Social commerce: um novo fator de pressão para as varejistas no Brasil?

XP vê a ascensão do social commerce como uma tendência que vale a pena monitorar

Felipe Moreira

Prédio do TikTok na Califórnia, EUA
26/4/2023 REUTERS/Mike Blake/Arquivo
Prédio do TikTok na Califórnia, EUA 26/4/2023 REUTERS/Mike Blake/Arquivo

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Você sabe o que é o social commerce? Difundido ao longo dos últimos anos em alguns países, trata-se de um modelo emergente que conecta transações comerciais e plataformas de redes sociais, surgindo como uma alternativa para compras online.

Com sua forte recorrência e visibilidade das preferências dos consumidores, ele vem impulsionando um rápido crescimento e levando-o a responder por 14%-15% das vendas no varejo da China e EUA no ano passado.

De acordo com a Accenture, espera-se que o social commerce cresça 3 vezes mais rápido do que o comércio eletrônico tradicional para atingir um mercado endereçável de US$ 1,2 trilhão até 2025.

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Ainda de acordo com o relatório, a maior parte desse crescimento deve ser impulsionada pelo live commerce, um recurso criado pela primeira vez pelo Alibaba em 2016, que já contabiliza US$ 157 bilhões (dos quais 60% destes valores vêm da China).

Em relação aos players, os analistas destacam que o TikTok Shop (TTS) é líder nesse setor, com expectativa de atingir US$ 18 bilhões nos EUA este ano, enquanto outras plataformas de mídia social também têm investido em recursos de compras como Instagram, Pinterest e Youtube.

O TikTok Shop combina conteúdo de vídeos viciantes com compra por impulso de forma visual e é o recurso de crescimento mais rápido do aplicativo, com a combinação de vídeos atraentes, influenciadores populares e comércio em grande escala.

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A plataforma atua em 8 países e, por estar dentro do app do TikTok, proporciona uma experiência sem atritos, com os consumidores podendo ter a jornada completa sem sair do app, o que é uma importante alavanca de conversão (mais de 2 vezes acima na comparação com os e-commerces tradicionais). Além disso, a TTS lançou o ‘Fulfilled by TikTok‘ em agosto de 2023 no Reino Unido, oferecendo uma solução logística para os vendedores, incluindo armazenagem, embalagem e envio.

Algumas notícias locais apontavam que a TTS poderia se expandir para o Brasil/América Latina para competir com o Instagram Shop (71% das vendas de live commerce da América Latina, de acordo com a McKinsey).

No Brasil, esse tipo de transação é pequeno, mas a XP vê a ascensão do social commerce como uma tendência que vale a pena monitorar, uma vez que adiciona ainda mais pressão ao cenário já competitivo e desafiador do comércio eletrônico.

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Por outro lado, alguns players já se aventuraram no live commerce, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), oferecendo descontos especiais e presença de celebridades.

No entanto, segundo a XP, o movimento de maior competição por conta do social commerce deve ser uma ameaça apenas de médio a longo prazo para o setor em geral. Notícias locais apontam para uma desaceleração dos planos do TTS no Brasil para se concentrar em questões regulatórias nos EUA. A dona do Tik Tok, Byte Dance, quer se consolidar nos EUA como forma de provar o seu valor aos comerciantes e consumidores do país, podendo focar menos em outros países.