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Paulo Leme trabalhou por nove anos no FMI e vivenciou várias situações relacionadas ao fiscal em diferentes países. Depois, tornou-se presidente do Goldman Sachs no Brasil e, atualmente, é professor residente de Finanças da Universidade de Miami e chairman do Comitê Global de Alocação de Ativos da XP Advisory.
“A situação fiscal americana, se comparada a de países emergentes, é muito ruim. A única diferença (dos EUA) é ser o país do ativo que serve de reserva (de valor do mundo) e emite dólar”, diz.
Ele afirma ainda que o limite de endividamento dos Estados Unidos “ninguém sabe tecnicamente” qual é. “Mas tem um limite”, ressalta.
Paulo Leme participou do episódio 264 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
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Problema fiscal pode aumentar
Segundo o economista, o problema do fiscal americano pode aumentar sobremaneira se o novo presidente, Donald Trump, adotar as medidas que prometeu em campanha. Uma delas é um corte de impostos de pessoas física e jurídica.
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Segundo ele, o corte impostos representa trilhões de dólares a menos no caixa do governo. Dessa forma, ele calcula que o salto da dívida pública será “altíssimo”.
“Então, quando se vai num país que tem uma carga tributária baixíssima, comparado com Europa, vai se agravar um problema fiscal, ao mesmo tempo em que a previdência e o Medicare (sistema de seguros de saúde gerido pelo governo americano) estão se deteriorando estruturalmente e muito rapidamente”, afirma.
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Agências de risco pode rebaixar EUA
Ele questiona ainda o pacote de Trump de corte de impostos.
“É transferir renda do setor público para o setor privado. Se os Estados Unidos estivessem numa situação fiscal privilegiada e a carga tributária fosse alta, aplaudiria como economista. Mas não há cacife para se fazer isso”, explica.
Para Paulo Leme, a medida pode criar um “buraco fiscal”. “As agências de risco vão dar um downgrade (ao país)”, projeta.