Sete notícias sobre a caçada ao Estado Islâmico que movimentam esta quinta-feira

Em destaque, Abdelhamid Abaaoud, militante belga de 28 anos, e suposto mentor dos ataques que mataram 129 pessoas em Paris está entre os mortos de uma operação policial

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quinta-feira (19) começou com novas notícias sobre a caçada contra o terror após os ataques da última sexta-feira (13) em Paris. Em destaque, Abdelhamid Abaaoud, militante belga de 28 anos, e suposto mentor dos ataques que mataram 129 pessoas em Paris está entre os mortos de uma operação policial em um subúrbio da capital francesa na quarta-feira, disse um promotor de Paris em nota nesta quinta.

Além disso, a China prometeu nesta quinta-feira levar à Justiça os responsáveis ??pela morte de um de seus cidadãos, após o Estado Islâmico ter anunciado que executou um refém chinês, o único dessa nacionalidade que o grupo teria sequestrado. Em um breve comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China confirmou pela primeira vez a identidade do homem, Fan Jinghui, dizendo que ele havia sido “cruelmente assassinado”. Veja abaixo mais notícias:

Mais ataques são prováveis, adverte diretor da Europol
O diretor da Europol, Rob Wainwright, advertiu hoje, em Bruxelas, que é “provável” que haja novos atentados na Europa, que assistiu na sexta-feira (13) em Paris a um ataque sem precedentes, e enfrenta hoje “a maior ameaça terrorista” dos últimos dez anos.

“Vamos ser muito claros sobre o significado do que aconteceu em Paris na última sexta-feira à noite: a meu ver, representa uma escalada muito séria na ameaça terrorista que enfrentamos na Europa. É a primeira vez que testemunhamos na região um ataque ao estilo de Bombaim, com tiroteios indiscriminados em locais públicos, combinados com homens-bomba”, disse Wainwright.Ao falar à Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu, o diretor do Serviço Europeu de Polícia observou que o que se passou em Paris “é algo que as autoridades europeias receavam desde o ataque em Bombaim, em 2008”.

“A realidade do que ocorreu em Bombaim aconteceu agora na Europa”, afirmou, referindo-se aos dez atentados sincronizados que atingiram a capital financeira da Índia em novembro de 2008, fazendo 195 mortos.

Primeiro-ministro francês alerta sobre possível ataque químico
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, alertou durante exposição no Parlamento para o perigo de um ataque na França com “armas químicas ou biológicas”. O Parlamento está debatendo a extensão do estado de emergência.

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“Não podemos excluir nada”, afirmou. “Também existe o risco de (um ataque com) armas químicas ou biológicas”, acrescentou.

À medida que a investigação sobre os atentados de Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), se estende a vários países europeus, Valls pediu à União Europeia (UE) para adotar urgentmente medidas que permitam acesso e partilha de dados sobre passageiros de companhias aéreas.

“Mais que nunca, é tempo de a Europa adotar [as medidas] para garantir que se possa seguir os movimentos [de suspeitos], incluindo dentro da união. É uma condição para a nossa segurança coletiva”, afirmou.

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Entretanto, a polícia francesa foi autorizada a estar armada mesmo fora de serviço, de acordo com norma do comando policial, divulgada hoje.

Os agentes estão autorizados a usar armas no caso de um atentado terrorista, desde que usem uma identificação no braço para evitar “qualquer confusão”, indica a norma a que a agência noticiosa francesa AFP teve acesso.

Pelo menos 129 pessoas foram mortas em atentados suicidas em Paris, na sexta-feira, que visaram atingir uma sala de espetáculos, bares, restaurantes e o Estádio de França.

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Jihadistas tinham planos contra cúpula do G20, mostra investigação
A célula jihadista do Estado Islâmico, que causou a morte de 102 pessoas em outubro, num duplo atentado suicida em Ancara, na Turquia, tinha planos contra a cúpula do G20, que terminou segunda-feira (16) em Antalya (Turquia).

