Setores elétrico e financeiro são os mais recomendados com juros altos, diz analista

Júlia Aquino, estrategista da XP, aponta os mercados que costumam se sair melhor em ciclos de alta da Selic

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Um aumento da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) já é amplamente esperado. De acordo com análise da XP, tendo como métrica o swap pré-DI de 360 dias, os mercados estão precificando um aperto na política monetária há quatro meses.

“A gente usa essa métrica para marcar esses ciclos de alta de juros porque eles costumam antecipar a subida da Selic”, explicou Júlia Aquino, estrategista da XP, que participou nesta terça (10) do programa Morning call da XP.

Setores defensivos vão melhor

“Temos um gráfico que faz essa comparação e dá para ver bem que o swap DI sobe um pouco antes da Selic subir”, acrescentou.

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O fato é que vem aí um novo ciclo de alta da taxa de juros. Com essa métrica, a XP fez um levantamento de quais setores do Ibovespa historicamente vão melhor no índice com a elevação da Selic.

“Os setores mais defensivos são de fato os que costumam ir melhor em ciclos de alta de juros, que são elétricas, bancos e instituições financeiras”, disse.

Segundo a analista, ao longo de todo o ciclo, todos esses setores têm historicamente comportamento semelhante no período marcado por alta dos juros. Isso se mantém mesmo quando se considera a relação risco-retorno, afirmou.

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Small caps x large caps

Nesse cenário, de acordo com o relatório da XP, as small caps devem continuar desapontando, com as large caps tendendo a se destacar nesse cenário.

“A gente costuma também olhar fatores de investimento. Eles são também outra forma de classificar ações na bolsa, de acordo com características que elas têm em comum ou não. Um desses fatores que a gente tem como destaque é o tamanho da empresa”, explica a estrategista da XP.

“Fazendo uma comparação ente small caps e large caps para entender se é um momento de rotação (de ativos), e o que a gente vê é que não parece ser o momento de fazer isso. É que as ações das empresas menores tende a ir pior que o Ibovespa em ciclos de aperto de juros”, comentou.

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Segundo Júlia Aquino, no momento, “o interessante é olhar para papeis de alta qualidade”. Ela aponta que esses papéis, já há dois meses, vem se apresentando melhor em meio ao cenário previsível de juros mais altos.