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S&P 500: Entenda como funcionam os contratos futuros na CME e na B3

Cada bolsa atende a diferentes perfis, sendo a CME ideal para dolarização, e a B3 mais acessível para pequenos investidores

Bruno Nadai

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O S&P 500, índice que reúne as 500 maiores empresas listadas nas bolsas dos Estados Unidos, é um dos indicadores mais influentes da economia global. Como principal indicador da saúde econômica americana, ele atrai investidores de todo o mundo, incluindo brasileiros.

Com um volume de negociação global crescente, os contratos futuros do índice S&P 500 representam uma oportunidade de especulação e proteção contra variações do mercado americano.

Com a parceria entre a CME Group e a B3, operar contratos futuros do S&P 500 tornou-se uma realidade acessível para o investidor brasileiro, que pode escolher entre a CME, nos EUA, e a B3, no Brasil.

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Na CME Group, os investidores podem acessar o contrato E-mini S&P 500, que é amplamente utilizado em operações de day trade e swing trade.

Na B3, o contrato micro do S&P 500 se destaca por oferecer uma alternativa mais acessível, permitindo que investidores brasileiros tenham exposição ao índice com menos capital.

Neste artigo, o InfoMoney detalha as diferenças e as vantagens que o investidor brasileiro encontra ao operar o S&P 500, seja via B3 ou CME.

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O que é o S&P 500?

O S&P 500 é um índice composto por 500 das maiores empresas dos Estados Unidos listadas nas bolsas americanas NYSE e Nasdaq.

Ele abrange setores diversos como tecnologia, saúde, energia e finanças, incluindo gigantes como Apple, Microsoft, Amazon e Tesla. Por seu caráter diversificado, o S&P 500 é amplamente utilizado como um termômetro da economia americana para medir o desempenho econômico do país.

Além disso, o S&P 500 é a base para contratos futuros que permitem aos investidores especularem ou se proteger contra suas variações no mercado americano.

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Por meio desses contratos futuros, é possível se expor ao mercado norte-americano com uma abordagem dinâmica, explorando oportunidades e se protegendo de riscos.

Código base do S&P 500 na CME Group e na B3

Ao negociar os contratos futuros do S&P 500, os investidores encontram diferenças importantes nas primeiras letras dos códigos de negociação entre a CME Group e a B3, o que facilita a identificação dos contratos e reflete as particularidades de cada mercado.

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No CME Group, o contrato do S&P 500 utiliza 2 letras “ES”, que representa o E-mini S&P 500. Esse contrato é amplamente utilizado e possui um tamanho padrão específico para o mercado internacional, sendo precificado em dólares americanos.

A escolha do “ES” é amplamente reconhecida nos mercados globais, pois identifica de forma rápida e clara o ativo principal de futuros atrelados ao índice S&P 500 na CME, especialmente para traders e investidores com foco em alta liquidez e exposição direta ao dólar.

Na B3, o contrato equivalente ao S&P 500 utiliza 3 letras “WSP”, representando o microcontrato S&P 500. Essas primeiras letras diferenciam o microcontrato oferecido na bolsa brasileira, sendo negociado em reais e com uma fração do tamanho do contrato E-mini da CME.

A escolha do “WSP” é uma adaptação para o mercado brasileiro, oferecendo uma alternativa mais acessível para investidores locais que desejam exposição ao índice americano, mas com um valor de contrato reduzido.

Negociação do WSPFUT. Fonte: Rocket Trader

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Vencimento dos contratos futuros de S&P 500

O vencimento dos contratos futuros de S&P 500, tanto na CME Group quanto na B3, segue um ciclo trimestral, o que facilita o planejamento dos investidores que desejam realizar a rolagem ou liquidação de suas posições de forma previsível e eficiente.

Em ambas as bolsas, o vencimento ocorre na terceira sexta-feira dos meses de março, junho, setembro e dezembro.

Além disso, cada mês de vencimento possui uma letra correspondente que faz parte do código de negociação, ajudando a identificar o contrato específico. Confira a seguir:

Por exemplo, os contratos ESZ4 (E-mini S&P 500 na CME) e WSPZ4 (Micro S&P 500 na B3), com vencimento em dezembro de 2024, expirarão em 20 de dezembro de 2024, que corresponde à terceira sexta-feira do mês e à terceira semana de dezembro.

No dia do vencimento, os horários de negociação variam entre as bolsas.

CME: Negociação do contrato que estará se encerrando termina às 9:30 ET (Horário do Leste dos EUA) na terceira sexta-feira do mês do contrato.

