Setor financeiro aparece como refúgio em meio a alta de juros – Itaú é preferido

Isso porque permanece a visão geral de que o banco continua sendo o mais eficiente do setor

Felipe Moreira

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Após realizar encontros com investidores na semana passada, a XP Investimentos apontou que as discussões reforçaram sua positiva para setor financeiro, uma vez que é como um porto seguro em meio ao aumento das taxas de juros e à diminuição das taxas de inadimplência.

Entres os banco de primeira linha, mesmo com alguns investidores realizando lucros após uma recente alta, o Itaú (ITUB4) continua sendo uma escolha de consenso do mercado.

Isso porque permanece a visão geral de que o banco continua sendo o mais eficiente do setor, e o dividend yield (valor do dividendo em relação ao preço das ações) ainda é atrativo, com possibilidade de distribuição de capital excedente.

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“Alguns investidores questionaram o atual apetite reduzido por crédito, o que pode comprometer o crescimento daqui para frente”, comenta a XP. “Embora permaneçamos positivos sobre o caso, entendemos a redução da exposição dos investidores devido à geração de alfa potencialmente menor”, completa.

Banco do Brasil (BBAS3)

A XP comenta que persistem dúvidas sobre o Banco Patagonia, a operação argentina do BB. Ao mesmo tempo, a corretora observa um ligeiro aumento nas preocupações com inadimplência e seu impacto nas provisões.

Por outro lado, os investidores ficaram surpresos com a capacidade do banco de manter um ROE (Retorno sobre o patrimônio líquido) muito saudável. Além disso, o múltiplo do Banco do Brasil permanece descontado em relação aos pares, mas não veem gatilho para uma expansão de múltiplos.

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Bradesco (BBDC4)

Analistas destacam que a tese do Bradesco foi a mais discutida em todas as reuniões, apesar de poucos investidores estarem posicionados após a forte alta recente. A estratégia de redução de custos e aceleração do crescimento, especialmente em NII (margem financeira), foi vista positivamente, embora a velocidade de melhoria permaneça incerta.

“Há uma expectativa de que o banco entregue resultados sólidos nos próximos trimestres, e o consenso é que as expectativas permanecem baixas, permitindo espaço para surpresas positivas”, diz a XP.

As discussões em torno do ROE do Bradesco indicam que, atualmente negociado a 1,0 vez Preço/Valor Patrimonial, o banco deve retornar a um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 15 a 16% mais rapidamente, enquanto o mercado duvida de sua capacidade de atingir 17% ou 18%.

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O consenso é que, apesar dos desafios, o Bradesco continua sendo uma marca forte e com potencial.

Segundo o relatório, o banco também tem várias agências para fechar, e muitos investidores simplificam sua visão sem reconhecer que o Bradesco tem uma estrutura diferenciada, incluindo uma seguradora significativa em suas operações.

Nu (ROXO34)

A XP destaca que o fraco desempenho em Crédito Consignado e investimentos (Easyinvest) está levantando questões sobre a execução. As dificuldades potenciais no México também estão se tornando mais evidentes. Com isso, há um consenso crescente em relação à provável desaceleração do crescimento da carteira de crédito no Brasil.

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Além disso, os analistas comentam o mercado segue atento e preocupado com a qualidade da carteira de crédito do banco. No entanto, ainda alguns investidores posicionados nas ações devido ao fluxo contínuo de compradores.

Inter (INBR32)

Apesar do rali nos últimos 12 a 18 meses, conforme relatório, os investidores continuam comparando seus múltiplos com os do Nu e, portanto, não veem o banco como caro.

No entanto, a maioria concorda com a tese de que o banco tem lutado para acelerar a monetização de seus clientes. No geral, o posicionamento nas ações do banco permanece leve.

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Stone (STOC31)

A XP Investimentos pontua que os investidores estão se tornando mais céticos em relação ao setor de maquininhas. Anteriormente, os investidores aumentavam sua exposição, motivados por um múltiplo descontado. Para a corretora, essa preocupação com o crescimento parece ter mudado seu foco para as discussões de fusões e aquisições.

Os investidores dão as boas-vindas ao potencial desinvestimento da Linx, com alguns acreditando que a venda pode ser um passo em direção a uma possível venda da empresa.

A Stone parece ser mais um consenso positivo de mercado do que Pagbank. Os investidores estão céticos quanto à capacidade da empresa de acelerar sua carteira de crédito.

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BTG (BPAC11)

Para BTG, analistas destacam que o papel continua muito popular entre os investidores em São Paulo e o sentimento é que a força dos segmentos de fusões e aquisições (M&A) e Renda Fixa (DCM) continuará a compensar a fraqueza em Ações (ECM).

No geral, segundo a XP, o valuation do banco continua sendo o principal impulsionador de suas ações.