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A Simpar (SIMH3), holding controladora da Movida (MOVI3), JSL ([ativo=JSLS3]), entre outras empresas, reportou lucro líquido de R$ 288,2 milhões no quarto trimestre de 2022, com queda de 21,4% em relação a igual período de 2021. Em todo o ano passado, a Simpar obteve lucro líquido de R$ 940,7 milhões, recuo de 29,2% ante o R$ 1,3 bilhão do exercício anterior.
A holding destacou que o resultado líquido foi impactado pelo aumento substancial das taxas de juros no país, uma vez que empresas de capital intensivo, como são o caso das controladas da Simpar, sofrem mais com o custo de capital para realizar investimentos (capex). Outra pressão veio do custo de manutenção de equipamentos e na subcontratação de funcionários.
“O CDI médio praticamente triplicou durante 2022 [ante o fim de 2020] e é natural que o volume de despesas cresça em uma velocidade maior do que o nosso crescimento orgânico”, pontua Denys Marc Ferrez, CFO da Simpar, ao InfoMoney.
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A despeito de um lucro líquido menor, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 39,5% entre o quarto trimestre de 2021 e 2022 para R$ 1,8 bilhão. No ano passado, a holding obteve o recorde de R$ 7 bilhões de Ebitda, com alta anual de 67,2%.
“Nosso Ebitda cresce de maneira consistente desde 2007 porque nosso modelo de negócio tem valor. Nosso grupo atua e investe por demanda de contratos, se há sinal de ociosidade, temos ativos para vender e nos dar liquidez – o que não tem sido o caso”, lembra o CFO.
A receita líquida no 4T22 chegou a R$ 7,4 bilhões, alta de 79% em relação a igual período do exercício anterior. Em 2022, o faturamento líquido foi de R$ 24,4 bilhões, com crescimento de 75,8% frente a 2021.
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Já o capex líquido da holding alcançou R$13,5 bilhões em 2022, 53% maior do que em 2021. Segundo a Simpar, o capital foi quase integralmente alocado em ativos “com alta liquidez”, como caminhões, carros e máquinas e equipamentos. Além de Movida e JSL, a Simpar é controladora da Vamos (VAMO3), CSBrasil, Automob, BBC Digital e CSInfra.
Ferrez reforça que pelo menos R$ 4 bilhões que foram investidos no quarto trimestre de 2022 ainda não trouxeram retorno ao faturamento da companhia, que estima um prazo médio de 90 dias para que o capex comece a se transformar em receita. “Isso significa que já temos Ebitda contratado para 2023, mesmo se não aportássemos mais nada”.
Caixa firme
De olho nas preocupações dos acionistas depois de diversas empresas buscarem reestruturação de dívidas, Denys Marc Ferrez também fez questão de destacar que a Simpar e suas controladas estão com posição de caixa sólida e que o prazo de pagamento das obrigações é longo, até 2031.
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“Antecipamos R$ 1,3 bilhão em dívidas que venceriam entre 2023 e 2024, além do resgaste de cerca de R$ 350 milhões em bonds [títulos de dívida emitidos no exterior]”, afirma o CFO da Simpar.
No ano, a holding encerrou 2022 com R$ 13 bilhões em posição de caixa, três vezes o suficiente para quitar seu endividamento até meados de 2025. Há também linhas de crédito não sacadas de R$ 1,7 bilhão. Ademais, neste primeiro trimestre, a companhia captou cerca de R$ 1,5 bilhão por meio de debêntures e CRA, o que joga o caixa para algo em torno de R$ 16 bilhões neste momento.
Já a alavancagem medida pela dívida líquida sobre o Ebitda encerrou 2022 em 3,5 vezes, alta de 0,1 vez sobre 2021.
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“Além dos indicadores financeiros, somos uma empresa de economia real, com ativos. Temos cerca de R$ 42 bilhões em ativos a valores de mercado contra uma dívida total do grupo de R$ 28 bilhões. Isso mostra nossa posição confortável de solvência”, reforça Ferrez.
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