B3: contrato encerra sua negociação às 11:30 (horário de Brasília).

Esse padrão trimestral e previsível simplifica as operações, pois o investidor sabe exatamente quando precisará rolar suas posições ou optar pela liquidação.

Vale ressaltar que ambos os contratos são liquidados financeiramente no vencimento, significando que a diferença de preço é ajustada em dinheiro, sem a necessidade de entrega física de ativos.

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Chicago Board of Trade (Crédito: wikimedia commons/Ken Lund) e B3 (Crédito: Germano Lüders); montagem: Infomoney

Código de negociação: CME versus B3

Os códigos de negociação também conhecidos como Tickers, são a chave para identificar corretamente os contratos de S&P 500 em cada bolsa.

A estrutura do código de negociação dos contratos futuros segue uma estrutura particular e específica na CME Group e na B3.

Conhecer o código correto é essencial para localizar e negociar o contrato desejado de forma precisa.

CME: Código é composto pelo prefixo ES (E-mini S&P 500), seguido da letra que representa o mês de vencimento (como “Z” para dezembro) e o último dígito do ano. Por exemplo, ESZ4 identifica o contrato com vencimento em dezembro de 2024.

B3: Código do Micro S&P 500 usa o prefixo WSP, seguido da letra que representa o mês de vencimento (como “Z” para dezembro) e inclui os dois últimos dígitos do ano de vencimento. Por exemplo, para o contrato com vencimento em dezembro de 2024, o código seria WSPZ24 (sendo “Z” o mês de vencimento, e “24” o ano).

Variação mínima e valor financeiro por ponto

Nos contratos futuros de S&P 500, tanto na CME Group quanto na B3, a variação mínima do índice, conhecida como “tick”, é de 0,25 pontos.

No entanto, o valor monetário associado a essa variação é diferente em cada bolsa, refletindo o tamanho dos contratos e a sua acessibilidade para diferentes perfis de investidores.

CME Group: Onde é negociado o contrato E-mini S&P 500, cada ponto do índice corresponde a USD50,00. Portanto, uma variação mínima de 0,25 pontos de indice (um tick) representa um movimento de USD12,50 no valor do contrato.

Isso significa que qualquer ganho ou perda se dará em dólares, permitindo que o investidor mantenha a exposição ao mercado americano diretamente na moeda estrangeira.

B3: O microcontrato de S&P 500 possui um valor por ponto reduzido, a cada ponto do índice equivale a USD2,50. Dessa forma, a variação mínima de 0,25 pontos corresponde a USD0,625.

Embora o valor dos pontos seja expresso em dólares, os ganhos ou perdas com a negociação são convertidos e recebidos em reais, considerando a cotação do dólar.

Dessa forma, o investidor brasileiro se expõe às variações do índice americano, mas os resultados financeiros são ajustados e creditados diretamente na moeda local.

Valor dos contratos na CME Group e na B3

O valor do contrato futuro é um ponto fundamental, pois determina a alavancagem e a exposição dos traders e investidores no mercado. O valor dos contratos futuros do S&P 500 varia entre as duas bolsas.

CME: O contrato so E-mini S&P 500 possui um valor nominal baseado na quantidade de pontos do índice multiplicado pelo seu valor em pontos que é de USD50,00.

Assim, se o índice estiver em 6.000 pontos, o valor nominal do contrato será 6.000 x USD50,00 = USD300.000 por contrato.

B3: O Micro S&P 500 é 20 vezes menor, ou seja, o valor nominal do contrato é de apenas 5% do valor do contrato negociado na CME.

Assim, se o índice estiver em 6.000 pontos, o valor nominal do contrato será 6.000 x USD2,50 = USD15.000. Esse valor convertido para o real em uma cotação do dólar a R$5,77, daria um valor de R$86.550,00 por micro contrato.

Isso significa que, embora o contrato tenha um valor elevado tanto na CME quanto na B3, o trader não precisa ter todo esse capital disponível para operar, pois será necessário somente uma margem de garantia para fazer suas operações.

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Margem de garantia

A margem de garantia é o capital que o trader precisa depositar na sua conta para poder realizar operações com contratos futuros.

Esse valor serve como uma espécie de “garantia” para a corretora, assegurando que o trader terá recursos suficientes para cobrir possíveis perdas decorrentes das oscilações do mercado.

A margem varia de acordo com o tamanho do contrato, a volatilidade do mercado e as políticas de cada corretora, tanto na CME Group quanto na B3.

