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FRANKFURT/BERLIM/PARIS – A alemã Siemens está trabalhando em uma oferta formal pelos negócios de energia da Alstom que poderia ocorrer tão cedo quanto nesta semana e ver a França assumir uma participação em um grupo resultante focado no setor ferroviário, disseram fontes próximas às negociações à Reuters.
A Alstom já está em negociações com o conglomerado dos Estados Unidos General Electric sobre uma oferta de mais de 12,35 bilhões de euros (16,9 bilhões de dólares) pela unidade de energia, sendo que a revisão da oferta termina em 2 de junho. Entretanto, sob forte pressão política, a empresa abriu suas informações para a Siemens para que a empresa alemã também possa propor uma oferta se tiver interesse.
Algumas fontes familiarizadas com as negociações lançaram dúvidas sobre se a Alstom estaria interessada no novo acordo esboçado pela Siemens. Ainda assim, uma oferta rival daria ao governo francês mais força em relação à GE depois que ele deu a si mesmo o poder de bloquear as aquisições estrangeiras em “setores estratégicos”.
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O governo francês criticou repetidamente a oferta da GE, favorecendo a aliança entre as empresas em vez de uma venda direta de braço de energia da Alstom – que responde por 70 por cento da receita do grupo – o que deixaria o grupo francês com apenas o seu negócio menor de transporte.
O governo francês também tem defendido uma alternativa aliança europeia entre Alstom e Siemens. Inicialmente, porém, o governo enfrentou a relutância de ambas as empresas, rivais de longa data.
Mas depois de várias viagens a Paris pelo presidente da Siemens Joe Kaeser e quase duas semanas de acesso aos dados da Alstom, a Siemens se animou com a ideia e foi refinando sua tentativa de torná-la mais atraente para a Alstom e para o governo francês, disseram as fontes.
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“A Siemens está apresentando o seguinte caso: irá criar campeões nacionais em trens e energia. Tudo será mantido na Europa. Ela ofereceu alguns elementos novos que adoçam a sua proposta”, disse uma fonte familiarizada com o negócio proposto.
Em uma breve carta à Alstom no final do mês passado, a Siemens havia esboçado uma proposta no valor de 14,5 bilhões de dólares, oferecendo parte de seu negócio ferroviário mais dinheiro em troca de ativos de energia da Alstom.
Duas fontes familiarizadas com as negociações disseram que a Siemens está agora discutindo entregar todos os seus negócios ferroviários à Alstom e estabelecer a criação de uma joint-venture em sinalização ferroviária.
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Para limitar a influência da empresa alemã no grupo resultante com foco em transporte da Alstom, a Siemens também está discutindo com Paris e Berlim a oportunidade para a França – que detém 0,9 por cento do capital da Alstom via o fundo estadual CDC – obter uma participação mais considerável, disseram fontes políticas e financeiras.
Uma fonte disse que o governo francês poderia assumir uma participação de mais de 10 por cento na Alstom, enquanto busca proteger as raízes nacionais do grupo de engenharia que recebeu uma ajuda do Estado há uma década e é um grande empregador privado do país.
Ao mesmo tempo, a Siemens pode oferecer vender ativos eólicos e de energia nuclear da Alstom para o grupo francês de energia estatal Areva, resolvendo assim as preocupações do governo sobre a independência energética da França, disseram duas fontes familiarizadas com o acordo proposto.
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Como mais um elemento atraente da proposta, a Siemens estaria oferecendo criar, na França, a sede de unidades de Transmissão e Distribuição – o segmento que faz equipamentos para levar eletricidade das usinas de geração até as famílias – potencialmente fortalecendo o país como um hub de tecnologia.
A Siemens não quis comentar. A empresa já havia dito que planejava usar as quatro semanas completas que lhes são atribuídas para a devida diligência, e, em seguida, decidir sobre a oportunidade de fazer uma oferta formal.
A Alstom se recusou a comentar além de dizer que estava revendo a oferta da GE e tinha recebido uma manifestação de interesse da Siemens, mas nenhuma oferta formal.
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General Electric e Areva também se recusaram a comentar. Representantes de fundo estatal francês CDC não puderam ser alcançados fora do horário comercial europeu.
(Reportagem adicional de Sophie Sassard em Londres, Markus Wacket em Berlim, Benjamin Maller e Julien Ponthus em Paris)
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