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Apesar de tendências macroeconômicas desafiadoras e um IGP-M em deflação, os shoppings tem potencial de oferecer balanços sólidos no primeiro trimestre de 2024. Essa, pelo menos, é a expectativa da maioria dos analistas sobre os números serão apresentados a partir de hoje, com o balanço de Multiplan (MULT3).
A XP estima que as taxas de ocupação apresente níveis mais fortes na comparação anual, com alta de 73 pontos base em média, com leve crescimento de receita de aluguel (compensado pelos dinâmica negativa dos indexadores). As estimativas do Research apontam para crescimento forte da receita de estacionamento, com alta anual de 11% em média, considerando perspectivas sólidas para fluxo de veículos e tarifas de estacionamento. Há expectativa também de expansão positiva do fluxo de caixa operacional (FFO), em 18% na comparação anual, considerando redução de despesas financeiras.
Dentre os nomes na cobertura, Iguatemi (IGTI11) (que traz seus números em 2 de maio) deve ser o destaque operando no chamado breakeven (conceito que indica quando ganhos de empresa se igualam ao custos) no segmento de varejo, que pode levar a forte expansão de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) de 14% na comparação anual.
A expectativa é de sólido desempenho de vendas dos lojistas, crescimento razoável da receita de aluguel (+3,4% na comparação com 1T23) e forte aumento de receitas de estacionamento, com alta de 15% em relação ao mesmo período de 2023. A previsão é de R$ 227 milhões de Ebitda, R$ 296 de receita líquida e FFO de R$ 151 milhões (alta de 36% na comparação anual).
Para Multiplan (MULT3), a expectativa é de sólido desempenho nas vendas de lojistas no trimestre, assim como expansão positiva na taxa de ocupação na comparação anual. A combinação seria suficiente para compensar a dinâmica negativa de indexadores e trazer um crescimento razoável para receita. Dentre as estimativas da corretora, a receita líquida deverá chegar a R$ 499 milhões, com alta de 6% na comparação anual, EBITDA em R$ 364 milhões (+2% A/A) e FFO de R$ 276 milhões, com avanço de 6% na comparação anual.
Para os números da Allos (ALOS3), que divulgará seu balanço em 9 de maio, a XP projeta desempenho positivo de vendas, com crescimento de um dígito médio (A/A) no trimestre. Há expectativa que o volume de contratos assinados no 4T23 (261 contratos assinados) apoie uma taxa de ocupação mais alta no T/T, estimando-se a taxa de ocupação em 96,5%, com um aumento de 20 pontos base no período. O EBITDA é estimado em R$449 milhões (+1% A/A), resultando em uma margem EBITDA ligeiramente menor de 72,2% (-0,8 p.p. na comparação anual).
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A corretora destaca, porém, que a empresa concentrou sua provisão para remuneração variável no 4T23, resultando em despesas gerais menores no 1T23. Assim, se ajustados os números do 1T23 a esse efeito, espera-se uma margem EBITDA estável no 1T24. A XP aposta que FFO avance e chegue em R$265 milhões (+12% A/A), considerando as menores despesas financeiras pela gestão de passivos e o cenário de taxas de juros mais baixas.
O Santander tem expectativa de mais um trimestre sólido para o setor. A projeção mais robusta para Iguatemi, que seria positivamente afetado pelo crescimento real de vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) sobre o IGP-M e taxa de ocupação em patamares mais altos. A margem Ebitda é estimada em 75,2%, com aumento de 561 pontos base em relação ao observado no ano anterior.
O crescimento seria apoiado por melhor eficiência de SG&A e o breakeven alcançado na divisão de varejo. O nome é considerado “top pick” para o banco, considerando a avaliação vista como “excessivamente descontada” da empresa e qualidade forte do portfólio. O leque do Iguatemi é composto por exposição a indivíduos de alto patrimônio líquido, o que oferece resiliência dos ganhos em períodos de atividade econômica mais fraca, de acordo com o Santander.
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Para Multiplan, a expectativa é de números sólidos, liderados pelo crescimento real de SSS. O avanço acontece à medida que a empresa remove os descontos em aluguéis ainda presentes após a pandemia. A análise também destaca como impulsionadores do resultado a boa taxa de ocupação (em comparação com o ano anterior), maior tráfego de clientes e menor alavancagem financeira, além de eficiência tributária associada a R$ 90 milhões de juros sobre capital anunciados para o 1T24. A projeção de crescimento do fluxo de caixa operacional ajustado (AFFO, na sigla em inglês) é de 8,9%, em R$ 257,3 milhões.
Para Allos, a expectativa do banco é de resultados neutros, com uma estimativa de receita líquida de R$ 592,1 milhões, indicando uma queda de 2,5% em relação ao ano anterior, principalmente devido a desinvestimentos de ativos realizados nos últimos doze meses. Além disso, é prevista uma margem EBITDA de 69,8%, representando uma queda de 320 pontos base em relação ao ano anterior, influenciada negativamente por maiores despesas de G&A associadas ao alinhamento da remuneração dos funcionários entre Aliansce Sonae e brMalls, assim como pelo novo plano de incentivo de longo prazo para diretores estatutários. A estimativa do banco é que o AFFO atinja R$ 257,3 milhões, refletindo um aumento de 8,9% em relação ao ano anterior, beneficiado por uma alavancagem financeira mais baixa.
Para o BTG Pactual, a temporada promete aumento de vendas de shoppings, com SSS aumentando de 6 a 10% na comparação anual. Para shoppings premium, a expectativa é de crescimento de dois dígitos, enquanto para estabelecimentos de classe B/C a expectativa é de avanço de dígito médio.
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Ainda assim, os aluguéis devem crescer muito menos que do que em trimestres anteriores, em especial considerando a deflação do IGP-M, então a estimativa é de fraco crescimento de receita e lucro para empresas. Dentre os nomes presentes na cobertura, o banco estima que o Iguatemi deverá apresentar desempenho melhor, apresentado melhores números de vendas, receita e lucro que qualquer outra empresa do setor imobiliário.