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Só o fechamento definirá se Ibovespa vira para tendência de queda, explica Caetano

Em entrevista ao InfoMoney, apresentador do "Na Mira do Trader" explica que o cenário mais provável é de queda, mas há dois fatores que podem fazer a bolsa subir no curto prazo

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Dias tão voláteis como este 9 de novembro costumam trazer muitos sustos aos investidores – mas também muitos aprendizados. Mas se você espera que a volatilidade será vista apenas nesta quarta-feira e depois o mercado “volta ao normal”, está enganado: esta sessão será fundamental para definir o futuro da tendência do Ibovespa, explica Wagner Caetano, trader do programa Na Mira do Trader, da InfoMoneyTV.

Em entrevista ao InfoMoney pouco antes da abertura da Bovespa, Caetano disse que o mercado estava caindo menos do que ele esperava, o que pode ser explicado pelo “circuit breaker” acionado nos índices futuros norte-americanos (como eles atingiram a queda limite de 5%, os negócios foram interrompidos).

Por isso, o mercado pode estar esperando a abertura do pregão em Wall Street (às 12h30, horário de Brasília) para entrar fortemente vendido, podendo provocar mais quedas no mercado.

Pensando em um prazo além do pregão de hoje, Caetano diz que o fechamento de hoje será fundamental para definir o futuro da tendência do Ibovespa, que por enquanto segue sendo de alta. “Podemos ter um movimento parecido com o que vimos após a eleição da Dilma ou o Brexit, quando a bolsa despencou na abertura mas se recuperou no fim do dia. Agora, se o mercado fechar pressionado e perto das mínimas, podemos ver uma reversão de tendência para queda”, afirma o trader. 

Caetano está posicionado em Bolsa em ativos que ganham com este cenário de volatilidade: ele está vendido em mini-índices de Ibovespa Futuro – operação esta que gerou muita repercussão (clique aqui para saber mais) – e comprado em ações dolarizadas, como Embraer e JBS.

Cenário improvável, mas há 2 chances da bolsa subir
Embora pequenas, Caetano explica que há dois fatores que podem fazer a bolsa subir no curto e médio prazo. O primeiro ponto é o fato que os republicanos terão domínio do congresso, o que se por um lado é ruim pelas ideias do Trump não agradarem boa parte do mercado, por outro lado é bom por reduzir a incerteza dos eventos – ou seja: é melhor para o mercado saber que terá más notícias do que não saber o que pode ser aprovado ou não.

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O segundo fator é um possível adiamento no ciclo de alta de juros nos EUA, que estava previsto para iniciar em dezembro. Vale mencionar que após a vitória de Trump, a probabilidade do Fed elevar juros nos EUA caiu de 82% para 47%, segundo a curva de juros futuros do título do tesouro norte-americano com vencimento em 10 anos, enquanto o BCE (Banco Central Europeu) deve estender compras de bônus na Europa após a vitória de Trump, segundo analistas.

O programa Na Mira do Trader é transmitido todas as segundas-feiras na InfoMoneyTV, a partir das 15h40 (horário de Brasília). 

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers