Setor de bares e restaurantes mantém oscilação e vendas caem 4,0% em setembro

Retração foi significativa nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul (5,3%) e São Paulo (3,9%); na comparação anual, houve recuo de 4,5% em setembro

Roberto de Lira

Atendente serve chope em bar: vendas caíram em setembro (José Cruz/Agência Brasil)
Atendente serve chope em bar: vendas caíram em setembro (José Cruz/Agência Brasil)

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O setor de bares e restaurantes nacional teve queda de 4,0% no volume de vendas em setembro, devolvendo assim a alta observada em agosto, segundo dados do índice calculado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria coma Stone. Na comparação anual, houve retração de 4,5%.

Para a Abrasel, o resultado dos últimos dois meses ilustra o momento de oscilações no segmento, mas há expectativa que o setor alcance recuperação nos próximos meses.

Entre os 24 estados analisados pelo índice Abrasel/Stone, Roraima foi o estado único a registrar crescimento no mês, com uma leve alta de 0,8% nas vendas. Já os estados do Maranhão e Piauí tiveram as quedas mais acentuadas, de 6,7% e 6,5%, respectivamente.

A retração também foi significativa nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul (5,3%) e São Paulo (3,9%).

Na comparação anual, o cenário é parecido. Em setembro ante o mesmo mês do ano passado, apenas Alagoas, Tocantins, Rio Grande do Sul e Roraima registraram bom desempenho, com destaque para o estado alagoano, que apresentou um aumento significativo de 7,9%.

Por outro lado, Maranhão e Piauí apresentaram os piores resultados de -8,5% e -7,2%, respectivamente.

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Apesar das quedas registradas em setembro, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, tem boas expectativas para o final do ano. “Embora tenhamos enfrentado uma retração, as projeções para os próximos meses são positivas. O pagamento do 13º salário, além das festas e férias de fim de ano, devem impulsionar o consumo.”

“Estamos confiantes em uma recuperação gradativa, especialmente a partir de novembro, quando esses fatores começam a impactar as vendas de forma mais significativa”, afirma.

O diagnóstico é que a economia brasileira vem apresentando bons números macroeconômicos, com taxa de desemprego em níveis historicamente baixos e relevante alta da massa salarial.

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“Isso é contrastado por uma taxa de inadimplência ainda razoavelmente elevada e que tem se mostrado mais resiliente nos últimos meses, o que potencialmente explica a retração do consumo registrado”, comenta Matheus Calvelli, pesquisador e cientista de dados responsável pelo levantamento.

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