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Em recado indireto ao presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta terça-feira, 29, que, passados 25 anos da abertura do setor de petróleo e gás natural, a Petrobras ainda tem dificuldade de explicar para a sociedade que precisa operar como uma empresa privada, já que compete com outras petroleiras no mercado interno e internacional. Dessa maneira, justificou Silva e Luna, a estatal não pode fazer política pública nem partidária, o que, segundo o general, “tem gente que não entende”.
As declarações foram dadas em palestra na inauguração, em Brasília, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União.
A falta de comunicação com a sociedade sobre o preço dos combustíveis teria sido um dos argumentos de Bolsonaro para o anúncio da demissão do militar do cargo na noite de segunda-feira, 28.
Silva e Luna assumiu a presidência em abril do ano passado, no lugar de Roberto Castello Branco, demitido pelo mesmo motivo.
Para o lugar do militar foi indicado o economista Adriano Pires, também contrário à interferência do governo na estatal.
A indicação de Adriano Pires ainda precisa ser aprovada pela assembleia de acionistas da estatal.
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Silva e Luna lembrou que, em 2018, a empresa recebeu R$ 6,8 bilhões do governo para segurar os preços do diesel e acabar com a greve dos caminhoneiros, que chegou a parar o País, dando a entender que, como segue os preços do mercado, uma redução deveria vir novamente do governo, e não da estatal.
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Destacou ainda que as decisões na Petrobras não são monocráticas e que existem 21 órgãos de controle fiscalizando suas ações, sendo uma das empresas mais controladas do mundo, afirmou.
“Decisões tomadas são coletivas, não há lugar para aventureiros”, afirmou Silva e Luna, destacando que pelo desempenho dentro das regras do livre mercado a estatal recebeu no ano passado nove prêmios de conformidade e governança.
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Ele disse ainda, em evento do Superior Tribunal Militar (STM), que o Brasil “não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis”. Para ele, o fato de as empresas internacionais não estarem se interessando em leilões no setor no País se deve ao fato de o mercado ficar com “medo de intervenção no preço da empresa”.
“Todo mundo se recolheu”, disse o presidente da companhia, referindo-se a leilões realizados no ano passado.
“Empresas que tabelaram combustíveis tiveram perda de capacidade de investimento”, afirmou o presidente da estatal aos militares. “Essa dívida ‘monstra’ da Petrobras foi de tabelamento de preço.”
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Silva e Luna defendeu que riscos a desabastecimento e estabilidade regulatória dos preços afasta o investidor da empresa e do mercado de óleo e gás no Brasil.
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