A investigação nos computadores que a polícia encontrou nas casas dos jihadistas vinculados ao atentado de Ancara apontava para o fato de o encontro do G20 ser um alvo e de que o grupo tinha “feito explorações” nos hotéis onde os líderes mundiais estiveram hospedados.

Os planos contra a reunião dos líderes mundiais foram encontrados no computador de Yunus Durmaz, procurado pela polícia e considerado um dos cérebros do atentado de Ancara, de acordo com o diário turco Hurriyet.

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As forças de segurança também encontraram na casa de Durmaz, em Gaziantep, cidade próxima à fronteira com a Síria, um depósito de armas.

A documentação recolhida revelou também que os jihadistas tinham estabelecido 26 objetivos em 18 províncias turcas, entre os quais a comunidade judia e grupos turcos de esquerda.

Por causa desses indícios, foram tomadas medidas adicionais de segurança em Antalya, para onde foram destacados 12 mil policiais.

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Obama anuncia que vetará limitações à entrada de refugiados sírios no país
A Casa Branca anunciou nessa quarta-feira (18) que o presidente Barack Obama vai vetar qualquer projeto de lei que limite a entrada de sírios no país. O anúncio foi feito mediante a possibilidade de a Câmara dos Deputados norte-americana votar, ainda nesta semana, resolução para bloquear a decisão de Obama de acolher 10 mil refugiados daquele país até o ano que vem. 

Como a maioria no Congresso é republicana e há aproximadamente 26 estados declaradamente contrários à entrada de sírios, a expectativa é de que restrições possam ser aprovadas. O posicionamento contrário à acolhida dos refugiados aumentou depois dos atentados em Paris na última sexta-feira (13), porque um dos terroristas teria entrado na França como refugiado. Apesar disso, porta-vozes e o próprio presidente Obama já reiteraram que não mudarão os planos de acolher mais refugiados. “Para atender às vidas em jogo, pela importância dos nossos parceiros do Oriente Médio e da Europa e pela liderança norte-americana na abordagem da crise de refugiados da Síria, se o presidente for confrontado com a aprovação do Projeto  de Lei 4.038, ele irá vetá-lo”, informou a Casa Branca.

Síria não é “incubadora” do Estado Islâmico, diz Bashar Al Assad
O presidente sírio Bashar Al Assad declarou que o seu país, devastado pela guerra, não é a “incubadora” do grupo Estado Islâmico, culpando o ocidente pela criação de organizações jihadistas. “Posso afirmar que o Daesh (nome árabe do Estado Islâmico) não tem uma incubadora natural, uma incubadora social, na Síria”, disse o presidente, em entrevista à emissora de televisão italiana RAI.

O treinamento de jihadistas na Síria para os ataques de Paris de sexta-feira passada (13) foi feito devido ao apoio da Turquia, Arábia Saudita e do Catar “e, claro, das políticas ocidentais que apoiaram os terroristas de diferentes modos”, acrescentou. Segundo ele, o Estado Islâmico “não começou na Síria, começou no Iraque e, antes disso, no Afeganistão”. Bashar Al Assad citou o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que afirmou que “a guerra do Iraque ajudou a criar o Estado Islâmico”. A confissão de Blair “é a prova mais importante”, afirmou.

Le Pen defende controle de fronteiras europeias para combater terrorismo
A presidente da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, defendeu o restabelecimento do controle das fronteiras europeias e a expulsão dos estrangeiros conhecidos como radicais islâmicos como a grande prioridade na luta contra o terrorismo.

“Há 12.700 pessoas identificadas por radicalização islâmica” pelos serviços secretos, das quais “6 mil potencialmente muito perigosas”, de modo que é preciso expulsar os estrangeiros e fazer o mesmo com os que têm dupla nacionalidade, depois de lhes retirar a nacionalidade francesa, afirmou Le Pen, em entrevista à Rádio França Internacional.

A líder da Frente Nacional lembrou que “não existem meios para vigiar todas essas pessoas”, como forma de justificar as expulsões. “Antes de tudo, temos de recuperar o controle das nossas fronteiras”, disse.

(Com Agência Brasil e Reuters) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.