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SÃO PAULO – Com a proximidade do Dia dos Namorados, os varejistas já estão preparando as suas lojas para atrair os consumidores. Entretanto, o lojista deve estar atento à decoração, pois os centros comerciais podem interferir, se considerá-la inapropriada. Foi o que aconteceu com a rede de lojas Imaginarium.
Na semana passada, alguns shopping centers das cidades de São Paulo, Brasília, São José dos Campos, Campinas e Porto Alegre notificaram os franqueados da rede, desaprovando o conteúdo da ilustração exposta nas vitrines dos estabelecimentos.
A campanha intitulada “Só quero com você” foi considerada sensual demais. Para o gerente de marketing da Imaginarium, Gilberto Carvalho, “os motivos, como sempre, são extremamente subjetivos, mas respeitamos”.
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Para resolver o impasse, a empresa não retirou a campanha, mas colocou uma tarja escrito censurado em uma parte do desenho. Em nota a empresa comentou o assunto.
“A campanha de namorados nos permite ser um pouco mais ousados, pois trabalhamos muito nossa linha de produtos ‘pimenta’, mas isso sempre com muito bom humor. Portanto, quando recebemos as notificações, encaramos desta mesma maneira, com muito respeito às opiniões divergentes, mas com muito bom humor e oferecemos uma solução, irreverente é verdade, mas ainda assim uma solução”, declarou.
Posição dos shopping centers
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Luís Augusto Ildefonso da Silva, os shopping centers não participam diretamente da escolha da decoração. Os lojistas têm liberdade de escolha, mas o conteúdo deve ser adequado para todos os públicos, incluindo as crianças.
“Geralmente, os centros comerciais não se importam com aquilo que os lojistas fazem, mas existe um zelo com o seu público. Neste caso, os shoppings podem ter considerado a ação avançada demais. Não existe uma lei específica que trate do assunto, mas a decisão cabe a cada shopping”, esclareceu.
Ele diz ainda que nesta situação não houve problemas maiores, já que ambas partes chegaram a uma conclusão.
Já o assessor jurídico do Sindilojas-SP (Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo), Luiz Francisco Toledo Leite, disse que, caso não houvesse um acordo, a Imaginarium poderia acionar a Justiça para poder permanecer com a campanha. “Neste caso, não houve nada demais, mas, caso quisesse, poderia garantir a ação por meio de medida judicial”.
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Para Leite, a situação é inusitada e dificilmente ocorre. Mas, para evitar que casos como estes se repitam, ele aconselha que o lojista tenha cuidado ao tratar do assunto, “lembrando sempre do espaço em que o estabelecimento está localizado, além do público”, finalizou.