spread
Os fatores que mais influenciam o spread são a liquidez, a volatilidade, o horário de negociação e os eventos econômicos e políticos.
Liquidez
A liquidez afeta diretamente o spread. Em ações altamente líquidas, como as de grandes empresas listadas no índice Bovespa, o spread tende a ser mínimo, facilitando transações rápidas a preços próximos ao valor de mercado.
Porém, em ações com pouca liquidez, os spreads costumam ser altos, dificultando a negociação entre os participantes do mercado.
Contratos futuros de commodities, índices e moedas com alta liquidez, como os contratos de mini dólar e mini-índice, tendem a ter spreads mínimos. Porém, quando ocorre uma divulgação de algum dado econômico importante, esse spread tende a aumentar minutos antes da divulgação e voltar ao normal logo após a divulgação.
Isso ocorre porque a maioria dos participantes do mercado acabam retirando suas ofertas, tanto de compra quanto de venda, do book de ofertas esvaziando-o e assim gerando spreads altos.
Volatilidade
Em períodos de alta volatilidade o spread pode aumentar, pois os participantes do mercado ajustam seus preços para refletir o maior risco.
Quanto menor a liquidez do ativo maior tende a ser sua volatilidade, e quanto maior a liquidez do ativo menor tende a ser sua volatilidade.
Horário de negociação
Cada ativo tende a ter horários específicos nos quais a liquidez é maior, resultando em um spread menor.
É aconselhável que o trader primeiramente estude e analise o ativo que irá operar para que possa realizar suas operações em horário que tenha maior liquidez.
Eventos econômicos e políticos
Além disso, a divulgação de dados econômicos importantes (como, por exemplo, o payroll nos EUA) pode aumentar os spreads devido à retirada de ordens do book de ofertas momentos antes da divulgação, resultando em baixa liquidez e alta volatilidade.
Estratégias para minimizar o impacto do spread
Independentemente do mercado em que se opera, minimizar o impacto do spread é essencial para não ficar “travado” na operação sem conseguir zerá-la. Aqui estão algumas estratégias comuns:
Negociar ativos com alta liquidez: focar em ações, opções e contratos futuros com maior volume de negociação para aproveitar spreads menores, dessa maneira fica fácil entrar e sair das operações.
Utilizar ordens limitadas: em vez de ordens a mercado, usar ordens limitadas permite controlar o preço de entrada e saída, evitando pegar algum spread alto que irá minimizar seus lucros.
Negociar durante horários de pico: operar durante os horários de maior atividade no mercado, quando os spreads tendem a ser menores, lembrando que os horários podem variar de ativo para ativo.
Monitoramento de eventos de mercado: estar atento a eventos econômicos e políticos que possam aumentar a volatilidade e, consequentemente, os spreads.
Como o spread pode impactar o trader?
Podemos dizer que o spread está ligado diretamente com a liquidez do ativo – quanto mais líquido for o ativo menor será o seu spread e quanto menos líquido for o ativo maior será o seu spread.
Por conta disso, um ativo com spread alto pode dificultar um trader a se posicionar ou até mesmo zerar sua operação no mercado. Por esse motivo, é importante sempre buscar operações em ativos com alta liquidez. Porém, caso queira operar algum ativo com baixa liquidez e alto spread, sempre considere o spread no planejamento de sua operação, para que desse modo o risco retorno esteja devidamente calculado e planejado.
Saiba mais:
Qual é a importância do spread no mercado de ações, opções e futuros
O spread é um fator determinante na eficiência e lucratividade das operações de mercado.
Compreender os elementos que influenciam o spread e aplicar estratégias para mitigá-lo pode melhorar significativamente os resultados das negociações. Seja através da escolha de ativos com alta liquidez, da utilização de ordens limitadas ou do monitoramento atento de eventos econômicos, traders e investidores podem minimizar os custos associados ao spread.
Por isso, dominar esse conceito é essencial para quem busca maximizar suas oportunidades no mercado financeiro, garantindo operações mais seguras e rentáveis.
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