Como a margem de garantia varia entre corretoras, é essencial que o trader consulte as condições específicas de sua corretora para assegurar que possui capital suficiente para realizar suas operações.

Vale ressaltar, que as margens para operações de day trade são sempre mais baixas que as margens para quem queria fazer swing trade.

Dessa maneira torna o mercado de futuros do S&P 500 mais acessível, oferecendo uma oportunidade para investidores de diferentes perfis se exporem ao índice americano de forma prática e com custos controlados.

Horários de negociação

Os horários de negociação dos contratos futuros do S&P 500 variam entre a CME Group e a B3.

CME Group: Contrato E-mini S&P 500 é negociado quase 24 horas por dia, com sessões que começam no domingo às 18:00 (ET) ou 17:00 (CT) e se estendem até sexta-feira às 17:00 (ET) ou 16:00 (CT), com uma pausa diária de uma hora entre 17:00 e 18:00 (ET) ou 16:00 e 17:00 (CT).

A sigla ET refere-se ao Eastern Time (Horário do Leste dos EUA), que abrange cidades como Nova York e Washington, enquanto CT representa o Central Time (Horário Central), que corresponde a cidades como Chicago e Dallas.

Considerando o horário de Brasília, que está duas horas à frente do Eastern Time, as negociações do E-mini S&P 500 começam aos domingos às 20:00 e se estendem até as 19:00 de sexta-feira, com uma pausa diária entre 19:00 e 20:00.

Esse período quase contínuo de negociação permite que traders ao redor do mundo participem do mercado em tempo integral, o que é especialmente útil em momentos de eventos ou notícias internacionais que impactam o mercado fora do horário regular americano.

B3: O micro S&P 500 segue o horário regular da bolsa brasileira, com negociações ocorrendo entre 9:00 e 18:00, horário de Brasília, sem operação durante o período noturno.

Essa limitação de horário pode representar uma desvantagem para traders que buscam operar em momentos de alta volatilidade, especialmente durante eventos relevantes que podem acontecer durante a madrugada.

Diferença entre operações na CME Group e na B3

Ao operar contratos futuros do S&P 500, os investidores brasileiros podem escolher entre a CME Group, nos Estados Unidos, e a B3, no Brasil, cada uma oferecendo vantagens específicas.

A escolha entre essas duas bolsas impacta diretamente fatores como a moeda base dos investimentos, a alavancagem e os requisitos de capital.

Na CME Group, operar contratos do E-mini S&P 500 permite que o investidor brasileiro faça uma dolarização direta de seus investimentos, já que os contratos são negociados em dólares americanos.

Essa dolarização é uma vantagem significativa para aqueles que desejam proteger seu capital contra a variação cambial e as flutuações da moeda local, diversificando a carteira e se beneficiando de uma exposição ao dólar.

Além disso, os contratos negociados na CME possuem alta liquidez e flexibilidade nos horários de negociação, com operações quase 24 horas por dia, o que impacta diretamente na facilidade de abrir e fechar operações rapidamente, mesmo em grandes volumes e possibilita ao investidor responder prontamente a eventos globais que possam impactar o índice.

Essa alta liquidez também reduz o spread (a diferença entre o maior preço de compra e o menor preço de venda), o que torna as operações mais eficientes.

Na B3, por outro lado, o micro S&P 500 é cotado no dólar porém é feita a conversão para o real, tornando-se uma opção acessível para quem prefere evitar dolarizar os seus investimentos.

Esse microcontrato tem um valor nominal e uma margem de garantia reduzidos, o que atrai investidores com menor capital e permite exposição ao índice americano com menores riscos financeiros.

No entanto, ao negociar na B3, o investidor não obtém a proteção cambial automática que ocorre ao operar na CME, onde os ativos são precificados em dólar.

Além disso, a liquidez na B3 é consideravelmente menor do que na CME, o que pode aumentar o spread e dificultar a execução de ordens grandes ou de resposta rápida, especialmente em momentos de alta volatilidade.

Isso faz com que o custo de transação seja relativamente maior e o investidor precise ter um planejamento mais cauteloso para evitar oscilações indesejadas no spread.

Assim, enquanto a CME Group oferece uma alternativa para quem deseja dolarizar sua carteira e acessar o mercado americano com mais liquidez e flexibilidade de horário, a B3 possibilita uma entrada simplificada no índice S&P 500, adequada para investidores que buscam menor comprometimento de capital e operação em moeda local.

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