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SÃO PAULO – Num cenário de desaceleração econômica e de aumento de estoques, o setor imobiliário precisa rever estratégias para manter margens de lucro nos padrões desejados pelo mercado. Nesse sentido, os preços dos imóveis tendem a se adaptar à nova realidade do país.
“Nos últimos cinco anos, os preços subiram de R$ 3 mil/m² para R$ 7 mil/m². Nesse patamar, a população deixa de ter condição de comprar imóveis, o que tem afetado a velocidade de vendas do setor”, analisa o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Eztec, Antônio Emílio Fugazza, durante reunião com investidores e analistas de mercado.
“Mas não vejo problemas de demanda, ela ainda existe”, complementa o executivo, destacando que, em apenas um dos lançamentos feitos no segundo trimestre, 65% das unidades foram vendidas antes do início das obras.
O VSO (vendas sobre oferta) da companhia, contudo, veio menor em relação ao mesmo período do ano passado, saindo de 46,3% para 43,4%. Ainda assim, está em patamares mais elevados que a média do setor, de 25%.
O desaquecimento do mercado, portanto, surtirá um efeito sobre os preços, que não subirão mais que a inflação daqui para a frente, conforme projeções do diretor presidente da empresa, Silvio Zarzur. “A alta pode não ser maior que 5% no ano, mas conseguimos manter a rentabilidade com esforço de engenharia“, afirmou.
Altos e baixos
A expectativa de crescimento menor para a economia este ano, enquanto a crise lá fora se deteriora, respinga sobre o setor imobiliário no mercado de ações, segmento muito atrelado ao nível de atividades do país.
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A tendência, contudo, é de melhora nessa percepção ao longo do ano, segundo Fugazza. “A desvalorização das ações não é reflexo de uma desconfiança dos investidores em relação à Eztec ou ao setor, mas sim ao momento macroeconômico brasileiro”, diz.
Para o executivo, quem está vendendo os papéis da companhia – que acumulam queda de quase 6% no mês – são os investidores estrangeiros, que precisam se livrar dos ativos para se capitalizar. “Acredito que o balanço do segundo trimestre vai mostrar aos acionistas que a Eztec tem controle operacional e está se descolando das demais”, estima.
Ainda assim, a meta de lançamentos da empresa para este ano repete o resultado de 2011. A companhia espera atingir um VGV (valor geral de vendas) de R$ 1,2 bilhão este ano, indicador pouco acima do que foi registrado no ano passado, de R$ 1,15 bilhão.
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“A empresa está mais cautelosa em ir além do que já propôs. Devemos aguardar os rumos da economia. Caso haja uma mudança positiva nessa conjuntura, temos capacidade de crescer mais, pois nosso estoque permite”, destaca. A companhia tem R$ 4,5 bilhões disponível em terreno.