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Os promotores dos EUA estavam investigando o trabalho do Signature Bank com clientes cripto antes que os reguladores tomassem o controle do banco de forma repentina no último domingo (12), de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Os investigadores do Departamento de Justiça em Washington e Manhattan estavam investigando se o banco de Nova York tomou medidas suficientes para detectar possível lavagem de dinheiro por parte dos clientes – como examinar pessoas que abrem contas e monitorar transações em busca de sinais de criminalidade, disseram as pessoas.
A Comissão de Valores Mobiliários também está investigando, disseram duas pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as investigações são confidenciais.
Um porta-voz das operações restantes do banco falido não respondeu a uma mensagem pedindo comentários. A FDIC, agência similar ao FGC no Brasil, que assumiu o controle da empresa, se recusou a comentar.
Representantes do Departamento de Justiça, da Procuradoria dos EUA em Manhattan e da SEC também se recusaram a comentar. Mas um porta-voz da agência, que lida apenas com casos civis, apontou para uma declaração do presidente Gary Gensler no domingo, quando as autoridades tomaram medidas para reforçar os bancos dos EUA e fechar o Signature.
“Investigaremos e iniciaremos ações de enforcement se encontrarmos violações das leis federais de valores mobiliários”, disse o chefe da SEC na época.
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O banco e seus funcionários não foram acusados de irregularidades e a investigação pode terminar sem mais medidas.
Ainda não está claro quando as investigações envolvendo o Signature Bank foram abertas e se isso teve algum efeito sobre a decisão dos reguladores estaduais de fechar o banco no domingo. Os reguladores estaduais disseram que perderam a confiança nos administradores depois que o banco não forneceu “dados confiáveis e consistentes”.
Desde então, o FDIC começou a procurar um comprador.
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Os reguladores financeiros e os funcionários do Departamento de Justiça alertaram repetidamente que as empresas que lidam com cripto ou dinheiro ligado ao setor devem estar atentos à verificação de clientes e garantir que os fluxos de dinheiro sejam para fins legítimos. Os bancos, em particular, são obrigados a sinalizar quaisquer transações suspeitas às autoridades federais.
“O FBI e nossos parceiros permanecem firmes em nosso compromisso de manter os mercados de criptomoedas – como em qualquer mercado financeiro – livres de atividades ilícitas”, alertou Michael Driscoll, diretor assistente encarregado do escritório de campo do FBI em Nova York, depois que os EUA apresentaram acusações contra o dono de uma exchange de criptomoedas em janeiro.
Os reguladores têm pressionado os bancos e outras empresas regulamentadas a se afastarem das moedas digitais e outros ativos para evitar riscos potenciais ao sistema financeiro. O colapso da Signature veio após o fechamento voluntário das operações do Silvergate Capital Corp, que também atendia à indústria cripto, e da queda do Silicon Valley Bank, do SVB Financial Group.
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Todos os três bancos agora enfrentam o escrutínio das autoridades americanas. O Silvergate está sendo investigado pelo Departamento de Justiça sobre negociações com a extinta bolsa FTX e a empresa de trading Alameda Research, ambas de Sam Bankman-Fried.
Após o colapso da FTX em novembro, os executivos da Signature disseram que pretendiam se livrar de até US$ 10 bilhões em depósitos de clientes de ativos digitais, que na época representavam mais de um quinto de sua base de depósitos. Mas eles ainda planejavam manter alguns.
“Não estamos saindo do setor”, disse Eric Howell, então diretor de operações do banco, em dezembro. “Vamos nos envolver, mas vamos nos envolver de uma maneira muito mais cuidadosa no futuro”.
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O Signature não divulgou as investigações em seus registros mais recentes.
Os promotores federais e a SEC também estão investigando o colapso do Silicon Valley Bank, incluindo se as vendas de ações por executivos violaram leis do mercado de capitais americano.
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